[CamaraDas] urgente: fim da PROPAGANDA PARA CRIANÇAS

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  • Date: Mon, 22 May 2006 14:19:27 -0300

urgente: fim da PROPAGANDA PARA CRIANÇAS
pressione os deputados!!

FIM DA PUBLICIDADE/PROPAGANDA PARA CRIANÇAS
=> não à venda de sonhos

A deputada federal Maria do Carmo Lara (PT/MG) é relatora do Projeto de Lei 
5.921/2001, de autoria do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB/PR), que proíbe 
propaganda para crianças. Como ela não concorda com a proibição total, criou um 
projeto substitutivo, pelo qual a veiculação de propaganda dirigida diretamente 
à criança seria proibida das 7h às 21h, no rádio, na tevê e na Internet. O 
substitutivo será apresentado esta semana (de 21/05/06) na Comissão de Defesa 
do Consumidor, que poderá votá-lo em caráter terminativo, sem a necessidade de 
ser votado pelo Plenário da Câmara - a não ser que um deputado solicite isso.

Vamos pedir que os deputados aprovem a proibição total de propagandas para 
crianças e adolescentes. É fácil conseguir: ligue para o 0800 619 619 
(telefonema gratuito para a Câmara dos Deputados) e diga que você quer o fim da 
propaganda para crianças, seja de dia, seja de noite, seja em qualquer meio de 
comunicação. Você também deve mandar um e-mail para a deputada Maria do Carmo 
Lara pedindo que o projeto de lei proíba totalmente essas propagandas ( 
dep.mariadocarmolara@xxxxxxxxxxxxx <mailto:dep.mariadocarmolara@xxxxxxxxxxxxx>  
). Para que a proibição total ou parcial seja aprovada na Comissão de Defesa do 
Consumidor, você deve mandar um e-mail para cada deputado membro da Comissão 
solicitando que apóie esta causa ( 
http://www2.camara.gov.br/comissoes/cdc/membros 
<http://www2.camara.gov.br/comissoes/cdc/membros/t_blank>  ). Para acompanhar a 
tramitação do Projeto de Lei 5.921/2001 ou seu substitutivo, acesse a página da 
Câmara ( www.camara.gov.br <http://www.camara.gov.br/t_blank>  ) e clique à 
esquerda em "projetos de lei e outras proposições", por onde você pode 
encontrar o projeto e cadastrar seu e-mail para ficar por dentro do que está 
acontecendo. Um site interessante para estudar o assunto é 
www.criancaeconsumo.org.br <http://www.criancaeconsumo.org.br/t_blank> . No 
orkut, promova a discussão participando da comunidade Consumismo=destruição ( 
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=11839737 
<http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=11839737/t_blank>  ) e convidando seus 
amigos. Divulgue o programa Ver TV sobre este assunto e peça que todos assistam 
a ele pela Internet (acessar http://www2.camara.gov.br/tv 
<http://www2.camara.gov.br/tv/t_blank> , clicar à esquerda em "conheça os 
programas" e procurar pelo Ver TV de 27/04/06).


Proibir por quê?

As crianças brasileiras são as que mais vêem tevê no mundo. A média é de 4 
horas e 51 minutos por dia, segundo o Ibope, em frente à tela. Chegam a 
assistir a mais de 10 horas por dia de programação televisiva nessa era de pais 
ocupados e apressados. E quanto menor a renda familiar, mais tempo é dedicado à 
televisão por falta de alternativas.

São várias as conseqüências dessa exposição das crianças ao mundo da televisão. 
Elas são induzidas a crer que a felicidade é alcançada por meio do consumo. Em 
programas infantis, quando não é o conteúdo ruim, são apresentadores ou 
personagens idolatrados pelas crianças tentando lhes vender coisas, 
explicitamente ou não. Para quem ainda nem faz separação entre programa e 
propaganda - o que ocorre até os 12 anos, segundo um pesquisador sueco -, 
recursos como o merchandising são muito persuasivos. Essa técnica contextualiza 
o produto dentro de um desenho ou história sem identificar como propaganda, 
trabalhando isso no imaginário, na subjetividade, e é proibida pelo Código de 
Defesa do Consumidor quando não identificada como tal.

Os pequenos também são alvo nos intervalos e, sem condições de entender a 
intenção dos comerciais, ficam sujeitos a todo tipo de peça publicitária, até 
de propagandas que as fazem convencer os pais sobre a compra de um produto para 
adultos, como um carro. No caso das propaganda enganosas, as crianças são 
levadas a acreditar que o carrinho sobe em qualquer parede ou que a boneca anda.

Há também os comerciais em que o próprio produto é o vilão da história, como as 
promoções infantis das lanchonetes fast food, uma venda casada de alimentos 
inadequados para a saúde e brinquedos não disponíveis fora da lanchonete. As 
propagandas de alimentos de baixo ou nenhum valor nutricional e os estilos de 
vida relevados pela televisão são fortes influências em distúrbios alimentares 
como obesidade e anorexia. O senador americano Teddy Kennedy tem um projeto que 
as proíbe. No Brasil, o sedentarismo físico e mental causado pela televisão 
contribui para que 35% das crianças brasileiras estejam acima do peso e 15% 
obesas.

