[CamaraDas] Espiña

  • From: Niquele <niquele@xxxxxxxxx>
  • To: CamaraDas <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Mon, 7 Feb 2011 15:50:59 -0200

 ELIO GASPARI - A Espanha deporta?
Deportemos<http://sergyovitro.blogspot.com/2011/02/elio-gaspari-espanha-deporta-deportemos.html>
 *Se o governo de Madri quer perseguir brasileiros, a Polícia Federal pode
dar o troco *
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NUNCA É DEMAIS repetir: ao tempo em que os europeus exportavam sua gente
para outras terras, a Espanha mandou para o Brasil perto de 1 milhão de
imigrantes. (A Itália mandou 1,5 milhão.) Passou o tempo, e a polícia
espanhola continua perseguindo brasileiros que desembarcam em Madri.
Há três anos, uma física que estava a caminho de um congresso em Lisboa foi
detida por 53 horas e embarcada de volta. Há poucos dias, Denise Severo,
pesquisadora do Núcleo de Estudos em Saúde Pública da Universidade de
Brasília, foi detida por 15 horas pela meganha do aeroporto de Barajas e
deportada. Retornou sem a bagagem.
Denise Severo botou seu trombone na internet:
"Havia cerca de dez pessoas presas nesta situação e todas elas eram latinas
e/ou negros da África!!! Ou seja, é xenofobia pura!!!! Mas xenofobia contra
latinos e negros!!!! Puro preconceito !!! (...) Vou recorrer ao Itamaraty,
vou fazer uma queixa oficial na Embaixada da Espanha no Brasil, vou à
Secretaria de Política para Mulheres e Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República, vou a todos os órgãos que puder para lutar contra
esta arbitrariedade!!!"
A brasileira informa que tinha consigo a comprovação de emprego, emitida
pelo Ministério da Cultura, passagem de ida e volta, reserva de hotel (em
nome de uma amiga, que chegara em outro voo, informação confirmada pelo
estabelecimento) e até cópia da escritura de sua casa. Isso tudo e mais o
cartão Travelmoney do Banco do Brasil, bem como os comprovantes da transação
dos euros necessários para custear a viagem.
O embaixador da Espanha em Brasília, Carlos Alonso Zaldivar pode procurar no
arquivo alguns casos anteriores e verá que sua turma só mudou (um pouco) o
tratamento dado aos brasileiros depois que a Polícia Federal, em muito boa
hora, começou a deportar seus patrícios.
Em março de 2008, foram devolvidos oito, com os mesmos argumentos oferecidos
aos brasileiros em Madri.
Infelizmente, as dificuldades econômicas da Europa estão estimulando a busca
de empregos no além-mar. Nessa hora, Pindorama volta a ser um porto seguro.
Recentemente, diplomatas de diversos países procuraram o Ministério do
Trabalho para discutir uma política de concessão de vistos de serviço para
seus cidadãos. Bem que o ministro Carlos Lupi poderia discutir esses pleitos
mostrando uma tabelinha de deportações arbitrárias impostas a brasileiros em
cada país europeu.
Há brasileiros e brasileiras presos na Espanha por prostituição, tráfico de
drogas, sequestros-relampago e falsificação de documentos. Problema deles,
que violaram as leis locais. O ano de 2010 terminou com 163 espanhóis
encarcerados no Brasil, 52 a mais do que em 2009. A má conduta de uns não
permite que os outros sejam tratados como suspeitos. Ademais, a preferência
da meganha pela deportação de mulheres jovens revela que é a polícia
espanhola quem tem um problema na cabeça, não suas vítimas.
Em pelo menos um caso de exercício da xenofobia, um governo europeu recuou
quando soube que o Brasil estava disposto a discutir uma agenda ampla,
negociando inclusive a suspensão da reciprocidade da isenção de vistos de
turista. Seria o caso de o chanceler Antonio Patriota perguntar ao
embaixador Zaldivar se o seu governo pretende mudar as regras do jogo.

*Niquele*
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