:::Nefelibatas::: Denúncia no STF já liga a SMP&B ao PSDB

  • From: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx
  • To: "Nefelibatatinhas" <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Wed, 20 Jul 2005 10:23:19 -0300

 _  _
( )( )-"""-,      _ Grupo de Analistas Legislativos da CD - T.L.
 ee )    __ \    /  Nefelibatas, CamaraDas, Analistas 2002,3,4,5
 @_/___ /    |=="   Comunidade no Orkut: "Nefelibatas"
  "// \_\___/       analistas2002@xxxxxxxxxxxxx


 
Denúncia no STF já liga a SMP&B ao PSDB
Date: Tue, 19 Jul 2005 16:40:40 -0300


SMP&B já é ré em processo no STF, por recebimento irregular de verba de R$ 3 
milhões do governo de Minas

Os recursos foram repassados no governo de Eduardo Azeredo, hoje, presidente 
nacional do PSDB

De uma hora para outra o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza se 
tornou uma das pessoas mais conhecidas do povo brasileiro. Em função das 
denúncias do deputado Roberto Jefferson (PTB), de que o publicitário seria o 
agente de pagamento do suposto mensalão, sua exposição na grande mídia alcançou 
níveis superiores às maiores estrelas globais. Todas as suas declarações tomam 
forma de manchete e seus depoimentos são transmitidos ao vivo, com tons 
dramáticos de novela.

Mas esta não é a primeira vez que o publicitário e a sua empresa - a SMP&B, 
sediada em Belo Horizonte - são denunciados. Há seis anos atrás, em 1999, o 
deputado estadual por Minas  Gerais, Durval Ângelo (PT), já levantava sérias 
acusações contra ele e a agência de publicidade, em seu o livro "O Vôo do 
Tucano", que teve tiragem de 20 mil exemplares. Na publicação, o deputado 
apontou uma série de irregularidades que teriam sido praticadas pelo Executivo 
de Minas Gerais, durante o governo de Eduardo Azeredo (1994-1998), hoje senador 
e presidente nacional do PSDB. Entre elas, estava o repasse de altas somas à 
SMP&B.

Segundo narra o deputado, o governo do Estado repassou aos cofres da Comig 
(Companhia Mineradora de Minas Gerais) a quantia de R$1,5 milhão, que seriam 
destinados a patrocínio do Enduro  Internacional da Independência, realizado em 
setembro de 1998. Estes mesmos recursos foram entregues  pela Comig à SMP&B 
Comunicação Ltda, em 21 de agosto daquele ano, para a realização de uma 
hipotética campanha publicitária.

No entanto,  conforme  investigações procedidas à época pelo advogado João 
Batista de Oliveira Filho, ex-procurador eleitoral, os recursos para 
publicidade foram, em muito, superiores ao previsto. Isto, porque a promotora 
do evento, a Rede Globo de Televisão, havia fixado o valor da cota de 
publicidade do Enduro da Independência em R$150 mil, mais R$10 mil de custos de 
produção. Ou seja, quase dez vezes menos do que o montante repassado à SMP&B.

E o escândalo ganhou ainda maiores proporções, quando foi descoberto que o 
mesmo mecanismo havia sido utilizado na Copasa - Companhia de Saneamento de 
Minas Gerais. Uma nota fiscal de prestação de serviço, expedida pela SMP&B, em 
7 de agosto de 1998, mostrou que  a agência havia recebido também da Copasa 
R$1,5 milhão para a publicidade de patrocínio do mesmo evento. Ou seja, por um 
serviço estimado em R$160 mil, a SMP&B acabou levando do governo mineiro R$ 3 
milhões.

Para aumentar ainda mais a gravidade dos fatos, um relatório de checagem das 
veiculações de publicidade pela televisão, no período entre 15 de agosto e 7 de 
setembro de 1998, demonstrou que não foi transmitida nenhuma propaganda das 
Comig ou da Compas, como patrocinadoras do enduro.

