[CamaraDas] RE: [CamaraDas] Dilma pra mim é homem (André Forastieri)

  • From: Mauro Sampaio <mauroadrianosampaio@xxxxxxxxxxx>
  • To: <jmcantarino@xxxxxxxxx>, analistas <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Fri, 5 Nov 2010 19:18:35 +0000

Quanta imbecilidade

Date: Fri, 5 Nov 2010 15:33:23 -0200
Subject: [CamaraDas] Dilma pra mim é homem (André Forastieri)
From: jmcantarino@xxxxxxxxx
To: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx

Bom texto do Forastieri. Discordo apenas dos comentários sobre Margareth 
Thatcher.

Dilma para mim é homem (ou: quando não é feio bater em mulher)

                                
                                
                                Lula fez campanha repetindo que Dilma ia ser a 
mãe do Brasil.
Dilma arrota vantagem: é a primeira mulher presidente. Grande vitória para as 
brasileiras? Não.
A eleição de Dilma Rousseff vai provar que as mulheres são quase 
sempre governantes medíocres. Frequentemente, péssimas. Como os homens.
Como ricos e pobres, brancos e negros. A pobreza de espírito iguala os 
diferentes.
As razões são duas. Primeira: raramente gente admirável dedica sua 
vida a  mandar nos outros. Segunda: nos raros casos em que uma pessoa de
 primeira se mete em política, ela ou foge repugnada na primeira 
oportunidade, ou se torna rapidamente tão cínica / corrompida / cretina 
quando todo o resto.
A líder que demonstrou para o planeta que uma mulher no poder pode 
ser tão desprezível quanto um homem foi Margareth Thatcher. A 
primeira-ministra do Reino Unido reunia todas as características 
desagradáveis que um governante pode ter. Depois dela, nunca mais foi 
usado o argumento de que, no poder, um toque feminino faz diferença.

Dilma Rousseff e Margareth Thatcher
Pelo contrário. Frequentemente as mulheres no poder se sentem 
obrigadas a provar que podem ser mais macho que os machos, e exageram na
 truculência. Caso das únicas líderes femininas da minha infância, Golde
 Meir, de Israel, e Indira Gandhi, da Índia.
Mas Thatcher foi bem além. Era um falcão belicoso e esnobe, e 
enxerida, careta, coroca. Inspirou herdeiras - como as direitistas Carly
 Fiorina e Meg Whitman, nesta última eleição americana. Ou a alemã 
Angela Merkel, que aprofundou a crise na Grécia por medo de parecer 
molenga para o eleitor alemão.
A cidade de São Paulo, onde vivo, foi governada por duas mulheres. 
Luiza Erundina, a primeira, é lembrada até hoje como exemplo de 
inoperância, e jogou a cidade em uma bagunça que nos rendeu depois 
administrações ideologicamente diversas, piores, corruptas - Paulo 
Maluf, Celso Pitta.
Marta Suplicy não foi bem como prefeita, ou não teria sido batida 
pelo inexpressivo Gilberto Kassab nas últimas eleições municipais. 
Também não queimou a fita, porque se elegeu agora senadora pelo estado.
Foi menos mal que os antecessores e sucessor? Sim. É pouco? É.
Aqui por perto temos bom exemplo de como ter cromossomos XX não é determinante 
para a performance política.
Cristina Kirchner pisa na bola na Argentina; Michele Bachelet não fez feio no 
Chile.
O importante é que julguemos Dilma ou qualquer pessoa no poder pelos 
seus atos. Pelos seus prováveis fracassos e eventuais sucessos. E não 
por ser mulher. Como todo governante, Dilma merece nossa descrença, 
nossa crítica, nossas estilingadas. Tem que ser tratada como, hm, macho.
 Em mulher não se bate nem com uma flor, mas Dilma abdicou deste 
privilégio quando se tornou homem público (“mulher pública” parece outra
 coisa...).
Depois do Brasil ter o primeiro presidente operário e a primeira 
presidente mulher, que venham o primeiro presidente negro, o primeiro 
presidente deficiente, japonês, índio, crente, travesti, analfabeto.
No que depender de mim, vão levar chumbo por igual.                             
          

Other related posts: