:::Nefelibatas::: SIGMARINGA e mais...

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  • To: <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Fri, 15 Jul 2005 14:47:38 -0300


> SALVE-SE QUEM PUDER! VALE TUDO!
> BLOG DO ILIMAR FRANCO (O GLOBO)
> 
> O levantamento feito pelo líder do PFL, deputado Rodrigo Maia (RJ), 
> relacionando a ida de funcionários e familiares de deputados do PT à agência 
> do Banco Rural em Brasília com saques feitos numa agência de Belo Horizonte 
> foi uma das maiores monstruosidades que já vi desde que cheguei em Brasília, 
> em 1987. Não estou surpreso que isso tenha ocorrido, pois tive a certeza 
> desde o dia em que esta crise começou que ela seria cruenta.
> 
> A tentativa de envolver nesse escândalo um homem como o deputado Sigmaringa 
> Seixas (PT-DF), (em quem nunca votei, pois quem me conhece sabe que não tenho 
> por hábito votar em candidatos do PT), é um crime contra o que existe de 
> decência na vida política. Não posso falar pelos demais, pois não os conheço 
> tanto quanto a Sigmaringa, mas se aqueles que são dignos estão sujeitos à 
> toda sorte de vilania, somente delinqüentes continuarão participando da 
> atividade política. Quem perde com isso é a democracia.
> 
> Acredito que estamos vivendo o apogeu daquilo que batizei, ainda no governo 
> Fernando Henrique (O Paulo Félix, que foi assessor de imprensa dos ministros 
> da Justiça, Nelson Jobim, do ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, e da 
> campanha de Fernando Henrique em 1998, deve lembrar.), de jornalismo 
> insinuativo. Esse tipo de jornalismo, do qual eu mesmo não estou imune de 
> práticá-lo eventualmente, funciona assim: um adversário político produz um 
> dossiê que aponta indícios, sinuosidades, passa para a imprensa que não faz 
> investigação alguma sobre a veracidade dos fatos apontados ou a razoabilidade 
> das insinuações, e dá-se divulgação.
> 
> Não esqueço de uma cena na redação do GLOBO em Brasília que, se a memória não 
> me falha, ocorreu em 2001. O editor do jornal era o Merval Pereira (hoje 
> colunista do GLOBO) e o chefe da sucursal o Dácio Malta. O 
> ex-secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge Caldas Pereira, acabara de 
> derrubar a versão (veiculada como verdade em todos os jornais) de que 
> ligações que recebia do juiz Nicolau relacionavam-se com a liberação de 
> recursos para a obra do TRT de São Paulo. O Merval Pereira disse que era 
> preciso "mais responsabilidade". Acredito que, em nome da responsabilidade, 
> está na hora do nosso ceticismo, quanto a honestidade dos políticos, também 
> ser uma ferramenta para avaliar denúncias e os propósitos honestos de seus 
> autores.
> 
> O mais terrível desta luta política, que apenas começa, é que uma crise nunca 
> teve tanta cobertura da mídia. Nunca tivemos tantas transmissões ao vivo. 
> Nunca verdades e mentiras foram propagadas em tempo real como agora. A 
> informação objetiva por si só já tem um efeito bombástico sobre o público. 
> Isso se eleva a "n" potência acrescida de doses diárias de sensacionalismo.
> 
> Nós, brasileiros, ainda veremos cenas mais degradantes e pouco edificantes 
> daqui para frente. Vou ficar num fato recente. Gente, se o líder do PSDB no 
> Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), pode subir a tribuna e tratar o PT como 
> uma quadrilha, é normal que ele seja tratado da mesma forma. Se a empresa 
> Skymaster está envolvida num esquema de corrupção neste governo é razoável 
> supor, pelos padrões vigentes, que o tenha feito em governos anteriores. Se 
> esta empresa é tratada como uma entidade criminosa é razoável supor que quem 
> quer que tenha recebido doações dela, ou de seus proprietários, também tenha 
> um pé no crime. Ou será que o devemos tratar como idiota? Em favor do tucano 
> devemos dizer que ele faz agora a mesma coisa que os petistas fizeram em oito 
> anos do governo Fernando Henrique.
> 
> Estamos assistindo ao fim da política. Estamos no meio de uma guerra. É duro 
> ver tanta paixão jogada na lata do lixo da história. Daqui para frente pode 
> ser assim: "ladrão prá lá, ladrão para cá". E no fim o público sairá 
> convencido: "é mesmo, eles têm razão: são todos ladr> ões!" Acho que alguém 
> disse que os militares um dia inventariam uma arma tão perfeita que eles 
> fariam o disparo, o tiro daria a volta ao mundo e os acertaria pelas costas. 
> Esta arma ainda não existe, mas os políticos encontraram uma forma de 
> auto-aniquilamento.
> 

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