Prezados colegas da lista, segue abaixo discurso do Líder do Governo proferido hoje logo na abertura da OD. ================ O SR. PRESIDENTE (Aldo Rebelo) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Arlindo Chinaglia, para uma Comunicação de Liderança, pelo Governo. O SR. ARLINDO CHINAGLIA (PT-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a imprensa hoje noticia a representação, feita pela Advocacia-Geral da União junto ao Supremo Tribunal Federal, em que a União entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade frente à derrubada do veto presidencial, produzido em sessão do Congresso Nacional, que dispunha sobre o aumento dos servidores da Câmara e do Senado. Primeiramente, quero chamar a atenção dos Líderes e dos Deputados que à época argumentaram, defenderam e, até sob alguns aplausos, votaram e derrubaram o veto. Vou ler o que este Deputado falou naquela oportunidade: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, quero recuperar parte do debate que fizemos por ocasião do veto feito pelo Presidente da República, após o Congresso ter aprovado projetos de lei dando reajuste de 15% aos seus servidores. Esse discurso foi proferido em 31 de agosto, quando da derrubada do veto. Eu dizia então: Naquela oportunidade, o Presidente Severino Cavalcanti e a Liderança do Governo, por mim representada,reunimo-nos com alguns Ministros e produzimos um acordo que diz respeito aos servidores da Câmara dos Deputados. Posteriormente farei menção aos demais. Eu me referia aos servidores do Senado e do TCU. Como o Líder do Governo no Senador, Aloizio Mercadante, havia usado da palavra, repeti: Exatamente como disse o Líder Aloizio Mercadante, ao constatar que os servidores da Câmara ainda não tiveram seu plano de carreira aprovado, o Governo assumiu o compromisso - e vai cumpri-lo - de que seria aprovado o plano de carreira dos servidores da Câmara dos Deputados. Eu fui seu avalista. Outros também o foram. E o Presidente Severino Cavalcanti foi quem conduziu as negociações. Para que isso pudesse ir em frente, teria de ser aprovada na LDO a provisão orçamentária. E ela foi feita na quantidade de 468 milhões de reais. Portanto, o que falta - e não estou falando do veto neste momento - aos servidores da Câmara dos Deputados? Apenas a desobstrução da pauta. Estamos todos empenhados para que isso ocorra. O projeto está tramitando em regime de urgência urgentíssima. Dizia, no dia 31 de agosto: Portanto, no que diz respeito aos servidores da Câmara dos Deputados, há o compromisso, há a verba, há o projeto de lei e vai acontecer. Naquela época, dizia: Agora quero falar dos vetos. É evidente que vários Parlamentares, inclusive Líderes, têm a intenção - e nós a respeitamos - de também conceder reajuste para os servidores do Senado Federal. E há o pleito para que os servidores do TCU sejam incluídos. Dizia: Se derrubarmos o veto, isso vai, do ponto de vista legal, obrigar o Governo, por falta de alternativa, a ajuizar uma ADIN no STF, o que tiraráa possibilidade de conduzirmos o processo de maneira mais rápida e eficaz para os servidores da Câmara. Perderíamos assim a oportunidade, ainda que não em caráter definitivo, de começarmos negociações para o Senado e TCU, respeitando, em primeiro lugar - que isso fique claro - , os servidores da Câmara dos Deputados, que ainda não tiveram o Plano de Carreira aprovado. Agora, até para facilitar a compreensão, digo que o Plano de Carreira do Senado foi aprovado em 2002 e integralmente pago até 2004. O Plano de Carreira do TCU já foi implantado. Assumimosentão o compromisso com os servidores da Câmara exatamente para que, em dado momento, ocorresse a isonomia entre os servidores da Câmara, do Senado e do TCU. Vou dar alguns dados, até para que o SINDILEGIS reveja a sua estratégia. O SINDILEGIS acusava-me de operar contra o veto. Eu não operava contra o veto, eu operava a favor dos servidores da Câmara, principalmente. Dou alguns números em relação aos ativos. Média salarial do Senado: R$13.196,00. Média salarial do TCU: R$ 12.333,00. Média salarial da Câmara: R$ 5.314,00. Dados referentes aos inativos: no Senado, R$ 10.800,00; no TCU, 12.500,00, e na Câmara, R$ 8.195,00. Traduzo, para que aqueles Deputados que discursaram e votaram entendam agora que erraram. Erraram porque havia o acordo. Por que foi necessário aquele primeiro veto do Presidente da República? É que o art. 169 da Constituição brasileira diz: Art.169 ............................................................... ............................................................................ Parágrafo único. A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a administração ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades de administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público só poderão ser feitas: I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos delas decorrentes; Portanto o Congresso não tem o poder de determinar qualquer remuneração de pessoal se não houver na LDO, ou seja, no Orçamento Geral da União, prévia dotação orçamentária. É por isso que alertamos e falamos contra a derrubada do veto. Só temos a lamentar que poucos compreenderam e, por maioria avassaladora, derrubou-se o veto. E os servidores da Câmara, hoje, não podem sequer ter o aumento que havíamos nos comprometido e que eles vão ter a partir do momento que houver o desenlace no Supremo Tribunal Federal. Portanto me dirijo a todos os líderes, a todos Parlamentares e aos servidores da Câmara para dizer que hoje o aumento ainda não saiu porque o veto, naquele momento, foi derrubado e nós alertamos: É ilegal, éinconstitucional. É por isso que dizíamos que o Governo não teria alternativa. E sei que houve Parlamentares da Mesa e da Oposição que vieram à tribuna e referendaram o que havíamos dito. Porém, isso acontece naqueles momentos de muita emoção, de muito discurso e, lamentavelmente, de engano, que resulta num prejuízo objetivo até o momento. Por quê? Pelo acordo que vivenciamos e ajudamos a conduzir com o ex-Presidente da Casa, Deputado Severino Cavalcanti, na LDO, estava destinada verba para o projeto de lei, que, portanto, só falta seraprovado. A partir do momento que caiu o veto, ficou impossível cumprir o acordo, e o Governo é obrigado entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal. Lamentamos o fato. Espero que todos aprendamos a lição. Estamos à disposição da Mesa, do Diretor-Geral, do Presidente para buscarmos solução para o impasse. Reitero: está muito mais próxima a solução para os servidores da Câmara, porque há verba e, acima de tudo, fará justiça, mas temos de aguardar a decisão do Supremo, que, salvo melhor juízo, ainda demora alguns dias. Portanto, Sr. Presidente, era o esclarecimento que queria prestar a Casa em nome do Governo e reiterar nosso compromisso que serácumprido e vamos posteriormente com o Senado e com Tribunal de Contas da União