[CamaraDas] Hexa....

  • From: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx
  • To: <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Wed, 24 May 2006 19:16:05 -0300

         Esse articulista deve ser argentino infiltrado no Brasil. Não é 
possível que ele esteja vendo tudo isso que ele escreveu. Falar que Cafu e 
Roberto Carlos estão ultrapassados... Achar que a entrega simpática da camiseta 
pro Lula é fanfarronada...Esse gringo deve estar com saudades da seleção do 
Lazaroni, aquela de 90, que não tinha malabaristas... O que é que ele queria? 
Que fossem convocados Belleti, Tinga, Correia, aquele centroavante do Flamengo, 
que era do Ipatinga? 
 
                                            Jairo.



 
A pessoa que escreveu esse artigo deve estar de mau com a vida. Cacilda!!!
A seleção não tem obrigação nenhuma de ganhar a Copa do Mundo 2006, mas daí a 
fazer uma análise dessas...
Vou guardar este email para, no caso de chegarmos à final, ou à semifinal, 
devolver ao grupo. Mas ainda que não cheguemos lá, não concordo com a visão 
pessimista estampada nas linhas abaixo.
Saint James 

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De: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx [mailto:analistas2002@xxxxxxxxxxxxx] 
Enviada em: quarta-feira, 24 de maio de 2006 18:15
Para: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx
Assunto: [CamaraDas] Hexa....


 
Adeus, hexa


        
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24.05.2006 |  O lateral Roberto Carlos foi levar sua camisa autografada ao 
presidente Lula antes de viajar para a Copa da Alemanha. Não há o menor 
vestígio de humildade no comportamento dos jogadores da seleção brasileira. 
Antigamente, o beija-mão palaciano era restrito ao momento da volta, quando os 
guerreiros iam buscar sua condecoração após a batalha. Agora, a batalha é um 
detalhe. Já tem muito brasileiro dizendo que não basta ganhar a Copa, é preciso 
"dar espetáculo". E lá vão os Globe Trotters verde-amarelos para a Alemanha com 
a receita perfeita para a derrota.

Os brasileiros são assim mesmo. Oscilam da auto-piedade mais miserável à 
arrogância mais histérica. Lula é o exemplar-síntese desse caráter. Poucos 
meses atrás, bombardeado pelo escândalo do mensalão, mal conseguia levantar da 
cama para governar. A imprensa queria saber quando o governo ia acordar, mas 
não se ouvia uma palavra do presidente sobre qualquer assunto. Mas o povo 
esqueceu o mensalão, as pesquisas de opinião embalaram a campanha da reeleição 
e Lula saiu por aí falando categoricamente sobre tudo. Sua última pérola foi 
dizer que "infelizmente a lei neste país" impede a programação de gastos 
públicos a menos de seis meses da eleição.

Seria chocante, absurda, surrealista uma declaração dessas vinda do chefe da 
nação, bombardeando a maior conquista recente da administração pública no 
Brasil - a responsabilidade fiscal. Seria de fato ultrajante, se a opinião 
pública não fosse dócil aos delírios de grandeza de quem está 
circunstancialmente por cima. Da depressão profunda, Lula passou à onipotência 
desvairada, a ponto de se considerar acima da lei. E o povo aplaude: ninguém 
segura esse presidente, ninguém segura o escrete canarinho, conosco ninguém 
pode.

No terreno da política, esses são os ingredientes perfeitos para o 
autoritarismo (ver jornada venezuelana). Mas nenhum brasileiro se sentirá às 
vésperas de uma guinada autoritária quando se está às vésperas de uma Copa do 
Mundo. E no terreno do futebol, a empáfia e a onipotência são os ingredientes 
perfeitos para o fracasso.

Milionários e entediados, os jogadores da seleção brasileira pediram, pela 
primeira vez, para ficarem concentrados em quartos individuais. Nada daquele 
clima de colégio interno, tendo que conviver com as cuecas e os roncos do 
companheiro de time. São todos celebridades, donos de fundações, produtos 
comerciais altamente rentáveis, verdadeiras ONGs ambulantes. Não faz sentido 
para suas excelências passarem a vida se deslocando em helicópteros e jatinhos 
e, na hora da Copa, ter que se meter num acampamento de escoteiro. Mas seus 
empresários e relações públicas já contornaram esse contratempo.

Cafu, o pior lateral direito de uma seleção brasileira campeã, é candidato à 
sua quarta final de Copa do Mundo. O recorde é de fato impressionante, mas só 
interessa ao próprio Cafu, à família do Cafu, à ONG do Cafu e aos almanaques 
esportivos. A permanência dele e de Roberto Carlos, o que foi beijar a mão de 
Lula antes da hora, no time que vai à Copa é um mistério insondável. Não jogam 
nada em seus times há muito tempo, não precisam conquistar mais nada esportiva 
ou financeiramente, e não largam o osso. São titulares da panelinha vitalícia 
da CBF.

Carlos Alberto Parreira, o técnico, é outro que está empanturrado. Já ganhou 
Copa, já ganhou dinheiro, já ganhou o mundo. Tudo o que quer é administrar o 
seu sossego. Palavras bem medidas, convocação de jogadores sem polêmicas, 
escalação do time como o povo quer. Como se sabe, o povo, assim como o Pelé, 
entende muito pouco de futebol. Mas essa seleção blasé está convencida de que 
vai à Alemanha para um desfile de celebridades. Por isso, até o metódico 
Parreira cedeu à tentação populista de montar um time fashion.

A seleção que vai à Copa está pessimamente escalada. Os laterais Cafu e Roberto 
Carlos não correm mais atrás de ninguém, e no meio-campo há um único jogador de 
marcação, o igualmente ancião Emerson. Os dois zagueiros devem estar em pânico. 
Dali para frente, só malabaristas. E não será sequer um time forte na armação 
de jogadas, porque o tal quadrado mágico - Ronaldinho, Kaká, Ronaldo e Adriano 
- é todo de atacantes corredores, com pouquíssimo expediente no departamento de 
planejamento e articulação do jogo. Um time visivelmente desequilibrado e 
vulnerável. Mas quem vai querer desafinar o oba-oba?

Ronaldo, que não joga há muito tempo, reapareceu com pinta de halterofilista. A 
Copa de 2002 ele já ganhou com um futebol minimalista, jogando a la Romário, um 
Fenômeno nada exuberante. Agora aos 30 anos está sisudo, suscetível, levemente 
magoado com as cobranças (dos tempos de exaltação ninguém reclama). Ronaldinho 
Gaúcho é gênio, mas sua genialidade apareceu jogando num time, não num desfile 
de celebridades. E é um dos mais vulneráveis aos pedidos do povo para que a 
seleção "dê espetáculo", por sua ainda não domesticada vocação circense.

Futebol não é circo, nem desfile de moda. A história mostra que futebol bonito 
é futebol eficiente - basta lembrar de Zico, Rivelino, Maradona e Pelé. 
Jogadores magistrais, mas que jamais se afastaram um milímetro da objetividade. 
Sempre buscaram o caminho mais direto para o gol, e o espetacular estava tão 
somente nas formas que encontravam para abrir esse caminho. 

Mas o Brasil pentacampeão está empanturrado. A taça não basta. Quer ver Robinho 
pedalando de marcha-à-ré, Roberto Carlos dando salto mortal, Ronaldinho olhando 
para um lado e tocando para o outro. Parreira Fashion Week. Está pronta a 
crônica do desastre. 

 

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