[CamaraDas] Em 2005, Brasil só cresceu mais do que o Haiti

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  • Date: Thu, 29 Dec 2005 08:45:49 -0200

28/12/2005


Em 2005, Brasil só cresceu mais do que o Haiti 


 O Brasil chega ao final de 2005 em posição constrangedora entre os países da 
América Latina e do Caribe. Levantamento da Cepal informa que o país amargará o 
segundo pior índice de crescimento econômico da região: 2,5% do PIB. O Brasil 
só não é o lanterninha porque conseguiu superar o Haiti (1,5%), o país mais 
pobre do continente.   

O desempenho da economia brasileira foi muito inferior ao da Venezuela (9%) e 
ao da Argentina (8,6%), os dois países que mais cresceram na região em 2005. 
Ficou abaixo também de nações como Chile, Panamá, Peru, República Dominicana e 
Uruguai, que cresceram entre 5,5% e 7%. Perdeu ainda para Bolívia, Colômbia, 
Honduras e Nicarágua, que registraram crescimento ao redor de 4%.

Os dados constam de relatório anual que acaba de ser fechado pela Cepal 
(Comissão Econômica para América Latina e Caribe), organismo da ONU. O trabalho 
foi elaborado a partir de informações oficiais dos países. Além de medir o 
desempenho de 2005, o trabalho fixou as perspectivas para 2006.

Em suas últimas manifestações públicas, Lula e o ministro Antonio Palocci 
(Fazenda) previram que o Brasil crescerá 5% em 2006. Nesta quarta-feira, o 
Banco Central projetou crescimento de 4%. Menos otimista, a Cepal avalia que a 
taxa não vai passar de 3%. Confirmada a previsão, o Brasil terá, de novo, o 
segundo pior desempenho da região. Superará apenas o índice de crescimento de 
El Salvador (2,5%).

Brasil (2,5%), El Salvador (também 2,5%) e Haiti (1,5%) puxaram para baixo em 
2005 a média anual de crescimento da economia dos países da América Latina e do 
Caribe: 4,3%. Segundo a Cepal, este é o terceiro ano consecutivo de crescimento 
da região , beneficiada pelo "entorno favorável da economia mundial, que 
cresceu 3,3% em 2005". Para 2006, a Cepal prevê que o crescimento médio da 
região será ligeiramente inferior: 4,1%.

Considerando-se o período de 2003 a 2006, o desempenho positivo da economia da 
América Latina e do Caribe se manterá "levemente superior a 4% por ano". É 
pouco se for considerada a média registrada no mesmo período no conjunto dos 
países em desenvolvimento de todo o mundo: 5,7%.

No trecho dedicado especificamente ao Brasil, o documento da Cepal afirma que o 
crescimento estimado para 2005 (2,5%) é menor que o de 2004 (4,9%) por causa da 
política econômica restritiva, temperada a altas taxas de juros. O relatório 
menciona também a austeridade fiscal, que produziu um superávit de 5,9% do PIB 
entre janeiro e outubro de 2005, acima da meta oficial de 4,25%.

A desaceleração afetou os três grandes setores da economia brasileira, anota o 
estudo da Cepal. "Até o terceiro trimestre de 2005, o setor agrícola cresceu 
1,5% (5,3% em 2004), a indústria 2,9% (6,2% em 2004) e o setor de serviços 2,1% 
(3,3% em 2004)."  

Diante do comportamento da taxa de câmbio -valorização de 18% do real frente ao 
dólar nos 12 meses até outubro-, o bom desempenho das exportações brasileiras 
foi considerado "surpreendente". O impacto do câmbio sobre o saldo da balança 
comercial, diz o relatório da Cepal, foi contido por dois efeitos que tendem a 
se esgotar: concessão de créditos que reduzem os riscos dos exportadores e 
comportamento cauteloso dos importadores.  

Para ler a versão integral do documento da Cepal, em espanhol, pressione AQUI 
<http://www.eclac.cl/publicaciones/DesarrolloEconomico/2/LCG2292PE/LCG2292_e_Balance%20preliminar.pdf>
 . Se preferir a versão resumida, em inglês, clique AQUI 
<http://www.eclac.cl/publicaciones/DesarrolloEconomico/2/LCG2292PI/LCG2292_i_briefing_%20paper.pdf>
 .

Escrito por Josias de Souza às 22h48

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