[Nefelibatas Provocadores] Re: [Nefelibatatinhas] Será?

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  • Date: Mon, 03 Jan 2005 15:49:59 -0200

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É, parece que não melhorou tanto assim...



Indonésia e Sri Lanka investigam tráfico e seqüestro de crianças após tsunamis (oGloboonline)

Agências Internacionais

COLOMBO, Sri Lanka - Após sobreviverem ao terremoto e ao maremoto que matou 150 mil na Ásia na semana passada, milhares de crianças órfãs da tsunami são alvo em potencial de novas ameaças. Nesta segunda-feira, o Exército do Sri Lanka acusou a guerrilha separatista tâmil dos Tigres de Libertação do Tâmil Eealam (LTTE, na sigla em inglês) de seqüestrar órfãos do desastre natural e autoridades da Indonésia disseram que estão investigando denúncias de tráfico de crianças.

- Não podemos garantir que isso tenha acontecido, porque a situação ainda é confusa. No entanto, as autoridades investigarão as denúncias - afirmou Makmur Sunusi, do Ministério da Ação Social da Indonésia.

Oito dias depois de as ondas terem devastado parte da costa de Aceh, na ilha indonésia de Sumatra, o Ministério da Saúde elevou o número de mortos no país para 94.081 pessoas - 13 mil a mais que a cifra anterior. Equipes de resgate dizem que a maioria dos mortos pela tsunami 26 de dezembro na Indonésia é de crianças. Muitas das que sobreviveram, de outro lado, perderam toda sua família.

No Sri Lanka, militares acusaram os rebeldes de minoria tâmil, hinduístas de origem indiana que lutam por um Estado independente no Norte do país, de seqüestrarem crianças.

- As crianças que ficaram órfãs após as ondas gigantes nas áreas sob controle dos Tigres Tâmil começaram a fugir dos centros de refugiados, já que os rebeldes lançaram uma operação para seqüestrá-las - disse esta manhã a jornalistas o porta-voz do Exército cingalês, general Daya Ratnayake.

- Descobrimos a estratégia da guerrilha depois que três meninas entre 14 e 16 anos foram resgatadas pelo Exército do Sri Lanka em um posto de controle do norte no sábado passado, quando eram transportadas para um acampamento rebelde na selva do norte.

O porta-voz afirmou que as jovens tinham sido seqüestradas em um abrigo por vários membros da guerrilhas, que as iludiram para que fugissem com eles. O governo cingalês calcula que metade dos membros da guerrilha seja formada por mulheres.

Fontes militares no distrito de Baticaloa, no leste do país, onde está localizado o principal centro de operações dos guerrilheiros, disseram que milhares de refugiados fugiram das zonas sob o controle dos rebeldes para as áreas controladas pelo governo, depois que eles capturaram pelo menos cinco crianças cujas famílias estavam abrigadas em centros no distrito.

- Este fato é deplorável. Estes pais perderam tudo o que tinham e agora estão sendo privados de seus filhos também - disse um oficial do Exército que pediu para não se identificado. A fonte disse que as Forças Armadas denunciaram o fato aos monitores internacionais que supervisionam a manutenção da trégua em vigor no país desde fevereiro de 2002.

Cerca de 30 mil pessoas morreram na ilha do Sri Lanka por causa das ondas gigantes da semana passada. A imprensa local estima que 42 pessoas morreram no maremoto e disse que o número de vítima poderia aumentar, já que cinco mil pessoas continuam desaparecidas,segundo cifras oficiais do governo.

A denúncia contra a guerrilha tâmil foi feita em meio à visita da diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Carol Bellamy, a centros de refugiados no Sri Lanka



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Subject: [Nefelibatatinhas] Será?
Date: Wed, 29 Dec 2004 10:27:44 -0200

Será?O mundo do Krakatoa melhorou

ELIO GASPARI

Omundo melhorou, e muito. Entre a hora em que o vulcão Krakatoa explodiu (10h02m de 27 de agosto de 1883) e o momento em que o cônsul inglês Alexander Cameron terminou seu relatório ao conde de Granville, em Londres, passaram-se cinco dias. Cameron percebeu que estava diante de uma das ?maiores calamidades do século?. Uma ilha sumira do mapa, numa explosão que provocara o maior estrondo dos tempos modernos. Quatro tsunamis, um deles da altura de um prédio de dez andares, varreram três cidades e 165 vilarejos das costas de Java e Sumatra (cerca de dois mil quilômetros ao sul do epicentro do terremoto de domingo). Morreram 36 mil pessoas.

O cônsul Cameron consumiu cinco linhas referindo-se ao sumiço de ?milhares de nativos?. Tratou da falta de forragem para o gado. Comida para os bípedes, nem uma palavra. O mesmo aconteceu com o agente da seguradora Lloyd?s. Semanas depois, quando chegou o socorro do governo holandês, atenderam-se primeiro às necessidades dos comerciantes europeus. Dois meses depois da explosão um soldado foi esfaqueado enquanto comprava fumo no mercado. Pouco depois, outra adaga mostrou à Europa que Java não era mais a mesma. Começava uma revolta rural islâmica que hoje se confunde com a independência da Indonésia, obtida em 1949.

O mundo melhorou muito porque entre o momento em que o tsunami lanhou a Ásia e o instante em que se percebeu o tamanho do desastre de domingo passaram-se menos de cinco minutos. Cinco horas depois já estavam mobilizados voluntários de dezenas de países, levando toneladas de alimentos, milhões de dólares e o sentimento do mundo para aquele pedaço de tragédia. Por maior que seja a pobreza do litoral atingido, desapareceu do mundo a noção de ?nativos?, tão cara aos ingleses do século XIX. Por mais ineptos que sejam os baronetes dos países atingidos, dezenas de organizações não governamentais dão à ajuda internacional uma inédita legitimidade.

Em 1883 não havia como fazer chegar ajuda às praias de Java a tempo de salvar as vítimas de epidemias e da fome. Também não havia grande interesse em fazê-lo. O mundo globalizado do fim do século XIX debruçou-se sobre o caso do Krakatoa por conta do desconforto científico que os cataclismos parecidos com o fim do mundo costumam estimular.

Com a ajuda de Iemanjá, a ONU pode transformar a tragédia asiática numa ressurreição de sua bandeira azul-celeste. Já se foi o tempo em que os Estados Unidos podiam socorrer os flagelados com navios-hospital e voluntários de organizações semigovernamentais. Em 1966, quando uma barragem do Rio Arno rompeu-se e a cidade de Florença foi inundada por um aluvião, jovens de toda a Europa acorreram para a relíquia enlameada e salvaram uma parte do acervo da Biblioteca Nacional e do porão do museu dos Uffizi. Coisa parecida pode se repetir na Ásia.

É possível que esteja se formando um dos maiores movimentos de solidariedade da História. Se isso acontecer, 2004 terá terminado mal, mas 2005 terá começado da melhor maneira possível.

? Serviço. A fonte mais recente para a explosão de 1883 é ?Krakatoa ? The Day the World Exploded?, do geólogo Simon Winchester, publicado nos Estados Unidos no ano passado. Ele pode ser sapeado no seguinte endereço da Amazon Books:

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ELIO GASPARI é jornalista.


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