Empresa pertencia a sócios do vice-governador de Minas


E porque o governo Azeredo seria assim tão benevolente com a SMP&B? O deputado 
Durval Ângelo apresenta uma razão plausível. Antes da terceira alteração de seu 
contrato social, ocorrida em 28 de junho de 1998, a SMP&B Comunicação Ltda 
tinha 40% de suas ações em poder da Holding Brasil S.A., divididos entre Marcos 
Valério Fernandes de Souza (o mesmo das denúncias do mensalão), Cristiano de 
Mello Paz e Ramon Hollerbach Cardoso.

A Holding Brasil, por sua vez, era, na ocasião, de propriedade de Clésio 
Soares de Andrade (PFL),   candidato a vice na chapa em que Eduardo Azeredo 
disputava a reeleição e, hoje, vice do governador Aécio Neves.  Em 28 de julho 
daquele ano, a Holding transferiu suas quotas na SMP&B para a Star Alliance 
Participações Ltda, constituída um dia antes (em 27/07/98), por Márcio de Souza 
e Sormane Santos dos Anjos. No Mesmo dia em que receberam as cotas, Márcio e 
Sormane as cederam para ninguém mais, ninguém menos que Marcos Valério, 
Cristiano de Mello e  Ramon Hollerbach Cardoso, que já eram sócios da SMP&B.

Segundo Durval Ângelo, a triangulação, comprovada por documentos levantados em 
Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas, é a demonstração de que o 
vice-governador de Minas, Clésio Andrade transferiu para seus próprios sócios 
as quotas da SMP&B, exatamente às vésperas de a empresa ser indicada para 
receber um repasse milionário (a indicação da SMP&B para a campanha do Enduro 
ocorreu em 7 de agosto).

E a benevolência do governo tucano com a agência SMP&B não parou por aí. Nos 
seus últimos três dias de governo (29, 30 e 31/12/98), Azeredo, que alegava não 
ter recursos sequer para pagar o décimo-terceiro do funcionalismo, liberou 
R$281, 61 milhões para o pagamento de fornecedores e empreiteiros. 
Entre os beneficiados, estava justamente a SMP&B, que recebeu R$  1,608 milhão.

O processo sobre todas as irregularidades denunciadas pelo deputado  Durval 
Ângelo, atualmente, tramita no Supremo Tribunal Federal, que acatou denúncia do 
procurador-geral da República, Cláudio Fonteles. Na denúncia , ele argumenta 
que "Os fatos, significativamente lesivos ao erário mineiro, não apenas 
consistiram em fraude à licitação, mas também resultaram no enriquecimento 
ilícito da empresa beneficiária, SMP&B COMUNICAÇÃO LTDA e, por via transversa, 
dos próprios candidatos ao Governo do Estado de Minas Gerais, eis que parte de 
sua campanha fora patrocinada pela RÉ SMP&B COMUNICAÇÃO LTDA, conforme se 
provará".

O deputado, que defende a apuração de todas as acusações contra o PT, reclama 
que não tenham o mesmo tratamento denúncias que envolvam outros partidos 
políticos. "Eu fiz essa denúncia envolvendo o ex-governador e hoje senador 
Eduardo Azeredo e a SMP&B, em 1998. Em 1999, o Ministério Público acatou a 
denúncia. Hoje, ela já está acatada pelo Supremo Tribunal Federal. 
Quer dizer, tanto Azeredo quanto Marcos Valério já são réus em um processo. 
Se o objetivo é um país ético e mais sério, também estes fatos deveriam merecer 
ampla divulgação, pois envolvem o mesmo publicitário que hoje ocupa todas as 
manchetes, bem como,  o presidente nacional de um grande partido político. Não 
dá para tratar as denúncias de forma diferenciada, conforme o partido que elas 
atingem", protesta.
.................

           "O PT é tipo de esquerda que a direita gosta."

                                                   Darcy Ribeiro


         ----------------------------------------------------------
         Grupo de Analistas Legislativos da Câmara dos Deputados
         ? Atribuição Técnica Legislativa ?
         empossados a partir de 17/01/02.

         E-mail: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx

         http://nefelibatas.zip.net

         http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm%70511

         Administrador: NQL
         ----------------------------------------------------------

.................

Other related posts:

  • » :::Nefelibatas::: Denúncia no STF já liga a SMP&B ao PSDB