[CamaraDas] Isenção ou desinformação?

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  • Date: Wed, 23 Aug 2006 08:59:28 -0300

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Política


Quarta-feira, Agosto 23


Isenção ou desinformação? (23/08) 
<http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session=269> 

Saiu o novo Datafolha:

Primeiro Turno:
Lula 49% (+2), Alckmin 25% (+1), Heloísa Helena 11% (-1)
Segundo Turno:
Lula 56% (+2), Alckmin 35% (-2)

Pouco mudou, e mudou a favor de Lula, especialmente na simulação de segundo 
turno. Bem, mas o dado mais significativo da pesquisa é a avaliação do governo. 
Do relatório do Datafolha 
<http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session=269> :

"Quanto à avaliação do governo Federal, a taxa dos que consideram o desempenho 
do petista [Lula] ótimo ou bom, que já havia crescido sete pontos percentuais 
entre julho e o início de agosto, tendo passado de 38% para 45%, voltou a 
subir, e é hoje de 52%. A taxa dos que classificam o governo Lula como regular 
caiu de 36% para 31% e a dos que acham que ele vem sendo ruim ou péssimo passou 
de 18% para 16%. O antecessor de Lula, Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), 
atingiu sua melhor marca em dezembro de 1996, quando estava prestes a completar 
dois anos de governo, e era aprovado por 47%. Itamar Franco (1992-1994) obteve 
41% ao deixar o governo, em dezembro de 1994. A melhor marca de Fernando Collor 
de Mello (1990-1992) foi registrada após três meses de governo, em junho de 
1990, quando 36% aprovavam seu desempenho à frente do governo. A nota média 
atribuída ao presidente, em uma escala de zero a dez, é 6,7. Na pesquisa 
anterior ela era 6,3. Cerca de um quinto (19%) atribui nota dez ao presidente. 
Percentual idêntico acha que ele merece nota oito."

Tem gente que costuma reclamar quando escrevo (e já escrevi algumas vezes) que 
a liderança de Lula nas pesquisas se deve à boa avaliação de seu governo. Há 
uma cultura da "isenção" no jornalismo que acaba causando prejuízo ao leitor 
(ou telespectador, ou ouvinte). Se um governo é bom, dizer sistematicamente ao 
consumidor de informações que o governo é uma droga não é praticar isenção, é 
cultivar a desinformação. Aí sai uma pesquisa como essa do Datafolha e cai como 
raio em céu azul. Azar de quem confundiu a realidade com seus próprios desejos.

Tenho escrito aqui que o principal problema da oposição é não ter se preparado 
para enfrentar um governo bem avaliado. Bater de frente, apostar na rejeição de 
um adversário que faz um bom governo, isso é tática arriscadíssima. O 
recomendável é ir pelas beiradas, dizer que vai manter as coisas boas e 
melhorar o que não funciona, tentar construir o sonho de um governo ainda 
melhor, trabalhar a idéia do progresso baseado na convergência, na união. O 
marqueteiro de Alckmin está tentando fazer isso, mas é uma gota no desastroso 
oceano de "free media" produzido por tucanos e pefelistas. Foram meses de 
escárnio em relação aos pobres ("esmolão"), de ataques indiscriminados contra 
Lula e o PT, de cultivo do ódio. Agora vêm as conseqüências: entre outras 
coisas, a rejeição de Alckmin já empata com a de Lula. Também do relatório do 
Datafolha:

"A pesquisa traz mais um dado positivo para Lula: a taxa de eleitores que não 
votariam nele no primeiro turno, de jeito nenhum, caiu pela segunda vez 
consecutiva, e hoje, o petista empata com Geraldo Alckmin nesse aspecto. Por 
outro lado, a taxa de rejeição ao candidato peessedebista vem em curva 
ascendente. Pesquisa realizada no final de junho mostrava que 31% não votariam 
em Lula de jeito nenhum no primeiro turno da eleição para presidente. Essa taxa 
oscilou para 32% em julho, caiu para 29% no início de agosto e é hoje de 26%. A 
taxa de rejeição a Alckmin era de 19% em junho, subiu para 22% em julho, 
oscilou para 23% no início de agosto e chega a 24% hoje. Ou seja, se em junho, 
a taxa de rejeição a Alckmin era 12 pontos inferior à obtida por Lula, hoje, a 
diferença entre os dois, de dois pontos percentuais, está dentro da margem de 
erro. A rejeição a Heloísa Helena era de 21% nas pesquisas de junho e julho, 
oscilou para 23% no início de agosto e é hoje de 24%."

Alckmin está morto? Difícil dizer, eleição é sempre um espaço probabilístico. 
Vamos ver o que fazem agora os seus estrategistas. E, por falar em estratégia, 
se um dia você for o comandante de uma campanha presidencial e decidir dividir 
o país como tática para tentar ganhar a eleição, cuide, pelo menos, para que 
nessa divisão a maioria fique do seu lado.

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postado por Alon Feuerwerker em 00:10 
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