[CamaraDas] Re: [CamaraDas] Eliane Trindade: Um crachá que vale muito

  • From: Patrícia Borges de Carvalho <pcborges19@xxxxxxxxx>
  • To: Desconhecido <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Wed, 11 Feb 2015 07:51:13 -0200

Tá cheio de prostituta com cne. Todas vestidas sensualmente, altamente 
produzidas, sorridentes e prestativas dando mole pros servidores e deputados 
pra garantir uma segurança a mais.
E os bocós babam e adoram dar dinheiro pra elas, sentem-se "pegadores de 
sucesso". Alguns até namoram com elas sem saber que são prostitutas.
É uma relação equilibrada onde cada um tem o que busca e todos se merecem... 


Enviado do meu iPhone

> Em 10/02/2015, às 22:04, Niquele <niquele@xxxxxxxxx> escreveu:
> 
> Brasília para maiores: confissões de uma acompanhante de luxo
> 
> 10/02/2015 
> 
> "Danny Bond sou eu", diz Juliana, no primeiro contato por telefone para 
> comentar "Felizes para Sempre?". A brasiliense de 38 anos contabiliza 22 
> deles numa terra parecida com a retratada na minissérie dirigida por Fernando 
> Meirelles, cujo último capítulo foi exibido pela Rede Globo na sexta-feira 
> (6).
> 
> Ao longo dos dez episódios e a convite da coluna, Juliana (nome fictício) 
> passou em revista sua vida em uma "Brasília para maiores", contrapondo ficção 
> e realidade.
> 
> A fina estampa e o carisma ("Sou bem articulada, espirituosa e sei me 
> comportar em qualquer ambiente") carimbaram o passaporte da loura de 1,60m, 
> 54 kg e olhos castanhos para o território do poder.
> 
> Uma Brasília habitada por autoridades e políticos –de todos os partidos e 
> matizes ideológicos, do baixo ao alto clero do Congresso Nacional, passando 
> pelos primeiros escalões de sucessivos governos–, além de empresários, 
> empreiteiros e lobistas que orbitam em torno dos poderosos.
> 
> Juliana mergulhou em reminiscências de seu debute, ao acompanhar a personagem 
> de Paolla Oliveira, uma garota de programa de luxo que seduz um empreiteiro 
> corrupto e sua mulher, ao ser contratada pelo casal para um "ménage à trois".
> 
> "Eu tinha 16 anos, era estudante do ensino médio, filha de uma família classe 
> média, quando comecei a me relacionar com homens mais velhos, todos ricos e 
> poderosos. Eles pagavam as minhas contas. Eu não gostava da minha vida, do 
> lugar onde morava no Plano Piloto e sempre almejei mais.
> 
> Fui vendedora de uma butique de luxo, atendia mulheres ricas, socialites e 
> sonhava em ser como elas. Como era muito bonita, sempre fui assediada e me 
> destacava pela personalidade.
> 
> Então, fui montando uma personagem: a menina bonita, liberal e moderna. Era 
> diferenciada na cor e no corte de cabelo. Era fashion e a mais popular. 
> Sempre transitei entre as classes de A a Z. Sei atuar em todos os lugares e 
> tudo era descoberta: o sexo, o meu poder de sedução e o luxo."
> 
> Como Danny Bond na minissérie, a personagem real agradou um importante 
> empresário local. Juliana teve um Cláudio Drummond (o empreiteiro vivido por 
> Enrique Diaz) para chamar de seu. Aos 20 anos, conquistava o coração e as 
> benesses de um homem que a promoveu de recepcionista em uma de suas empresas 
> a amante.
> 
> Com ele, viveu no centro do poder os primeiros capítulos de um romance que 
> teve como cenário a Academia de Tênis de Brasília. Nos anos 1990, em plena 
> Era Collor, a estrutura hoteleira e esportiva era a mais requintada da 
> Capital Federal.
> 
> "Por quase dez anos vivi na `vibe' de mulher de milionário. Ele tinha 56 
> anos, quando começamos a nos relacionar. Logo no começo do nosso caso, ele 
> colocou as cartas na mesa: `Sou casado, tenho filhos. Minha vida é 
> complicada. Se topar a parada, não vai se arrepender'. O que eu tinha a 
> perder?"
> 
> Na ficção, Danny Bond ganha 3.000 euros por uma tarde de sexo em um hotel de 
> luxo com vista para o Lago Paranoá, paisagem ofuscada pelo comentado bumbum 
> da atriz. Ao final da transa, o cliente declara: 'O que você quer? Aliança? 
> Apartamento?' O céu era o limite também para Juliana.
> 
> "Eu topei na hora. No dia seguinte, saí da casa de minha avó, com quem estava 
> morando, pois briguei com minha mãe por causa do meu estilo de vida. Fiquei 
> rica da noite para o dia. Tinha cartão de crédito ilimitado, ganhei uma BMW, 
> quando antes circulava com um carro popular. Os filhos dele tinham a minha 
> idade.
> 
> Fomos morar juntos. De cara, ele me botou em um chalé na Academia de Tênis. 
> Era vizinha da então ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, que morava 
