[CamaraDas] Dilma pra mim é homem (André Forastieri)

  • From: João Marcos <jmcantarino@xxxxxxxxx>
  • To: Analistas <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Fri, 5 Nov 2010 15:33:23 -0200

Bom texto do Forastieri <http://noticias.r7.com/blogs/andre-forastieri/>.
Discordo apenas dos comentários sobre Margareth Thatcher.
Dilma para mim é homem (ou: quando não é feio bater em
mulher)<http://noticias.r7.com/blogs/andre-forastieri/2010/11/04/dilma-para-mim-e-homem-ou-quando-nao-e-feio-bater-em-mulher/>

Lula fez campanha repetindo que Dilma ia ser a mãe do Brasil.

Dilma arrota vantagem: é a primeira mulher presidente. Grande vitória para
as brasileiras? Não.

A eleição de Dilma Rousseff vai provar que as mulheres são quase sempre
governantes medíocres. Frequentemente, péssimas. Como os homens.

Como ricos e pobres, brancos e negros. A pobreza de espírito iguala os
diferentes.

As razões são duas. Primeira: raramente gente admirável dedica sua vida a
mandar nos outros. Segunda: nos raros casos em que uma pessoa de primeira se
mete em política, ela ou foge repugnada na primeira oportunidade, ou se
torna rapidamente tão cínica / corrompida / cretina quando todo o resto.

A líder que demonstrou para o planeta que uma mulher no poder pode ser tão
desprezível quanto um homem foi Margareth Thatcher. A primeira-ministra do
Reino Unido reunia todas as características desagradáveis que um governante
pode ter. Depois dela, nunca mais foi usado o argumento de que, no poder, um
toque feminino faz diferença.
<http://noticias.r7.com/blogs/andre-forastieri/files/2010/11/dilma-thatcher.jpg>

Dilma Rousseff e Margareth Thatcher

Pelo contrário. Frequentemente as mulheres no poder se sentem obrigadas a
provar que podem ser mais macho que os machos, e exageram na truculência.
Caso das únicas líderes femininas da minha infância, Golde Meir, de Israel,
e Indira Gandhi, da Índia.

Mas Thatcher foi bem além. Era um falcão belicoso e esnobe, e enxerida,
careta, coroca. Inspirou herdeiras - como as direitistas Carly Fiorina e Meg
Whitman, nesta última eleição americana. Ou a alemã Angela Merkel, que
aprofundou a crise na Grécia por medo de parecer molenga para o eleitor
alemão.

A cidade de São Paulo, onde vivo, foi governada por duas mulheres. Luiza
Erundina, a primeira, é lembrada até hoje como exemplo de inoperância, e
jogou a cidade em uma bagunça que nos rendeu depois administrações
ideologicamente diversas, piores, corruptas - Paulo Maluf, Celso Pitta.

Marta Suplicy não foi bem como prefeita, ou não teria sido batida pelo
inexpressivo Gilberto Kassab nas últimas eleições municipais. Também não
queimou a fita, porque se elegeu agora senadora pelo estado.

Foi menos mal que os antecessores e sucessor? Sim. É pouco? É.

Aqui por perto temos bom exemplo de como ter cromossomos XX não é
determinante para a performance política.

Cristina Kirchner pisa na bola na Argentina; Michele Bachelet não fez feio
no Chile.

O importante é que julguemos Dilma ou qualquer pessoa no poder pelos seus
atos. Pelos seus prováveis fracassos e eventuais sucessos. E não por ser
mulher. Como todo governante, Dilma merece nossa descrença, nossa crítica,
nossas estilingadas. Tem que ser tratada como, hm, macho. Em mulher não se
bate nem com uma flor, mas Dilma abdicou deste privilégio quando se tornou
homem público (“mulher pública” parece outra coisa...).

Depois do Brasil ter o primeiro presidente operário e a primeira presidente
mulher, que venham o primeiro presidente negro, o primeiro presidente
deficiente, japonês, índio, crente, travesti, analfabeto.

No que depender de mim, vão levar chumbo por igual.

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