Re: [CamaraDas] Artigo: Mariliz Jorge (dica de RSP)
- From: Patrícia Borges de Carvalho <pcborges19@xxxxxxxxx>
- To: Patricia Kelly Batista de Andrade <patriciakellyb@xxxxxxxxx>, Desconhecido <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
- Date: Fri, 4 Apr 2014 08:20:08 -0300
O Niquele tb disse isso, Realmente li pelo iphone rssss.
Mas tinha lido duas vezes e mais uma agora, não consegui achar o trecho em que
fica claro que ela e eu penssmos igual. Pode me mostrar? Assim, eu paro de
rosnar pra ela kkkkk.
Enviado via iPhone
Em 04/04/2014, às 07:40, Patricia Kelly Batista de Andrade
<patriciakellyb@xxxxxxxxx> escreveu:
> Pat , releia.
> Ela optou por um texto irônico para dizer o mesmo q vc.
> P.S.: tb li do celular, só ler com neutralidade, na medida do
> possível...rsrsrs...
> Em 04/04/2014 02:42, "Niquele" <niquele@xxxxxxxxx> escreveu:
>> Ler em iPhone dá nisso, Pat.
>> A autora brinca com os argumentos dos idiotas que acreditam em conceito tão
>> medieval.
>> Releia o texto com calma e verá que a autora pensa exatamente como você e
>> qualquer pessoa com algum Bom senso.
>> Slds,
>>
>> Nickl
>>
>> Em 03/04/2014 23:05, "Patrícia Borges de Carvalho" <pcborges19@xxxxxxxxx>
>> escreveu:
>>> Detestei esse artigo! Bull shit!
>>> Culpa as mulheres, tira a total responsabilidade dos homens sobre como
>>> fazem sentir as mulheres que não são comíveis por eles, aquelas que nao
>>> despertam desejo.
>>> Essa aí nasceu e cresceu machista. Está até a alma atolada nos padrões de
>>> beleza impostos à sociedade, que tanto faz sofrer a mulher comum. A falta
>>> de solidariedade feminina nunca esteve tão clara como neste artigo idiota.
>>> Que ela não me ouça, mas essa falta de solidariedade pousa sobre os séculos
>>> de repressão masculina à mulher, à sua sexualidade e à sua independência
>>> moral, financeira e religiosa que a fez acreditar que somente é util
>>> enquanto for desejável.
>>> No século 21 ainda temos que ler besteiras como essa!
>>>
>>>
>>>
>>> Enviado via iPhone
>>>
>>> Em 03/04/2014, às 14:53, Niquele <niquele@xxxxxxxxx> escreveu:
>>>
>>>>
>>>> O estupro alheio é a vingança de muitas mulheres
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>> Todo mundo ficou indignado. Eu fiquei. Ivonilde, que ajuda aqui em casa,
>>>> ficou. A Daniela da recepção do prédio comentou: a culpa do que estes
>>>> tarados doentes fazem é da roupa que a gente usa?! Era só o que faltava.
>>>>
>>>> Faltava na teoria. Na prática, a gente sabe que muitos homens julgam as
>>>> mulheres pelo comprimento da saia. E que a maioria das mulheres julga a
>>>> categoria o tempo todo. Por qualquer coisa. Pela profundidade do decote,
>>>> pela calça apertada, pela saia curta.
>>>>
>>>> Faltava o anonimato em uma pesquisa para que muitas pudessem dizer "tá
>>>> vendo, se veste como uma vadia, olha o que acontece!".
>>>>
>>>> Quando você lê uma notícia assim, pensa: quanta ignorância. Não é só
>>>> ignorância. É maldade. Mas é principalmente vingança.
>>>>
>>>> Vingança daquela biscate do trabalho do seu marido que anda com uma calça
>>>> atochada na bunda. Por que aquela vagabunda se veste assim? É claro que
>>>> está dando em cima dele. Você passa o dia atormentada pensando que ela
>>>> está lá desfilando aquele rabão na frente do seu homem.
>>>>
>>>> À noite deita na cama e sofre de pensar que ele sonha com a biscate. É
>>>> claro que a culpa é dela. É claro que a culpa é daquela calça atochada. Se
>>>> ela não andasse assim, nem o seu marido nem ninguém olharia para ela,
>>>> muito menos sentiria tesão. Se for estuprada, ela merece. Ela e aquela
>>>> calça.
>>>>
>>>> É vingança da amiga, da sua superamiga que deu pra malhar, está toda
>>>> gostosa, colocou silicone, só usa decote e está se achando a última
>>>> cerveja do deserto. Você nem quer que ela saia junto com a turma. Vai que
>>>> seu namorado passa a noite salivando pelo peitão empinado dela. Não
>>>> precisava desse decote. Se não ficasse se mostrando nem o seu namorado nem
>>>> ninguém olharia pra ela, muito menos ia comer você pensando naquele
>>>> peitão. Se for estuprada, merece. Ela e aquele decote.
>>>>
>>>> É vingança da bunda mole, do peito caído, do peso extra que a vida lhe
>>>> deu. Alguém tem que pagar. Não é justo que eu não possa. Se eu não posso,
>>>> não quero que mais ninguém possa. E quem insistir merece ser castigado.
>>>> Merece ser estuprado porque não soube se comportar, porque usou roupa de
>>>> biscate.
>>>>
>>>> Mas isso é coisa de gente ignorante.
>>>>
>>>> Não apenas.
>>>>
>>>> No Rio, todo mundo achava maneiro que os caras tirassem a roupa nas festas
>>>> moderninhas que rolam na cidade. Bastou uma garota fazer o mesmo para a
>>>> patrulha aparecer. Homem pelado é liberdade. Homem pelado é transgressor.
>>>> Para a patrulha, mulheres incluídas, mulher pelada é "desnecessário".
>>>> Mulher pelada "quer aparecer". Pela lógica, merece ser estuprada. Ela e
>>>> aquela nudez que dá na sua cara. Ela e aquela bunda dura, aquele peitinho.
>>>> Ela e aquele corpo, que no fundo você queria que fosse seu.
>>>>
>>>> Mas que raiva é essa?
>>>>
>>>> Vem da vida, vem da frustração. Gente que morre de medo de qualquer coisa
>>>> que ameace a sua vidinha pão com ovo. Qualquer coisa que ande, rebole e
>>>> chame a atenção. Se acontece, querem sangue. Querem vingança. Querem que a
>>>> vagabunda seja punida por ser livre, por vestir o que quer, por ser o que
>>>> ela quer.
>>>>
>>>> E se a maioria das mulheres diz que a culpa é das mulheres, quem são os
>>>> homens para discordar delas?
>>>>
>>>>
>>>>
>>>> <image002.jpg>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>> Mariliz Pereira Jorge é formada em comunicação social, tem pós-graduação
>>>> em relações internacionais, curso de marketing estratégico e
>>>> especialização em nutrição e aromaterapia. Já trabalhou na Folha e
>>>> escreveu para as revistas 'Veja', 'Men's Health' , 'VIP' e 'Boa Forma',
>>>> entre outras. Atualmente, é editora do 'Encontro com Fátima Bernardes', da
>>>> TV Globo.
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>>>> :::
>>>> Niquele
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