> lá. Tomava café da manhã com ministros do Collor. Imagina tudo isso na cabeça 
> de uma menina de 20 anos."
> 
> Apesar da narrativa de contos de fadas, Juliana diz sempre ter tido 
> consciência de que era uma história fadada a não ter final feliz, a exemplo 
> da vida bandida de Danny Bond. A fila sempre anda, diz Juliana.
> 
> "No meu caso, depois de sete anos juntos, ele se apaixonou por outra. Nessa 
> altura, eu já tinha engravidado e tido um filho dele. Luciana Gimenez não 
> teve um filho de Mick Jagger? Comigo foi a mesma coisa. Minha vida mudou. Ele 
> era um homem muito generoso. Adora nosso filho, é um ótimo pai. Fui uma 
> mulher exemplar, recompensada com uma pensão e uma casa que vale US$ 1 milhão.
> 
> Vivi o fim do caso com dignidade. Você é um troféu e logo eles vão querer 
> conquistar outro. É o ciclo natural. Esse tipo de homem é movido a 
> conquistas, ao poder de bancar a mulher mais bonita da noite. Sou pé no chão. 
> Tenho um sensor apurado, sei sair bem das situações."
> 
> Juliana passou quase uma década levando uma vida de classe média, namorando 
> caras da sua idade e longe dos engravatados da Esplanada dos Ministérios e da 
> Praça dos Três Poderes. Há dois anos, voltou a circular entre políticos, 
> recomeçando as baladas de uma segunda encarnação na pele de uma Danny Bond de 
> carne e osso.
> 
> "Todas as terças e quartas, quando os políticos começam a chegar de suas 
> cidades, nosso grupo se reúne em algum restaurante badalado de Brasília. Você 
> vai para esses encontros para ser avaliada e se submete a isso à espera do 
> prêmio maior, que é ser uma das escolhidas da noite.
> 
> É uma coisa discreta, como se fosse um jantar entre amigos. Só que é 
> organizado por uma espécie de cafetina, que deve ter uns 50 anos e faz o 
> estilo amigona deles e das mulheres. O que está em jogo ali não é só ser 
> escolhida por um político ou empresário por uma noite, mas o desejo de que um 
> cara desses se apaixone por você. É uma roleta russa. Dá adrenalina. Mexe com 
> a vaidade.
> 
> _Foi assim que conheci um deputado, com quem me relaciono há oito meses. 
> Antes, fiquei com outros, inclusive com um amigo do atual. Não fui escolhida 
> de cara pelo meu ficante. Só saímos depois do terceiro encontro. Tenho essa 
> tranquilidade. Não saio à caça, nem faço por necessidade. _
> 
> Quando era mais jovem, meu objetivo era casar com um milionário. Foquei e 
> consegui. Não busco mais um apartamento ou um carro, coisas que já 
> conquistei. Meu objetivo hoje é aproveitar a vida com estilo. Fazer viagens 
> nos fins de semana, ganhar presentes caros, como uma bolsa Gucci, uma 
> sandália Christian Louboutin, uma joia da Tiffany. Não é uma troca imediata, 
> são ganhos de longo prazo. É um empreendimento, como tudo o mais. Você pode 
> fazer sucesso ou falir. Tem que focar."
> 
> A exemplo da personagem criada por Euclydes Marinho, Juliana se orgulha do 
> estilo sofisticado de se vestir, de sua casa muito bem decorada, credenciais 
> que a fazem circular com segurança entre os abastados. E se diferenciar da 
> concorrência.
> 
> "Antigamente, a coisa rolava entre um grupo de patricinhas, universitárias, 
> como é o caso protagonista da minissérie. Hoje, a proliferação dessas garotas 
> é tão grande, que existe para todos os gostos e idades. A concorrência 
> aumentou. Tem desde a funcionária pública concursada, atraída por frequentar 
> restaurantes caros, até as vagabundas que vivem só disso.
> 
> Apesar de estar com quase 40 anos, tenho tido sucesso nessa minha segunda 
> fase. Uma acompanhante de um homem poderoso tem que saber falar, ter um 
> mínimo de conhecimento. Eles gostam de mulher de atitude, que possam exibir.
> 
> A cama é o segundo momento. Depois da primeira transa, se o cara te procura 
> para uma segunda, você sobe um degrau. As outras já ficam olhando. Rola muito 
> ciúme e briga entre as meninas."
> 
> Elas entram em cena em fuso e calendário próprios, sempre à noite e entre 
> terças e quintas, a semana parlamentar. Os encontros vespertinos, como o 
> protagonizado por Danny Bond em tarde de sexo nos ares, são excepcionais, 
> assim como fins de semana de sexo em outras paragens. Juliana carimbou o 
> passaporte para Miami há uns três meses. Já a personagem de Paolla Oliveira 
> teve o embarque para Paris abortado pela Polícia Federal que, na ficção, 
> impediu a saída do seu acompanhante do país.
> 
> "Depois de uns cinco encontros com esse deputado com quem estou ficando, ele 
