Olá amigos, Gostaria de lhes contar, resumidamente, o que ando "aprontando" ultimamente: meu marido, Carlos Guimarães, é atleta de basquetebol em cadeira de rodas. Com freqüência ele ia com o time fazer apresentações em escolas e dar palestras para crianças e adolescentes. Neste ano, ele montou, junto com alguns outros atletas de modalidades paraolímpicas, o Projeto Reação. Esse projeto tem por objetivos básicos divulgar o desporto paraolímpico - com ações educativas entre outras - promover a integração e buscar patrocínio para os atletas. Eles começaram a fazer esse trabalho, já com o nome Projeto Reação na Escola Batista , nos mês passado, e estão, nessa semana, no SECAP, no Lago Norte. Nas escolas, junto com os professores de Educação Física, principalmente, eles dão palestras sobre vários assuntos relacionados à deficiência e ao desporto adaptado. Atletas de Futebol de Amputados, de Tênis de Mesa em Cadeira de Rodas, de Hipismo, de Basquete e de Volley adaptados fazem demonstrações e falam com os alunos. É um barato. Eu ajudei na primeira escola, na Batista. As crianças adoram: elas sobem na cadeira, elas desafiam os meninos no tênis de mesa ou no futebol, elas tentam jogar bola com os olhos fechados. A gente acredita que é com a informação, com a convivência, que o preconceito vai diminuir e a integração se dará de forma mais fácil e correta no futuro. Essas crianças que pedem autógrafos, que tiram fotos com eles, que brincam numa cadeira, não se esquecerão da experiência quando se depararem com alguém diferente. Não deixarão os pais estacionarem nas vagas especiais e, esperamos, se lembrarão da diversidade quando, já profissionais, tiverem que fazer adaptações arquitetônicas, auxiliar um colega a se integrar ou mesmo criar situações de integração. Bom, o Carlos tem um amigo, do Corpo de Bombeiros do DF, que mora numa região próxima a Planaltina. É uma região carente e ele e a esposa fazem parte da Pastoral da Criança. Sabendo do Projeto, eles combinaram de irmos lá no domingo retrasado, no dia da pesagem. Juntos, compramos brinquedos para serem doados para as crianças, pois naquele domingo seria comemorado o dia das Crianças. Eu conversei com as mães sobre desenvolvimento infantil (falei sobre a importância da alimentação adequada, da higiene, da vacinação, da afetividade entre mãe e filho e de exercícios de estimulação a serem feitos com os bebês para o bom desenvolvimento). Haviá lá cerca de 60 crianças ou mais (contando os irmãos e colegas) e mais um tanto de adultos. Todo terceiro domingo do mês elas se juntam na casa desse colega para a pesagem. São 4 coordenadores da pastoral juntos nesse dia, cada um com cerca de 15 crianças. Há também algumas gestantes acompanhadas pela Pastoral (adolescentes...). Nesse domingo, as próprias senhoras da pastoral fizeram o lanche com donativos que conseguiram (cachorro-quente, canjica, caldo de carne moída com mandioca e refrigerante) e distribuíram um pacotinho com doces para as crianças. Elas dizem que, geralmente, não dão doces nem refrigerantes, para não estimular o consumo dessas guloseimas, mas era dia de festa! Bom, foi nosso primeiro dia, mas já saímos com tantas idéias! É muito bom poder ajudar e as pessoas são receptivas. Liguei para uma prima que é dentista e ela disse que pode ir da próxima vez, para conversar sobre higiene bucal (fiquei pensando que as mães não devem ter muita informação e me preocupei com os bebês!). Vamos tentar conseguir escova de dentes e pasta para cada criança. Vamos ver com o representante da Dental o preço do flúor, pois então faríamos aplicação de flúor nesse dia também . Como elas moram em casas, pensei em, mais para frente, conseguirmos um jeito de incentivá-las a cada uma fazer uma pequena horta no seu quintal. Bom, o próximo encontro será no terceiro domingo de novembro, dia 19. A comunidade é carente. Tem criança de todas as idades e eles precisam de muita coisa. Por isso, são muitas as idéias e opções. Estou contando tudo isso pois, quem sabe, algum de vocês quer ir conosco na próxima vez ou tem alguma idéia e queira ajudar. Tomara que sim e que possamos trabalhar juntos! Um beijinho, Eugênia