[CamaraDas] Anacronismos

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  • Date: Sun, 6 Aug 2006 23:38:51 -0300


CLÓVIS ROSSI 

Já morreu 
SÃO PAULO - Fidel Castro morreu, como modelo a ser seguido, muito antes de seu 
ocaso biológico que está se dando agora. O último grande líder político do 
século 20, para o bem ou para o mal, continua um mito, mas a revolução cubana 
já não é inspiração, salvo para um punhado de fanáticos. A prova está dada, 
paradoxalmente, pelos dois presidentes que têm em Fidel seu ídolo e seu 
padrinho: Hugo Chávez (Venezuela) e Evo Morales (Bolívia). Chávez não chamou 
sua revolução de "castrista", "fidelista", "cubana" ou qualquer outra 
qualificação que lembrasse a ilha caribenha. É "bolivariana", de Simón Bolívar, 
que antecede qualquer ícone socialista. Evo Moraes retrocedeu ainda mais no 
tempo, e seus heróis antecedem até Cristóvão Colombo. É verdade que ambos 
utilizam especialistas cubanos (médicos e educadores em especial), mas é só. 
Por mais que Evo tenha nacionalizado os recursos naturais e por mais que Chávez 
tenha dado alguns passos estatizantes, o fato é que Bolívia e Venezuela 
continuam sendo economias de mercado, ao contrário de Cuba, um dos últimos 
refúgios comunistas do planeta, ao lado da Coréia do Norte. Também ao contrário 
de Cuba, as instituições funcionam na Bolívia e na Venezuela, os partidos são 
livres, a mídia, idem, há eleições regulares (atestadas como "free and fair" 
por observadores internacionais). Há tentações autoritárias? Sempre há. Mas 
elas aparecem também no governo da grande democracia do norte, os Estados 
Unidos, na esteira dos atentados de 11 de Setembro. Presos políticos, como em 
Cuba, não há. No Brasil, nem o PT, o partido que tem mais admiradores de Fidel 
do que qualquer outro no planeta, fora o PC cubano, roça qualquer coisa que 
tenha leve sabor cubano. No ocaso, Fidel e o "castrismo" não têm futuro. Só 
passado. 

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