> me convidou para uma viagem a Miami. Passamos cinco dias na casa de um 
> milionário amigo dele. Fiquei impressionada com tanto luxo e riqueza. Não 
> rola grana, mas presentes. Os caras bancam tudo. Nem precisa ser boa de cama. 
> Todos usam Viagra ou Cialis. Passam a noite inteira ligados.
> 
> Transamos em todos os ambientes da mansão. Fizemos um filme pornô atrás do 
> outro. Como tinha câmera para todo lado, fiquei bem conhecida dos porteiros. 
> Imagina se uma fita dessa for parar na internet ou numa comissão de decoro 
> parlamentar? Todo mundo ia querer saber quem era a loura misteriosa.
> 
> É claro que você fica imaginando o custo daquilo tudo. Fiquei passada quando 
> mexi no closet do dono da casa de Miami. Achei uma gaveta cheia de relógios. 
> Abri outra e contei US$ 15 mil em cash. Era a grana para o fim de semana. 
> Esses caras não pagam nada com cartão nem cheque. Não deixam pistas da 
> gastança. Isso me diverte, dá adrenalina. Mexe com minhas fantasias e me 
> excita.
> 
> Dispara um gatilho. Quando a vaidade se mistura com futilidade é uma bomba. 
> Tinha um iPhone 5 novinho e troquei pelo 6 para ficar no mesmo nível dele e 
> da turma de milionários.
> 
> É preciso muita estrutura emocional para não pirar e também para não se 
> apaixonar. Quem acha que tudo ali é real se ferra ou enlouquece. Já vi casos 
> horrorosos de meninas que invadem gabinetes, xingam secretárias e infernizam 
> a vida do cara."
> 
> Como a arte imita a vida, Juliana conta histórias de glamour e de sacanagem 
> protagonizadas por ela ou amigas e que poderiam ter sido roteirizadas em 
> "Felizes para Sempre?".
> 
> "Já ouvi muita história de transas em aviões e helicópteros. Um ex-senador 
> era conhecido por transar enquanto sobrevoava Brasília em seu jatinho, assim 
> como um conhecido empresário que fazia festinhas aéreas regadas a cocaína.
> 
> Uma amiga foi contratada por um casal por R$ 2.000 para um programa, mas 
> quando chegou ao restaurante rolou uma atração forte entre as duas mulheres. 
> Assim como na minissérie, o cara foi colocado para escanteio e elas tiveram 
> um casinho por um tempo. A menina é poliglota, morou na Inglaterra, chegou 
> toda montada em grifes, nada do estereótipo de puta.
> 
> Você vive também situações engraçadas e até constrangedoras. Saí com um 
> deputado que na hora de transar fazia de conta que eu era a melhor amiga da 
> mulher dele. O cara gritou tanto o nome das duas que eu escapei do hotel na 
> madrugada. Mas você pode acabar uma noitada também na mesa de um futuro 
> candidato a Presidência da República ou de um novo ministro.
> 
> Ano passado fui convidada para uma festa de aniversário em outra capital. Foi 
> organizada pela amante de um parlamentar importante que chamou 30 meninas. 
> Ele levou dez amigos. Fui contemplada com o mais bonito e poderoso deles."
> 
> Juliana aponta uma falha no roteiro da minissérie, quando o empreiteiro 
> inescrupuloso dispensa uma amante com um cheque pelos "serviços prestados". 
> Nos últimos episódios, a distância entre ficção e realidade aumentou, segundo 
> ela.
> 
> "Não gostei do desfecho da minissérie. Do meio para o final enfeitaram muito. 
> Achei moralista essa coisa de o crime não compensa? Acabar em morte ou 
> prisão. Não é o que vejo acontecer. Não vejo as acompanhantes participarem de 
> negociatas, por exemplo, nem distribuírem dossiês por aí.
> 
> Na vida real, para se dar bem nesse esquema, a mulher tem que que segurar a 
> onda e saber a hora de sair de cena. Só sobrevive e tem sucesso que tem 
> cuidado com o que fala, vê e escuta.
> 
> Estou escrevendo minha história. Já penso em outras possibilidades. A minha 
> cartada agora é conseguir um emprego de assessora parlamentar na Câmara dos 
> Deputados. Posso dar um `up grade' no mandato do meu ficante, decorar o 
> apartamento dele, ser uma personal.
> 
> A crise política chegou para todo mundo. O dinheiro fácil vai sumir de 
> Brasília. Não que a maracutaia vá acabar, mas eles estão mais temerosos. Nos 
> próximos anos, a farra tende a diminuir com todas essas operações da Polícia 
> Federal. Quero me garantir com salário e gratificações.
> 
> Antes, nunca tive vontade de estudar para concurso, mas agora ando pensando. 
> Já imaginou a Danny Bond aprovada em um concurso público? Seria uma 
> reviravolta e tanto na ficção e na realidade, não é mesmo?. Meu foco agora é 
> trabalhar com crachá, batendo ponto no Congresso. Por que não?"

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