Tá cheio de prostituta com cne. Todas vestidas sensualmente, altamente produzidas, sorridentes e prestativas dando mole pros servidores e deputados pra garantir uma segurança a mais. E os bocós babam e adoram dar dinheiro pra elas, sentem-se "pegadores de sucesso". Alguns até namoram com elas sem saber que são prostitutas. É uma relação equilibrada onde cada um tem o que busca e todos se merecem... Enviado do meu iPhone > Em 10/02/2015, às 22:04, Niquele <niquele@xxxxxxxxx> escreveu: > > Brasília para maiores: confissões de uma acompanhante de luxo > > 10/02/2015 > > "Danny Bond sou eu", diz Juliana, no primeiro contato por telefone para > comentar "Felizes para Sempre?". A brasiliense de 38 anos contabiliza 22 > deles numa terra parecida com a retratada na minissérie dirigida por Fernando > Meirelles, cujo último capítulo foi exibido pela Rede Globo na sexta-feira > (6). > > Ao longo dos dez episódios e a convite da coluna, Juliana (nome fictício) > passou em revista sua vida em uma "Brasília para maiores", contrapondo ficção > e realidade. > > A fina estampa e o carisma ("Sou bem articulada, espirituosa e sei me > comportar em qualquer ambiente") carimbaram o passaporte da loura de 1,60m, > 54 kg e olhos castanhos para o território do poder. > > Uma Brasília habitada por autoridades e políticos –de todos os partidos e > matizes ideológicos, do baixo ao alto clero do Congresso Nacional, passando > pelos primeiros escalões de sucessivos governos–, além de empresários, > empreiteiros e lobistas que orbitam em torno dos poderosos. > > Juliana mergulhou em reminiscências de seu debute, ao acompanhar a personagem > de Paolla Oliveira, uma garota de programa de luxo que seduz um empreiteiro > corrupto e sua mulher, ao ser contratada pelo casal para um "ménage à trois". > > "Eu tinha 16 anos, era estudante do ensino médio, filha de uma família classe > média, quando comecei a me relacionar com homens mais velhos, todos ricos e > poderosos. Eles pagavam as minhas contas. Eu não gostava da minha vida, do > lugar onde morava no Plano Piloto e sempre almejei mais. > > Fui vendedora de uma butique de luxo, atendia mulheres ricas, socialites e > sonhava em ser como elas. Como era muito bonita, sempre fui assediada e me > destacava pela personalidade. > > Então, fui montando uma personagem: a menina bonita, liberal e moderna. Era > diferenciada na cor e no corte de cabelo. Era fashion e a mais popular. > Sempre transitei entre as classes de A a Z. Sei atuar em todos os lugares e > tudo era descoberta: o sexo, o meu poder de sedução e o luxo." > > Como Danny Bond na minissérie, a personagem real agradou um importante > empresário local. Juliana teve um Cláudio Drummond (o empreiteiro vivido por > Enrique Diaz) para chamar de seu. Aos 20 anos, conquistava o coração e as > benesses de um homem que a promoveu de recepcionista em uma de suas empresas > a amante. > > Com ele, viveu no centro do poder os primeiros capítulos de um romance que > teve como cenário a Academia de Tênis de Brasília. Nos anos 1990, em plena > Era Collor, a estrutura hoteleira e esportiva era a mais requintada da > Capital Federal. > > "Por quase dez anos vivi na `vibe' de mulher de milionário. Ele tinha 56 > anos, quando começamos a nos relacionar. Logo no começo do nosso caso, ele > colocou as cartas na mesa: `Sou casado, tenho filhos. Minha vida é > complicada. Se topar a parada, não vai se arrepender'. O que eu tinha a > perder?" > > Na ficção, Danny Bond ganha 3.000 euros por uma tarde de sexo em um hotel de > luxo com vista para o Lago Paranoá, paisagem ofuscada pelo comentado bumbum > da atriz. Ao final da transa, o cliente declara: 'O que você quer? Aliança? > Apartamento?' O céu era o limite também para Juliana. > > "Eu topei na hora. No dia seguinte, saí da casa de minha avó, com quem estava > morando, pois briguei com minha mãe por causa do meu estilo de vida. Fiquei > rica da noite para o dia. Tinha cartão de crédito ilimitado, ganhei uma BMW, > quando antes circulava com um carro popular. Os filhos dele tinham a minha > idade. > > Fomos morar juntos. De cara, ele me botou em um chalé na Academia de Tênis. > Era vizinha da então ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, que morava > lá. Tomava café da manhã com ministros do Collor. Imagina tudo isso na cabeça > de uma menina de 20 anos." > > Apesar