Blog do Alon www.blogdoalon.com.br Este é um blog pessoal, só de vez em quando aparecem outros assuntos além de Política Quarta-feira, Agosto 23 Isenção ou desinformação? (23/08) <http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session=269> Saiu o novo Datafolha: Primeiro Turno: Lula 49% (+2), Alckmin 25% (+1), Heloísa Helena 11% (-1) Segundo Turno: Lula 56% (+2), Alckmin 35% (-2) Pouco mudou, e mudou a favor de Lula, especialmente na simulação de segundo turno. Bem, mas o dado mais significativo da pesquisa é a avaliação do governo. Do relatório do Datafolha <http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session=269> : "Quanto à avaliação do governo Federal, a taxa dos que consideram o desempenho do petista [Lula] ótimo ou bom, que já havia crescido sete pontos percentuais entre julho e o início de agosto, tendo passado de 38% para 45%, voltou a subir, e é hoje de 52%. A taxa dos que classificam o governo Lula como regular caiu de 36% para 31% e a dos que acham que ele vem sendo ruim ou péssimo passou de 18% para 16%. O antecessor de Lula, Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), atingiu sua melhor marca em dezembro de 1996, quando estava prestes a completar dois anos de governo, e era aprovado por 47%. Itamar Franco (1992-1994) obteve 41% ao deixar o governo, em dezembro de 1994. A melhor marca de Fernando Collor de Mello (1990-1992) foi registrada após três meses de governo, em junho de 1990, quando 36% aprovavam seu desempenho à frente do governo. A nota média atribuída ao presidente, em uma escala de zero a dez, é 6,7. Na pesquisa anterior ela era 6,3. Cerca de um quinto (19%) atribui nota dez ao presidente. Percentual idêntico acha que ele merece nota oito." Tem gente que costuma reclamar quando escrevo (e já escrevi algumas vezes) que a liderança de Lula nas pesquisas se deve à boa avaliação de seu governo. Há uma cultura da "isenção" no jornalismo que acaba causando prejuízo ao leitor (ou telespectador, ou ouvinte). Se um governo é bom, dizer sistematicamente ao consumidor de informações que o governo é uma droga não é praticar isenção, é cultivar a desinformação. Aí sai uma pesquisa como essa do Datafolha e cai como raio em céu azul. Azar de quem confundiu a realidade com seus próprios desejos. Tenho escrito aqui que o principal problema da oposição é não ter se preparado para enfrentar um governo bem avaliado. Bater de frente, apostar na rejeição de um adversário que faz um bom governo, isso é tática arriscadíssima. O recomendável é ir pelas beiradas, dizer que vai manter as coisas boas e melhorar o que não funciona, tentar construir o sonho de um governo ainda melhor, trabalhar a idéia do progresso baseado na convergência, na união. O marqueteiro de Alckmin está tentando fazer isso, mas é uma gota no desastroso oceano de "free media" produzido por tucanos e pefelistas. Foram meses de escárnio em relação aos pobres ("esmolão"), de ataques indiscriminados contra Lula e o PT, de cultivo do ódio. Agora vêm as conseqüências: entre outras coisas, a rejeição de Alckmin já empata com a de Lula. Também do relatório do Datafolha: "A pesquisa traz mais um dado positivo para Lula: a taxa de eleitores que não votariam nele no primeiro turno, de jeito nenhum, caiu pela segunda vez consecutiva, e hoje, o petista empata com Geraldo Alckmin nesse aspecto. Por outro lado, a taxa de rejeição ao candidato peessedebista vem em curva ascendente. Pesquisa realizada no final de junho mostrava que 31% não votariam em Lula de jeito nenhum no primeiro turno da eleição para presidente. Essa taxa oscilou para 32% em julho, caiu para 29% no início de agosto e é hoje de 26%. A taxa de rejeição a Alckmin era de 19% em junho, subiu para 22% em julho, oscilou para 23% no início de agosto e chega a 24% hoje. Ou seja, se em junho, a taxa de rejeição a Alckmin era 12 pontos inferior à obtida por Lula, hoje, a diferença entre os dois, de dois pontos percentuais, está dentro da margem de erro. A rejeição a Heloísa Helena era de 21% nas pesquisas de junho e julho, oscilou para 23% no início de agosto e é hoje de 24%." Alckmin está morto? Difícil dizer, eleição é sempre um espaço probabilístico. Vamos ver o que fazem agora os seus estrategistas. E, por falar em estratégia, se um dia você for o comandante de uma campanha presidencial e decidir dividir o país como tática para tentar ganhar a eleição, cuide, pelo menos, para que nessa divisão a maioria fique do seu lado. Clique aqui para assinar este blog (Blog do Alon) <http://www.bloglines.com/sub/http://www.blogdoalon.blogspot.com/atom.xml> . Para inserir um comentário, clique sobre a palavra "comentários", abaixo. postado por Alon Feuerwerker em 00:10 <http://blogdoalon.blogspot.com/2006/08/iseno-ou-desinformao-2308.html> 1 comentários <http://www.blogger.com/comment.g?blogID=10767087&postID=115630637816232291&isPopup=true>