A sexualização precoce é outro problema, estimulada por programas e 
propagandas. As crianças querem imitar os adultos. São muitos os anúncios que 
levam as meninas a pedir para suas mães tamanquinhos e outros sapatos com 
salto, inadequados para a idade, com a marca da apresentadora preferida. No 
Brasil, apesar de a propaganda de maquiagem ser proibida para crianças, 60% da 
mesada dos pequenos de 8 a 14 anos são gastos com maquiagem. A influência é, 
dentre outras coisas, das propagandas dirigidas às adolescentes e mulheres 
adultas, o que é complicado de restringir.

Meninos e meninas também se tornam agressivos com a frustração de não ter os 
brinquedos anunciados, um celular, um tênis da moda. Muitas vezes os pais não 
querem comprar ou não tem condições para isso. Grande parte das crianças não 
tem nem alimento e roupas num mundo de grande desigualdade social e estão sendo 
ensinadas a "ser" pelo "ter", até a roubar por causa da ilusão da propaganda.

As crianças se desenvolvem por meio do brincar. É assim que elas entendem a 
sociedade, formam-se socialmente, psicologicamente, mentalmente. E a propaganda 
prejudica sua formação social, diminui a criatividade ao mostrar um produto 
pronto e dizer o que ele faz e a forma de brincar com ele. Mesmo que as 
crianças saibam que o produto não vôe, elas acabam absorvendo o caráter de 
sonho que aquele produto tem em função da propaganda, são persuadidas pela 
emoção.

Nos EUA, em publicidade de produtos para a faixa de 0 a 12 anos, são investidos 
15 bilhões de dólares por ano. São números fortes. O mercado de influência das 
crianças nesse país - produtos dirigidos aos pais cuja compra é influenciada 
pelas crianças - tem uma receita de 500 bilhões de dólares por ano -. Apesar 
desses números, os americanos andam mais preocupados com os comerciais que seus 
filhos vêem na tevê e a tendência é o endurecimento da legislação.

Há um movimento mundial para afastar as crianças da publicidade. A Suécia, que 
no início dos anos noventa fez essa mesma regulamentação proposta pela deputada 
Maria do Carmo Lara no Brasil, inclusive com a mesma faixa horária, proibiu 
totalmente esse tipo de propaganda após um plebiscito que mostrou o apoio de 
88% da população à proibição. Noruega, Luxemburgo e Áustria avançaram na 
discussão e estão caminhando no mesmo sentido da Suécia. Canadá, França, 
Bélgica, Portugal e Grécia proibiram qualquer tipo de marketing ou 
merchandising dentro das escolas.

Temos de escolher a sociedade que queremos. Nosso modelo consumista levará 
rapidamente o mundo a catástrofes ambientais com o uso irresponsável, voraz e 
quase gratuito dos recursos naturais. As religiões, que funcionam como 
reguladores sociais, parecem não se importar com essa questão. Crises políticas 
por aqui e pelo mundo não têm levado as nações a questionarem seus modelos 
econômicos. A mídia pouco pauta a questão ambiental e quando o faz a 
sensacionaliza, de modo a distanciar ou mesmo romantizar o problema.

Com o fim das propagandas voltadas para as crianças e para os adolescentes aqui 
no Brasil, estaremos optando pelos valores culturais e não os materiais. Muita 
gente pode questionar o apoio a esta causa ao pensar no dinheiro que circula 
por causa dessas propagandas e até citar o exemplo da TV Cultura, que em seus 
três programas infantis (Rá-Tim-Bum, Castelo Rá-Tim-Bum e Cocoricó) obteve 
muito sucesso, mas só neste último programa obteve lucro com a venda de 
produtos licenciados Cocoricó. Mas temos que pensar em formas alternativas de 
financiar a produção de conteúdos de qualidade para nossa televisão para 
desvincular isso dos recursos obtidos com a venda dos espaços publicitários.

Revolucione! Esteja engajado nesta campanha e faça seu grupo acreditar. 
Participe junto aos deputados, que agem de acordo com nossa opinião. Ligue e 
mande e-mails. Faça isso pelo mundo. Vamos conseguir o fim das propagandas para 
crianças e adolescentes.


Fonte: Programa VER TV (TV Radiobrás-TV Câmara)


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VER TV discute o consumo na vida das crianças

(assista pela Internet: acesse http://www2.camara.gov.br/tv 
<http://www2.camara.gov.br/tv/t_blank> , clique à esquerda em "conheça os 
programas" e procure pelo Ver TV de 27/04/06)

O brinquedo que "sobe" pelas paredes. A boneca que "voa". A sandalinha do 
personagem preferido. A publicidade de produtos infantis é o tema do VER TV 
desta semana. A deputada federal Maria do Carmo Lara (PT-MG), o consultor de 
marketing infantil João Mata e a pedagoga Ana Lúcia Villela discutem os efeitos 
das propagandas nas crianças e o que pode ser feito para evitar que elas sejam 
iludidas e se transformem em vorazes consumistas.

Proibir ou regulamentar?

A deputada é relatora do Projeto de Lei 5.921/2001, de autoria do deputado Luiz 
Carlos Hauly (PSDB/PR), que proíbe propaganda para as crianças. Ela não 
concorda com a proibição total e criou um projeto substitutivo, pelo qual a 
veiculação de propaganda dirigida diretamente à criança seria proibida das 7h 
às 21h, no rádio, na tevê e na Internet. O substitutivo está ainda aberto a 
sugestões da sociedade e o relatório da deputada será apresentado em maio na 
Comissão de Defesa do Consumidor, que poderá votá-lo em caráter terminativo, 
sem a necessidade de ser votado pelo Plenário da Câmara - a não ser que um 
deputado solicite isso.

Não perca o VER TV, o programa pra quem gosta de televisão.

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