[CamaraDas] Re: ENC: Referendo/comentário

  • From: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx
  • To: elaine.oliveira@xxxxxxxxxxxxx, analistas2002@xxxxxxxxxxxxx
  • Date: Tue, 25 Oct 2005 09:43:37 -0200

           Grupo de Analistas Legislativos da CD - T.L.
           Nefelibatas, CamaraDas, Analistas 2002,3,4,5
           Comunidade no Orkut: "Nefelibatas"
           analistas2002@xxxxxxxxxxxxx

Puxa! Não sabia que o nosso povo era tão esclarecido e de tão boa memória! Aposto que até o Demétrio teve de dar uma pesquisadinha para fazer o artigo....


From: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx
Reply-To: elaine.oliveira@xxxxxxxxxxxxx
To: <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
Subject: [CamaraDas] ENC: Referendo/comentário
Date: Tue, 25 Oct 2005 09:06:27 -0200



<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/inde2410.htm> <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/indices/inde24102005.htm>



São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 2005


Texto Anterior <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2410200511.htm> | Próximo Texto <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2410200513.htm> | Índice <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/inde24102005.htm>


ARTIGO

A mensagem dos cidadãos

DEMÉTRIO MAGNOLI
COLUNISTA DA FOLHA

Eles armaram o circo, instalaram a confusão e fabricaram uma pergunta capciosa. Contrataram os fogos e a fanfarra. Programaram a comemoração. Mas o povo disse "não!".
No referendo de ontem, o povo derrotou o governo, a maioria absoluta da elite política, a organização hegemônica de mídia e as ONGs milionárias.
Agora, os santarrões têm de substituir a festa por uma narrativa política e já começam a manufaturar uma nova mentira: inspirados num Pelé de 30 anos atrás, dizem que o povo não sabe votar. Que o povo é "conservador" e vota contra seus próprios interesses. E que eles, os "esclarecidos" e "progressistas" isto é, Lula, Márcio Thomaz Bastos, Chico Alencar, Sarney, ACM Neto, Raul Jungmann, Marco Maciel e Renan Calheiros continuarão a lutar "pela paz", explicando ao povinho burro que a culpa pela criminalidade não é do Estado mas dos cidadãos ávidos por armas e sempre prontos a atirar uns nos outros.
Eles destilaram uma santimônia pegajosa, abraçaram lagoas e cristos, mas não conseguiram falar em nome do povo. Agora, precisam seqüestrar a mensagem do povo e torcer seu significado. Indiferentes ao ridículo, chegam a sugerir que os cidadãos votaram contra o "mensalão", não contra a proibição, como se a quadrilha dos corruptores já não estivesse exposta dois meses atrás, quando o "sim" tinha dois terços das intenções de voto.
O povo não é burro: decifrou a pergunta, desarmou a armadilha e enviou uma série de mensagens claras e nítidas.
1 - A esmagadora maioria dos brasileiros não tem armas. Mesmo assim, os eleitores disseram que o Estado não pode tomar-lhes um direito natural, que é o direito de defender a sua casa e a sua vida;
2 - Os eleitores disseram que o Estado não pode dividir os cidadãos em duas classes jurídicas, permitindo a proliferação de empresas de segurança privada enquanto proíbe a autodefesa armada dos homens de poucas posses;
3 - Os eleitores votaram contra o governo, mas com pertinência. Eles exigiram o fim da empulhação e do papo furado. Disseram que o culpado pela liberdade do crime é o governo, que não cumpriu a promessa de elaborar um plano nacional de segurança pública e não reformou, unificou e limpou as polícias.
Que ninguém se engane. Ficou registrado na memória coletiva que, em dezembro passado, os ministros do Trabalho, Ricardo Berzoini, e da Cultura, Gilberto Gil, negociaram com os traficantes do Complexo da Maré as condições da visita à favela da Vila São João, onde lançaram um programa de qualificação profissional. Por imposição do tráfico, as autoridades subiram o morro sem segurança armada, protegidos pela milícia dos bandidos.
Os cidadãos disseram "não!" exatamente a isso. Os brasileiros não correram atrás dos brucutus armados que têm saudade da ditadura. Simplesmente, estão fartos das autoridades que "são da paz". Querem guerra à corrupção e à violência policial. Querem guerra às prerrogativas dos traficantes, não uma hipócrita "guerra às drogas" que criminaliza os usuários e provoca chacinas de crianças. Querem a restauração da ordem pública e dos direitos das pessoas. Os candidatos a presidente deveriam tomar nota.


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Demétrio Magnoli é doutor em geografia humana pela Universidade de São Paulo e colunista da Folha


Texto Anterior: Distrito mais seguro da capital opta pelo "não" <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2410200511.htm>
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