Para ser justo com todos os detentores de cargos públicos, seja efetivo ou transitório, como CNEs e mandatos eletivos, seria mais que pertinente, que os ministros (tanto do executivo quando do judiciário), juízes, deputados (federais e estaduais), senadores, vereadores, governadores, presidente da república e apadrinhados diversos, tivessem os seus também. Fátima. 2009/8/31 <guilherme_assis@xxxxxxxxxxxx> > *Servidores terão salários divulgados na internet* > > Os Três Poderes serão obrigados a desenhar, a partir de hoje, o perfil de > seu quadro de servidores. Eles terão no máximo dois meses para divulgar quem > são, onde estão, quanto ganham e quais funções exercem seus funcionários, > sejam eles efetivos ou não. O raio-x que será feito no serviço público foi > estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), e é mais uma > tentativa de aumentar a transparência na gestão do pessoal pago com dinheiro > da União. Todas essas informações serão públicas e estarão nos sites dos > respectivos órgãos, até 31 de outubro, como já ocorre com as despesas > oficiais. O detalhe é que a publicação será feita em duas tabelas distintas. > Na primeira, o nome e a lotação do servidor. A outra mostrará os > rendimentos, o que dificultará a identificação do funcionário. > > Também hoje acaba o prazo dado pela LDO para a apresentação de projetos que > tragam aumento de despesa com pagamento de pessoal. A lei, aprovada em julho > deste ano, fechou o cerco à apresentação indiscriminada de propostas que > versam sobre reajustes, planos de carreira ou criação de cargos, > estabelecendo que só as protocoladas até esta segunda-feira poderão constar > do Orçamento da União do ano que vem. Há a expectativa de que o governo > envie projetos tidos como prioritários ainda durante o dia de hoje. > > O dispositivo que revela a política de contratação de pessoal dos órgãos > públicos diz que é com base no quadro de 31 de agosto que deverão ser > publicados — até 31 de outubro — os dados sobre cargos e funções dos > funcionários públicos. Para a publicação da lista com os nomes e lotação dos > servidores, o prazo é maior: 31 de janeiro de 2010. > > A estrutura de remuneração de cada órgão e tabelas com os totais de cargos > efetivos, comissionados e funções de confiança distribuídas no quadro de > pessoal também terão de ser divulgadas em até 60 dias. Essas deverão > apresentar dados percentuais comparativos e informar alterações com relações > a anos anteriores. As mesmas exigências se aplicarão à administração > indireta, incluindo agências reguladoras e conselhos de administração e > fiscal. > > A inclusão desses dispositivos na LDO foi uma decisão dos deputados e > senadores que compõem a Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso > Nacional e mostra a indisposição do Legislativo em apanhar sozinho por conta > do excesso de terceirizados e cargos comissionados. “A transparência deve > ser máxima em todos os órgãos da administração”, afirmou o relator da > matéria após divulgar o texto, ainda durante a tramitação no Congresso > Nacional, deputado Wellington Roberto (PR-PB). > > No Poder Executivo, os dados sobre os servidores serão coletados no Sistema > de Pessoal Civil, o SIPEC, que fica sob a alçada do Ministério do > Planejamento e Gestão. As casas legislativas e tribunais deverão estabelecer > o modo de seleção dos dados por meio de atos próprios. A regra também se > aplicará ao Ministério Público da União. > > Atualização > Alterações nos quadros de pessoal devem ser atualizadas constantemente. > Para funcionários terceirizados o rigor da transparência aumenta. Apenas > esses, segundo o texto da lei, terão de detalhar, além de nome completo, > cargo ou atividade, o local de exercício de trabalho nos órgãos que os > contrataram. A exigência de apresentação da lotação era estendida a todos os > servidores, mas acabou sendo retirada do texto quando ainda tramitava no > Congresso em atendimento às reivindicações de diversas categorias. O > dispositivo