[CamaraDas] gramatica genial!

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  • To: <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Mon, 15 May 2006 15:43:33 -0300

Para quem gosta de Português.
 
Esta é uma redação feita por uma aluna do curso de 
Letras, da UFPE> >> (Universidade Federal de 
Pernambuco - Recife) e que obteve vitória>em> um concurso 
interno promovido pelo professor titular da cadeira de> Gramática > 
 
"Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam 
no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns 
anos bem vividos pelas preposições da 
vida. E o artigo era bem definido, feminino singular: era ainda novinha, 
mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingênua, 
silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com 
todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. 
O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem 
ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, 
a perguntar, a onversar. O artigo feminino deixou as reticências> >> de 
lado, e 
permitiu esse pequeno índice.> >> De repente, o 
elevador pára, só com os dois lá dentro:> >> ótimo, 
pensou o substantivo, mais um bom motivo para> 
>> provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, 
já> >> estavam bem entre parênteses, quando o 
elevador> >> recomeça a se movimentar: só que em vez 
de descer,> >> sobe e pára justamente no andar do 
substantivo. Ele> >> usou de toda a sua flexão 
verbal, e entrou com ela em> 
>> seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes 
em> >> silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem 
suave e> >> gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla 
para ele e um> >> hiato com gelo para ela. Ficaram 
conversando, sentados> >> num vocativo quando ele 
começou outra vez a se> >> insinuar. Ela foi 
deixando, ele foi usando seu forte> >> adjunto 
adverbial, e rapidamente chegaram a um> 
>> imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam> 
>> terminar num transitivo direto.> 
>> Começaram a se aproximar, ela tremendo de 
vocabulário,> >> e ele sentindo seu ditongo 
crescente: se abraçaram,> >> numa pontuação tão 
minúscula, que nem um período> >> simples passaria 
entre os dois. Estavam nessa ênclise> >> quando ela 
confessou que ainda era vírgula ele não> >> perdeu o 
ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu> 
>> apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por 
essas> >> palavras, estava totalmente oxítona às 
vontades dele,> >> e foram para o comum de dois 
gêneros. Ela totalmente> >> voz passiva, ele voz 
ativa. Entre beijos, carícias,> >> parônimos e 
substantivos, ele foi avançando cada vez> >> mais: 
ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com> 
>> todo o seu predicativo do objeto, ia tomando 
conta.> >> Estavam na posição de primeira e 
segunda pessoas do> >> singular, ela era um perfeito 
agente da passiva, ele> >> todo paroxítono, sentindo 
o pronome do seu grande> >> travessão forçando 
aquele hífen ainda singular. Nisso> >> a porta abriu 
repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, 
e entrou 
dando conjunções e adjetivos nos dois, que se 
encolheram gramaticalmente, cheios de 
preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver 
aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou 
melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu 
seus advérbios e declarou o seu particípio na 
história. Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma 
metáfora por todo 
o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou, e 
mostrou o seu adjunto adnominal Que loucura, 
minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era 
um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos 
dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele 
predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez 
mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu 
tritongo, propondo claramente uma 
mesóclise-a-trois. Só que as condições eram 
estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, 
penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento 
verbal no artigo feminino. O substantivo, vendo que poderia se transformar 
num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu 
colocar um 
ponto final na história: agarrou o verbo 
auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela 
e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à 
língua portuguesa, com o artigo feminino 
colocado em conjunção coordenativa conclusiva." 
 
 

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