da narrativa de contos de fadas, Juliana diz sempre ter tido > consciência de que era uma história fadada a não ter final feliz, a exemplo > da vida bandida de Danny Bond. A fila sempre anda, diz Juliana. > > "No meu caso, depois de sete anos juntos, ele se apaixonou por outra. Nessa > altura, eu já tinha engravidado e tido um filho dele. Luciana Gimenez não > teve um filho de Mick Jagger? Comigo foi a mesma coisa. Minha vida mudou. Ele > era um homem muito generoso. Adora nosso filho, é um ótimo pai. Fui uma > mulher exemplar, recompensada com uma pensão e uma casa que vale US$ 1 milhão. > > Vivi o fim do caso com dignidade. Você é um troféu e logo eles vão querer > conquistar outro. É o ciclo natural. Esse tipo de homem é movido a > conquistas, ao poder de bancar a mulher mais bonita da noite. Sou pé no chão. > Tenho um sensor apurado, sei sair bem das situações." > > Juliana passou quase uma década levando uma vida de classe média, namorando > caras da sua idade e longe dos engravatados da Esplanada dos Ministérios e da > Praça dos Três Poderes. Há dois anos, voltou a circular entre políticos, > recomeçando as baladas de uma segunda encarnação na pele de uma Danny Bond de > carne e osso. > > "Todas as terças e quartas, quando os políticos começam a chegar de suas > cidades, nosso grupo se reúne em algum restaurante badalado de Brasília. Você > vai para esses encontros para ser avaliada e se submete a isso à espera do > prêmio maior, que é ser uma das escolhidas da noite. > > É uma coisa discreta, como se fosse um jantar entre amigos. Só que é > organizado por uma espécie de cafetina, que deve ter uns 50 anos e faz o > estilo amigona deles e das mulheres. O que está em jogo ali não é só ser > escolhida por um político ou empresário por uma noite, mas o desejo de que um > cara desses se apaixone por você. É uma roleta russa. Dá adrenalina. Mexe com > a vaidade. > > _Foi assim que conheci um deputado, com quem me relaciono há oito meses. > Antes, fiquei com outros, inclusive com um amigo do atual. Não fui escolhida > de cara pelo meu ficante. Só saímos depois do terceiro encontro. Tenho essa > tranquilidade. Não saio à caça, nem faço por necessidade. _ > > Quando era mais jovem, meu objetivo era casar com um milionário. Foquei e > consegui. Não busco mais um apartamento ou um carro, coisas que já > conquistei. Meu objetivo hoje é aproveitar a vida com estilo. Fazer viagens > nos fins de semana, ganhar presentes caros, como uma bolsa Gucci, uma > sandália Christian Louboutin, uma joia da Tiffany. Não é uma troca imediata, > são ganhos de longo prazo. É um empreendimento, como tudo o mais. Você pode > fazer sucesso ou falir. Tem que focar." > > A exemplo da personagem criada por Euclydes Marinho, Juliana se orgulha do > estilo sofisticado de se vestir, de sua casa muito bem decorada, credenciais > que a fazem circular com segurança entre os abastados. E se diferenciar da > concorrência. > > "Antigamente, a coisa rolava entre um grupo de patricinhas, universitárias, > como é o caso protagonista da minissérie. Hoje, a proliferação dessas garotas > é tão grande, que existe para todos os gostos e idades. A concorrência > aumentou. Tem desde a funcionária pública concursada, atraída por frequentar > restaurantes caros, até as vagabundas que vivem só disso. > > Apesar de estar com quase 40 anos, tenho tido sucesso nessa minha segunda > fase. Uma acompanhante de um homem poderoso tem que saber falar, ter um > mínimo de conhecimento. Eles gostam de mulher de atitude, que possam exibir. > > A cama é o segundo momento. Depois da primeira transa, se o cara te procura > para uma segunda, você sobe um degrau. As outras já ficam olhando. Rola muito > ciúme e briga entre as meninas." > > Elas entram em cena em fuso e calendário próprios, sempre à noite e entre > terças e quintas, a semana parlamentar. Os encontros vespertinos, como o > protagonizado por Danny Bond em tarde de sexo nos ares, são excepcionais, > assim como fins de semana de sexo em outras paragens. Juliana carimbou o > passaporte para Miami há uns três meses. Já a personagem de Paolla Oliveira > teve o embarque para Paris abortado pela Polícia Federal que, na ficção, > impediu a saída do seu acompanhante do país. > > "Depois de uns cinco encontros com esse deputado com quem estou ficando, ele > me convidou para uma viagem a Miami. Passamos