PT iniciou preparativos às 6 horas O PT começou às 6 horas de ontem e a preparação para o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no 5º Fórum Social Mundial (FSM), em Porto Alegre. Ansiosos para evitar as prometidas vaias, dirigentes do partido estavam de manhã cedo no Ginásio Gigantinho, onde Lula falou no lançamento da campanha Chamada Global para Ação contra a Pobreza. Dias antes, uma operação de guerra havia começado para atrair simpatizantes, distribuir 11 mil camisetas e bandeiras e assegurar que os espaços do ginásio fossem tomados por petistas e não pela oposição, que prometia fazer barulho. A ação deu certo. As manifestações de desagrado ainda apareceram, mas foram, a maior parte do tempo, abafadas pelos gritos e aplausos a favor do presidente - incluindo o "Lulalá", hino da primeira campanha à Presidência. Os opositores ficaram do lado de fora, barrados pelos petistas que chegaram de manhã cedo ao Gigantinho. Apesar dos portões só terem sido abertos às 8 horas, antes começaram a chegar os primeiros partidários do presidente, vestindo as camisetas vermelhas com "100% Lula" escrito, distribuídas no dia anterior. Há cerca de uma semana, a secretaria de mobilização do PT começou a convocar aliados nos diretórios municipais e regionais, sindicatos e movimentos sociais. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também ajudou. Da região metropolitana da capital gaúcha, chegaram vários ônibus lotados de sindicalistas. Também apareceram dirigentes de vários Estados. Na quarta-feira, durante a passeata de abertura do FSM, o partido distribuiu cerca de 7 mil camisetas e 12 mil bandeiras. Ontem, outras 4 mil camisetas foram entregues. "O PT não ficou na defensiva", afirmou o presidente nacional da legenda, José Genoino, confirmando que foi feita uma convocação. "O PT é um partido de mobilização. Há muitos petistas no Fórum Social Mundial. Fizemos um chamamento para que assistissem à manifestação do maior líder do partido", disse. Ontem, as camisetas vermelhas dominaram o ginásio. Como a lotação era limitada, os simpatizantes de Lula ocuparam a fila, entraram primeiro e conseguiram deixar do lado de fora a maioria dos representantes do PSTU e Psol, que pretendiam fazer ruído contra o presidente. Os poucos que conseguiram lugar, de cerca de cem manifestantes, estavam entre os últimos a entrar. Ainda incomodaram, mas o PT desdenhou. "Nossa estratégia foi um sucesso. Conseguimos fazer com que houvesse manifestações de apoio ao presidente", disse o secretário nacional de Mobilização da sigla, Francisco Campos.