[CamaraDas] "Extras"

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  • Date: Sat, 24 Nov 2007 17:54:27 -0300

24/11/2007 - 10h19 
Senado gasta R$ 781,5 mil em "horas extras" 
ANDREZA MATAIS
da Folha de S.Paulo, em Brasília 

Em dez meses, o Senado já pagou R$ 781,5 mil de salário extra para um seleto 
grupo de funcionários. A justificativa para o gasto é que esses servidores 
recebem uma espécie de bônus para que desempenhem atividades específicas para a 
Casa. 

A gratificação é concedida aos que participam de comissões especiais 
responsáveis por temas diversos, que vão do controle de compras até a 
organização de eventos, como os 200 anos da chegada de D. João 6º. 

A Folha apurou que alguns nomeados recebem a mais, nos seus salários, até R$ 
4.000 sobre os valores brutos. A folha de pagamento "paralela" tecnicamente não 
é computada como salário, o que permite elevar acima do teto definido pela 
Constituição (de R$ 24.500) os vencimentos de servidores, que ainda acumulam 
horas extras, computadas depois das 18h30 em dias de sessões deliberativas, 
além de outras gratificações previstas em lei. 

De janeiro a 1º de março deste ano, foram prorrogadas 40 comissões e criadas 
quatro. Quem é indicado para trabalhar em uma comissão pode ganhar 
gratificações que variam de R$ 737,76 a R$ 1.106,64 e R$ 1.475,72, já incluídos 
os descontos. O valor depende do cargo de quem criou a comissão: se for o 
presidente do Senado ou o primeiro-secretário, eles são os mais altos. Se for 
pelo diretor-geral, a remuneração é mais baixa. A conta já chega a quase R$ 100 
mil a mais por mês de gastos para o Senado nos primeiros meses do ano. 

A direção da Casa alega que o "extra" é necessário porque essas pessoas 
executam tarefas "que não são inerentes" à atividade principal. Funcionários da 
Casa (que não quiseram ter seus nomes divulgados) disseram que a associação de 
suas atividades à comissões é apenas um pretexto para assegurar a manutenção de 
aumento permanente nos salários de um grupo de servidores, que reúne os 
"apadrinhados políticos". 

Não há concorrência interna nem mecanismo de seleção para ser nomeado para uma 
comissão: as indicações são feitas pelo presidente da Casa, pelo 
primeiro-secretário ou pelo diretor-geral do Senado. 

Até quem participa de comissão para acompanhar serviços prestados por empresas 
terceirizadas tem direito à gratificação de R$ 1.475,72 --para qualquer compra 
feita pelo Senado são designados de dois a três servidores para atuarem como 
gestores do contrato. 

Já aquele que participa de comissão de sindicância para investigar funcionário 
também é contemplado. Há 15 comissões de sindicância em curso. Nesses dois 
casos de comissões de gestor de contrato e sindicância, os servidores podem 
acumular até três gratificações. 

Há comissão para tudo no Senado e muitas são prorrogadas por anos -a portaria 
de uma delas vem sendo reeditada desde 1999. Há comissões para planejar 
eventos, promover a participação do Senado em feiras e bienais, tratar dos 
tours feitos por turistas nos finais de semana, coordenar credenciamento de 
jornalistas, fazer inventários, assessorar a secretaria especial de 
informática. 

Karla Kalume preside a comissão especial de planejamento e orçamento do 
Prodasen: "A comissão se reúne para saber o andamento dos processos, tratar de 
informações orçamentárias, fazer a previsão orçamentária", disse. Apesar de 
informar que está "há anos" na comissão, não soube dizer quantas pessoas 
coordena nem o valor que recebe: "Isso depende". A comissão, disse, é integrada 
pelo "staff" do Prodasen, "são cerca de 11 pessoas". 

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