cinco dias na casa de um > milionário amigo dele. Fiquei impressionada com tanto luxo e riqueza. Não > rola grana, mas presentes. Os caras bancam tudo. Nem precisa ser boa de cama. > Todos usam Viagra ou Cialis. Passam a noite inteira ligados. > > Transamos em todos os ambientes da mansão. Fizemos um filme pornô atrás do > outro. Como tinha câmera para todo lado, fiquei bem conhecida dos porteiros. > Imagina se uma fita dessa for parar na internet ou numa comissão de decoro > parlamentar? Todo mundo ia querer saber quem era a loura misteriosa. > > É claro que você fica imaginando o custo daquilo tudo. Fiquei passada quando > mexi no closet do dono da casa de Miami. Achei uma gaveta cheia de relógios. > Abri outra e contei US$ 15 mil em cash. Era a grana para o fim de semana. > Esses caras não pagam nada com cartão nem cheque. Não deixam pistas da > gastança. Isso me diverte, dá adrenalina. Mexe com minhas fantasias e me > excita. > > Dispara um gatilho. Quando a vaidade se mistura com futilidade é uma bomba. > Tinha um iPhone 5 novinho e troquei pelo 6 para ficar no mesmo nível dele e > da turma de milionários. > > É preciso muita estrutura emocional para não pirar e também para não se > apaixonar. Quem acha que tudo ali é real se ferra ou enlouquece. Já vi casos > horrorosos de meninas que invadem gabinetes, xingam secretárias e infernizam > a vida do cara." > > Como a arte imita a vida, Juliana conta histórias de glamour e de sacanagem > protagonizadas por ela ou amigas e que poderiam ter sido roteirizadas em > "Felizes para Sempre?". > > "Já ouvi muita história de transas em aviões e helicópteros. Um ex-senador > era conhecido por transar enquanto sobrevoava Brasília em seu jatinho, assim > como um conhecido empresário que fazia festinhas aéreas regadas a cocaína. > > Uma amiga foi contratada por um casal por R$ 2.000 para um programa, mas > quando chegou ao restaurante rolou uma atração forte entre as duas mulheres. > Assim como na minissérie, o cara foi colocado para escanteio e elas tiveram > um casinho por um tempo. A menina é poliglota, morou na Inglaterra, chegou > toda montada em grifes, nada do estereótipo de puta. > > Você vive também situações engraçadas e até constrangedoras. Saí com um > deputado que na hora de transar fazia de conta que eu era a melhor amiga da > mulher dele. O cara gritou tanto o nome das duas que eu escapei do hotel na > madrugada. Mas você pode acabar uma noitada também na mesa de um futuro > candidato a Presidência da República ou de um novo ministro. > > Ano passado fui convidada para uma festa de aniversário em outra capital. Foi > organizada pela amante de um parlamentar importante que chamou 30 meninas. > Ele levou dez amigos. Fui contemplada com o mais bonito e poderoso deles." > > Juliana aponta uma falha no roteiro da minissérie, quando o empreiteiro > inescrupuloso dispensa uma amante com um cheque pelos "serviços prestados". > Nos últimos episódios, a distância entre ficção e realidade aumentou, segundo > ela. > > "Não gostei do desfecho da minissérie. Do meio para o final enfeitaram muito. > Achei moralista essa coisa de o crime não compensa? Acabar em morte ou > prisão. Não é o que vejo acontecer. Não vejo as acompanhantes participarem de > negociatas, por exemplo, nem distribuírem dossiês por aí. > > Na vida real, para se dar bem nesse esquema, a mulher tem que que segurar a > onda e saber a hora de sair de cena. Só sobrevive e tem sucesso que tem > cuidado com o que fala, vê e escuta. > > Estou escrevendo minha história. Já penso em outras possibilidades. A minha > cartada agora é conseguir um emprego de assessora parlamentar na Câmara dos > Deputados. Posso dar um `up grade' no mandato do meu ficante, decorar o > apartamento dele, ser uma personal. > > A crise política chegou para todo mundo. O dinheiro fácil vai sumir de > Brasília. Não que a maracutaia vá acabar, mas eles estão mais temerosos. Nos > próximos anos, a farra tende a diminuir com todas essas operações da Polícia > Federal. Quero me garantir com salário e gratificações. > > Antes, nunca tive vontade de estudar para concurso, mas agora ando pensando. > Já imaginou a Danny Bond aprovada em um concurso público? Seria uma > reviravolta e tanto na ficção e na realidade, não é mesmo?. Meu foco agora é > trabalhar com crachá, batendo ponto no Congresso. Por que não?"