facilitaria a identificação de funcionários fantasmas, por > exemplo. A lei prevê até a listagem de cargos e funções que estiverem vagos > e só libera da exposição de todos esses dados os servidores que tiverem o > exercício da função protegidos por sigilo. > > > TRANSPARÊNCIA > Dados que deverão estar publicados em sites oficiais dos Três Poderes: > > # Nome completo e número de identificação funcional > # Cargo e função > # Lotação (para terceirizados) > # Ato de nomeação ou contratação e a respectiva data de publicação > > Funcionalismo > > Projetos que tratam da reestruturação de carreiras ou que aumentam despesas > com pessoal > > PL 5230/2009 – Cria 12 cargos comissionados para o Ministério da fazenda, > 16 para o Ministério da Integração Nacional e oito funções comissionadas > para o Banco Central, além de reajustar o valor das funções do Bacen > > PL 5245/2009 – Trata da concessão de Bônus Especial de Desempenho > Institucional (BESP/DNIT) aos servidores do Departamento Nacional de > Infraestrutura de Transportes (DNIT) > > PL 5894/2009 – Transforma cargos vagos da Carreira da Previdência, da > Saúde e do Trabalho em cargos de Analista Ambiental, da Carreira de > Especialista em Meio Ambiente. Não há previsão de impacto orçamentário. > > PL 5895/2009 – Transforma cargos vagos das Carreiras da Previdência, da > Saúde e do Trabalho e da Seguridade Social em cargos do Plano de Carreiras > do Instituto Nacional de Propriedade Industrial e do Plano Especial de > Cargos da Cultura. Não há previsão de impacto orçamentário. > > > Discussão sem índice de reajuste > > A criação de uma data-limite para a apresentação de projetos que aumentam > despesa de pessoal foi incentivada pelo governo, que precisou apertar os > cintos nos gastos com a rubrica. A determinação criou, na última semana, um > corre-corre na Câmara e no Senado. As duas casas planejavam implementar > planos de carreira em 2010, mas como estabeleceram a economia como bandeira > contra a crise no Legislativo, decidiram não passar pelo desgaste de falar > em aumento de salário. A Câmara protocolou projeto que autoriza a discussão > de reajuste no ano que vem, a partir de julho, mas não falou em índices. > Solução semelhante deve ser adotada pelo Senado nesta segunda-feira. > > Levantamento feito pelo Correio mostra que, em 2009, quatro projetos que > tratam da criação de cargos e funções ou reestruturação de carreiras foram > enviados pelo Executivo para a Câmara (leia quadro). Embora tenha partido do > governo, a estipulação de prazo para a apresentação dessas medidas não > agradou a todos na Esplanada. Fontes do Ministério do Planejamento avaliaram > que, embora aparente aumentar a programação da evolução desses gastos, a > medida também engessa as possibilidades de gestão da máquina. > > O mais polêmico entre os projetos apresentados pelo Executivo tramita em > regime de urgência e cria um bônus especial, que seria pago anualmente, a > servidores do DNIT. O benefício pode chegar a R$ 49 mil para cargos de nível > superior. A oposição classificou o projeto como “propina oficial”, assim que > ele chegou à Câmara. > > O furor das críticas diz respeito ao trecho da proposta que diz quais as > metas que deverão ser cumpridas para viabilizar o pagamento do bônus poderão > abranger “no todo, ou em parte” as demandas estipuladas no Programa de > Aceleração do Crescimento (PAC) para o órgão. Servidores do DNIT rebateram > as críticas, dizendo que o projeto vem compensar uma defasagem salarial. > > A previsão é de que a criação do bônus custe R$ 55,9 milhões ao Orçamento > de 2010. Em outro projeto, o governo cria um total de 28 cargos > comissionados divididos entre dois ministérios. Além disso, há, na mesma > proposta, a previsão de reajuste nas funções comissionadas do Banco Central > e a criação de oito gratificações. A medida aumenta o gasto com as funções > de R$ 2,5 milhões para R$ 3,2 milhões. (DL e EL) > > Reportagem de Daniela Lima e Edson Luiz, do Correio Braziliense > >