No começo do ano passado, houve uma Medida Provisória que quis alterar as regras do auxílio-doença e outros benefícios. O relator era o Dep. Hemrique Fontana, um grande entusiasta da idéia. Foi uma MPV muito polêmica, segundo alguns totalmente inconstitucional; lembro do Deputado Sérgio Miranda, então no PCdoB, indignado e triste com a Medida. Passou na Câmara e o Senado arquivou. Sabe-se que há tantas fraudes no INSS, acabar ou "flexibilizar" alguns benefícios previdenciários só vai prejudicar os trabalhadores mais necessitados, e não ajudará a previdência. É uma pena. Alguém já disse que a Previdência é o verdadeiro fome zero do Brasil. Sem desmerecer o Fome Zero, que é de fato um bom programa e deve ser mantido (na minha opinião pelo menos). Aproveito para divulgar o Seminário Segurança Alimentar e Hortas Comunitárias, que será realizado em junho pela Comissão de Seguridade Social e Família. Pauta - 10/4/2006 20h18 - Agência Câmara Seminário debate segurança alimentar e hortas comunitárias A Comissão de Seguridade Social e Família vai realizar no dia 7 de junho o seminário Segurança Alimentar e HORTAS Comunitárias. O encontro foi solicitado pelo deputado Feu Rosa (PP-ES) e aprovado na última quarta-feira (5). Segundo o deputado, o seminário servirá para divulgar informações sobre as HORTAS comunitárias e a agricultura urbana, "importantes instrumentos de inclusão social". Feu Rosa afirma que a agricultura urbana e as HORTAS comunitárias são também instrumentos de combate à fome, previstos na política de segurança alimentar, que poderiam ser mais difundidos no País. O seminário deverá reunir os vários atores que financiam, planejam, executam e coordenam a implantação de HORTAS comunitárias e projetos de agricultura urbana. São eles organizações não-governamentais, entidades beneficentes, governos federal, estaduais e prefeituras e instituições de pesquisa como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), além das comunidades atendidas por esses projetos. Experiências Muitas experiências em curso, nas várias regiões do Brasil, merecem a atenção de todos os interessados em aumentar os índices de inclusão social e em garantir uma alimentação adequada para a população que vive em situação de pobreza ou abaixo da linha de pobreza, diz Feu Rosa. O seminário será fundamentado nessas experiências. "É um tema pouco explorado, mas que pode ter impacto na qualidade de vida de grande parte da população", afirma o parlamentar. O deputado espera, entre os resultados do seminário: - conhecer casos de sucesso que constituem referência no País; - analisar as vantagens, os gargalos e os desafios; - analisar as perspectivas de expansão pelo País, tendo em vista aumentar a segurança alimentar; - conhecer a participação das várias esferas de governo e o papel das entidades não-governamentais, bem como o apoio das instituições de pesquisa; - disseminar informações sobre o tema; - integrar os agentes envolvidos; - aumentar o interesse do Congresso e dos cidadãos pelos temas de assistência social em geral, e sobre segurança alimentar em particular. O seminário será realizado no plenário 7. ________________________________ De: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx [mailto:analistas2002@xxxxxxxxxxxxx] Enviada em: terça-feira, 2 de maio de 2006 11:02 Para: CamaraDas Assunto: Mais um governo Lulla? ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA Como é delicado, tema não deverá, porém, ser abordado na campanha eleitoral Lula e assessores planejam nova reforma da Previdência MALU DELGADO DA REPORTAGEM LOCAL Está em estudo no governo, de forma silenciosa e discreta, a implementação de uma segunda reforma da Previdência e a adoção de uma política mais flexível do regime de metas de inflação a partir de 2007 caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja reeleito. Lula tem dito a membros da equipe econômica que está satisfeito com os indicadores e não quer "inventar" mudanças num eventual segundo mandato. Só que ele e seus auxiliares sabem que não será possível crescer sem enfrentar o déficit da Previdência e temas espinhosos, como a desvinculação de receitas da saúde. A Folha apurou que esses temas, que despertam reações negativas no PT, na sociedade e no mercado, não serão abordados abertamente na campanha. O discurso eleitoral será genérico, apontando especialmente a redução gradual da taxa básica de juros e de mais investimentos públicos como elementos cruciais para se obter crescimento econômico. A nova reforma da Previdência não englobaria, inicialmente, mudanças no fator previdenciário (alteração no tempo de contribuição e idade para concessão das aposentadorias), conforme relatos de auxiliares do presidente. A idéia central é apertar o cerco à concessão de alguns benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), como auxílio-doença, e investir na informatização de todos os postos do país para reduzir fraudes. Ainda neste ano o governo enviará ao Congresso todos os projetos para regulamentar os fundos de pensão do servidor público, assuntos pendentes desde a aprovação da reforma em 2003. Caso as iniciativas para aumento de arrecadação da Previdência não produzam os resultados esperados, a mudança no fator previdenciário não está descartada. "A Previdência tem de ser continuamente avaliada e reorganizada", disse à Folha o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Os auxiliares diretos de Lula não trabalham com a perspectiva de redução do superávit primário, como defende o PT. "Vamos manter o superávit de 4,25% num segundo mandato, e acreditamos que, com uma taxa média de crescimento de 4,5% do PIB, conseguiríamos praticamente zerar o déficit de governo em quatro anos", afirmou Bernardo. Superávit As apostas do governo para que a média de crescimento supere 4,5% estão escoradas na redução da Selic (hoje em 15,75%). "Diminuindo a taxa de juros diminui o peso da conta do Tesouro, e [com isso] temos condição de zerar o déficit nominal. Acho perfeitamente possível conseguir isso no próximo mandato", afirmou Bernardo. O PT rejeita discutir a proposta do déficit nominal zero, elaborada pelo ex-ministro e deputado Delfim Netto (PMDB-SP). Ele alerta que o déficit da Previdência pode chegar a 3,4% do PIB em 2010 e que esse cenário exigiria um superávit de pelo menos 6% para evitar o descontrole da dívida pública. As ponderações de Delfim são consideradas por Lula. Se uma nova reforma da Previdência e o aumento do superávit causam celeuma entre petistas, a mudança nas metas de inflação, por outro lado, agradaria ao partido. Essa é uma bandeira antiga do líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), e do ministro Guido Mantega (Fazenda). A aposta é que, com a inflação sob controle e juros em queda, seria possível ampliar o intervalo de tolerância do regime de metas (hoje de dois pontos percentuais) ou o período em que se persegue a meta (fixada em 4,5%) de 12 para 24 ou 36 meses. Essa mudança permitiria ao governo aumentar gastos sociais. "Temos que assumir o que muda e o que será mantido. Meia dúzia de frases de efeito não vão colar", disse Mercadante.