Concordo plenamente com a argumentação a favor da vida. O direito de um termina onde começa o direito do outro. A mulher tem liberdade de engravidar, ou não. Se o faz porque não tomou as precauções que devia, deve assumir seu ato. Não é possível defender o assassinato do inocente bebê para que sua mãe tenha "liberdade" sobre seu corpo. Ela teve. E não soube usar. Se não quiser ficar com o filho depois que nascer, há uma fila ENORME de pessoas esperando por adoção, basta doá-lo. Mas não matá-lo. 2014-04-25 1:03 GMT-03:00 Niquele <niquele@xxxxxxxxx>: > Aborto, eleição e violinistas > *Hélio Schwartsman* > > *SÃO PAULO -* É só as eleições se aproximarem para os principais > candidatos darem início a um concurso de coroinha e ver quem fica melhor > com o eleitor religioso. O lance mais recente desse espetáculo foi dado por > Eduardo Campos, que se deslocou a Aparecida para dizer que é contra o > aborto. > > É claro que Campos, como cidadão e como político, tem o direito de > posicionar-se da forma que melhor lhe convier, mas, neste caso, deveria ter > a decência de riscar o termo "socialista" do partido que comanda, já que a > defesa do direito das mulheres de decidir se vão levar em frente uma > gravidez é uma bandeira clássica desse movimento. Um socialista contra o > aborto soa quase tão mal quanto um padre a favor da prática. > > Não é, porém, da inconsistência ideológica dos partidos que eu queria > falar hoje, mas sim do aborto. > > Uma argumentação provocante em sua defesa é o experimento mental proposto > pela filósofa Judith Jarvis Thomson: Uma bela manhã você acorda e constata > que foi cirurgicamente ligado a um famoso violinista. É que ele sofre de > uma doença fatal dos rins e você é a única pessoa do planeta com tipo > sanguíneo compatível com o dele. Por isso, a Sociedade dos Amantes da > Música o sequestrou e realizou o procedimento que coloca os seus rins para > filtrar o sangue de ambos. A boa notícia é que, após nove meses, o virtuose > terá condições de viver por conta própria e vocês serão separados. > > O ponto de Thomson é que você não tem nenhuma obrigação moral de manter-se > ligado ao violinista e, assim, garantir que ele viva. Fazê-lo é até > meritório, um gesto de abnegação, mas de modo algum um dever. > > O interessante no argumento da filósofa é que o feto é reconhecido como um > ser independente e titular de direitos plenos, como gostam os adversários > do aborto. Mas ele mostra que, ainda assim, é possível construir um bom > caso em favor da autonomia da mulher. > > > ............................................................................................................................................................................................................................................ > Direito à vida > *Rogério Gentile* > > *SÃO PAULO -* O excelente jornalista Hélio Schwartsman defendeu ontem > neste espaço a liberação do aborto e citou em sua argumentação a filósofa > norte-americana Judith Jarvis Thomsom. > > A filósofa imaginou uma situação em que você é a única pessoa do planeta > com o tipo sanguíneo compatível com o de um famoso violinista que está > inconsciente devido a uma doença renal gravíssima. Para ele sobreviver, > você é forçado a se ligar ao músico por nove meses, de modo que os seus > rins passem a ser utilizados para filtrar o sangue de ambos. > > Segundo a argumentação, embora ajudar o violinista seja um gesto > meritório, de abnegação, você não tem nenhuma obrigação moral de manter-se > ligado a ele e, assim, garantir a sua vida. A mulher, por raciocínio > paralelo, teria o mesmo direito de autonomia em relação ao feto. > > Engravidar, porém, na maioria dos casos, não é resultado de uma relação > sexual forçada. E os métodos anticoncepcionais, atualmente, inclusive a > chamada "pílula do dia seguinte", são mais do que conhecidos. Não dá para > comparar, portanto, com o caso de alguém que acorda de manhã e se vê ligado > a um paciente que usufrui do seu rim. > > Melhor, então, seria cotejar o aborto de um feto com o caso de uma pessoa, > quem sabe um trompetista, que respira por aparelhos. Você, que está num > leito hospitalar ao lado e, por algum motivo, não suporta a companhia dele, > vai lá e desliga o equipamento ou paga a alguém para tirá-lo da tomada, > matando o sujeito. Isso é crime ou não é? > > Nas duas hipóteses, no entanto, de todo modo, para ser mais fidedigna a > analogia com a situação de alguém que resolve fazer um aborto, seria > necessário considerar um fator agravante: nem o violinista com problema nos > rins nem o trompetista que respira por aparelhos seriam pessoas quaisquer. > Eles seriam filhos de quem se recusa a salvá-los. Tais situações, para usar > a expressão da filósofa, são moralmente aceitáveis? > > *:::* > *Niquele* >