[CamaraDas] Re: Hexa....

  • From: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx
  • To: "CamaraDas" <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Wed, 24 May 2006 19:32:33 -0300

Opa! Aquele centroavante do Ipatinga não! Que desrespeito com nossos
artistas!
É o craque Walter Minhoca!

  -----Mensagem Original----- 
  De: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx
  Para: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx
  Enviada em: quarta-feira, 24 de maio de 2006 19:16
  Assunto: [CamaraDas] Hexa....


           Esse articulista deve ser argentino infiltrado no Brasil. Não é
possível que ele esteja vendo tudo isso que ele escreveu. Falar que Cafu e
Roberto Carlos estão ultrapassados... Achar que a entrega simpática da
camiseta pro Lula é fanfarronada...Esse gringo deve estar com saudades da
seleção do Lazaroni, aquela de 90, que não tinha malabaristas... O que é que
ele queria? Que fossem convocados Belleti, Tinga, Correia, aquele
centroavante do Flamengo, que era do Ipatinga?

                                              Jairo.





  A pessoa que escreveu esse artigo deve estar de mau com a vida. Cacilda!!!
  A seleção não tem obrigação nenhuma de ganhar a Copa do Mundo 2006, mas
daí a fazer uma análise dessas...
  Vou guardar este email para, no caso de chegarmos à final, ou à semifinal,
devolver ao grupo. Mas ainda que não cheguemos lá, não concordo com a visão
pessimista estampada nas linhas abaixo.
  Saint James



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  De: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx [mailto:analistas2002@xxxxxxxxxxxxx]
  Enviada em: quarta-feira, 24 de maio de 2006 18:15
  Para: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx
  Assunto: [CamaraDas] Hexa....



  Adeus, hexa



  24.05.2006 |  O lateral Roberto Carlos foi levar sua camisa autografada ao
presidente Lula antes de viajar para a Copa da Alemanha. Não há o menor
vestígio de humildade no comportamento dos jogadores da seleção brasileira.
Antigamente, o beija-mão palaciano era restrito ao momento da volta, quando
os guerreiros iam buscar sua condecoração após a batalha. Agora, a batalha é
um detalhe. Já tem muito brasileiro dizendo que não basta ganhar a Copa, é
preciso "dar espetáculo". E lá vão os Globe Trotters verde-amarelos para a
Alemanha com a receita perfeita para a derrota.

  Os brasileiros são assim mesmo. Oscilam da auto-piedade mais miserável à
arrogância mais histérica. Lula é o exemplar-síntese desse caráter. Poucos
meses atrás, bombardeado pelo escândalo do mensalão, mal conseguia levantar
da cama para governar. A imprensa queria saber quando o governo ia acordar,
mas não se ouvia uma palavra do presidente sobre qualquer assunto. Mas o
povo esqueceu o mensalão, as pesquisas de opinião embalaram a campanha da
reeleição e Lula saiu por aí falando categoricamente sobre tudo. Sua última
pérola foi dizer que "infelizmente a lei neste país" impede a programação de
gastos públicos a menos de seis meses da eleição.

  Seria chocante, absurda, surrealista uma declaração dessas vinda do chefe
da nação, bombardeando a maior conquista recente da administração pública no
Brasil - a responsabilidade fiscal. Seria de fato ultrajante, se a opinião
pública não fosse dócil aos delírios de grandeza de quem está
circunstancialmente por cima. Da depressão profunda, Lula passou à
onipotência desvairada, a ponto de se considerar acima da lei. E o povo
aplaude: ninguém segura esse presidente, ninguém segura o escrete canarinho,
conosco ninguém pode.

  No terreno da política, esses são os ingredientes perfeitos para o
autoritarismo (ver jornada venezuelana). Mas nenhum brasileiro se sentirá às
vésperas de uma guinada autoritária quando se está às vésperas de uma Copa
do Mundo. E no terreno do futebol, a empáfia e a onipotência são os
ingredientes perfeitos para o fracasso.

  Milionários e entediados, os jogadores da seleção brasileira pediram, pela
primeira vez, para ficarem concentrados em quartos individuais. Nada daquele
clima de colégio interno, tendo que conviver com as cuecas e os roncos do
companheiro de time. São todos celebridades, donos de fundações, produtos
comerciais altamente rentáveis, verdadeiras ONGs ambulantes. Não faz sentido
para suas excelências passarem a vida se deslocando em helicópteros e
jatinhos e, na hora da Copa, ter que se meter num acampamento de escoteiro.
Mas seus empresários e relações públicas já contornaram esse contratempo.

  Cafu, o pior lateral direito de uma seleção brasileira campeã, é candidato
à sua quarta final de Copa do Mundo. O recorde é de fato impressionante, mas
só interessa ao próprio Cafu, à família do Cafu, à ONG do Cafu e aos
almanaques esportivos. A permanência dele e de Roberto Carlos, o que foi
beijar a mão de Lula antes da hora, no time que vai à Copa é um mistério
insondável. Não jogam nada em seus times há muito tempo, não precisam
conquistar mais nada esportiva ou financeiramente, e não largam o osso. São
titulares da panelinha vitalícia da CBF.

  Carlos Alberto Parreira, o técnico, é outro que está empanturrado. Já
ganhou Copa, já ganhou dinheiro, já ganhou o mundo. Tudo o que quer é
administrar o seu sossego. Palavras bem medidas, convocação de jogadores sem
polêmicas, escalação do time como o povo quer. Como se sabe, o povo, assim
como o Pelé, entende muito pouco de futebol. Mas essa seleção blasé está
convencida de que vai à Alemanha para um desfile de celebridades. Por isso,
até o metódico Parreira cedeu à tentação populista de montar um time
fashion.

  A seleção que vai à Copa está pessimamente escalada. Os laterais Cafu e
Roberto Carlos não correm mais atrás de ninguém, e no meio-campo há um único
jogador de marcação, o igualmente ancião Emerson. Os dois zagueiros devem
estar em pânico. Dali para frente, só malabaristas. E não será sequer um
time forte na armação de jogadas, porque o tal quadrado mágico - Ronaldinho,
Kaká, Ronaldo e Adriano - é todo de atacantes corredores, com pouquíssimo
expediente no departamento de planejamento e articulação do jogo. Um time
visivelmente desequilibrado e vulnerável. Mas quem vai querer desafinar o
oba-oba?

  Ronaldo, que não joga há muito tempo, reapareceu com pinta de
halterofilista. A Copa de 2002 ele já ganhou com um futebol minimalista,
jogando a la Romário, um Fenômeno nada exuberante. Agora aos 30 anos está
sisudo, suscetível, levemente magoado com as cobranças (dos tempos de
exaltação ninguém reclama). Ronaldinho Gaúcho é gênio, mas sua genialidade
apareceu jogando num time, não num desfile de celebridades. E é um dos mais
vulneráveis aos pedidos do povo para que a seleção "dê espetáculo", por sua
ainda não domesticada vocação circense.

  Futebol não é circo, nem desfile de moda. A história mostra que futebol
bonito é futebol eficiente - basta lembrar de Zico, Rivelino, Maradona e
Pelé. Jogadores magistrais, mas que jamais se afastaram um milímetro da
objetividade. Sempre buscaram o caminho mais direto para o gol, e o
espetacular estava tão somente nas formas que encontravam para abrir esse
caminho.

  Mas o Brasil pentacampeão está empanturrado. A taça não basta. Quer ver
Robinho pedalando de marcha-à-ré, Roberto Carlos dando salto mortal,
Ronaldinho olhando para um lado e tocando para o outro. Parreira Fashion
Week. Está pronta a crônica do desastre.

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