[CamaraDas] Plano de Carreira - DISCURSOS EM PLENÁRIO

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  • Date: Tue, 18 Oct 2005 19:24:13 -0200

O SR. PRESIDENTE (Aldo Rebelo) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Arlindo 
Chinaglia, para uma Comunicação de Liderança, pelo Governo.
O SR. ARLINDO CHINAGLIA (PT-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. 
Presidente, a imprensa hoje noticia a representação, feita pela Advocacia-Geral 
da União junto ao Supremo Tribunal Federal, em que a União entrou com uma ação 
direta de inconstitucionalidade frente à derrubada do veto presidencial, 
produzido em sessão do Congresso Nacional, que dispunha sobre o aumento dos 
servidores da Câmara e do Senado.
Primeiramente, quero chamar a atenção dos Líderes e dos Deputados que à época 
argumentaram, defenderam e, até sob alguns aplausos, votaram e derrubaram o 
veto.
Vou ler o que este Deputado falou naquela oportunidade:
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, quero recuperar parte do debate que 
fizemos por ocasião do veto feito pelo Presidente da República, após o 
Congresso ter aprovado projetos de lei dando reajuste de 15% aos seus 
servidores. 
Esse discurso foi proferido em 31 de agosto, quando da derrubada do veto. Eu 
dizia então:
Naquela oportunidade, o Presidente Severino Cavalcanti e a Liderança do 
Governo, por mim representada,reunimo-nos com alguns Ministros e produzimos um 
acordo que diz respeito aos servidores da Câmara dos Deputados. Posteriormente 
farei menção aos demais.
Eu me referia aos servidores do Senado e do TCU.

Como o Líder do Governo no Senador, Aloizio Mercadante, havia usado da palavra, 
repeti:
Exatamente como disse o Líder Aloizio Mercadante, ao constatar que os 
servidores da Câmara ainda não tiveram seu plano de carreira aprovado, o 
Governo assumiu o compromisso - e vai cumpri-lo - de que seria aprovado o plano 
de carreira dos servidores da Câmara dos Deputados. Eu fui seu avalista. Outros 
também o foram. E o Presidente Severino Cavalcanti foi quem conduziu as 
negociações. 
Para que isso pudesse ir em frente, teria de ser aprovada na LDO a provisão 
orçamentária. E ela foi feita na quantidade de 468 milhões de reais. Portanto, 
o que falta - e não estou falando do veto neste momento - aos servidores da 
Câmara dos Deputados? Apenas a desobstrução da pauta. Estamos todos empenhados 
para que isso ocorra. O projeto está tramitando em regime de urgência 
urgentíssima. 
Dizia, no dia 31 de agosto: 
Portanto, no que diz respeito aos servidores da Câmara dos Deputados, há o 
compromisso, há a verba, há o projeto de lei e vai acontecer.
Naquela época, dizia: 
Agora quero falar dos vetos. É evidente que vários Parlamentares, inclusive 
Líderes, têm a intenção - e nós a respeitamos - de também conceder reajuste 
para os servidores do Senado Federal. E há o pleito para que os servidores do 
TCU sejam incluídos. 
Dizia: 
Se derrubarmos o veto, isso vai, do ponto de vista legal, obrigar o Governo, 
por falta de alternativa, a ajuizar uma ADIN no STF, o que tiraráa 
possibilidade de conduzirmos o processo de maneira mais rápida e eficaz para os 
servidores da Câmara.

Perderíamos assim a oportunidade, ainda que não em caráter definitivo, de 
começarmos negociações para o Senado e TCU, respeitando, em primeiro lugar - 
que isso fique claro - , os servidores da Câmara dos Deputados, que ainda não 
tiveram o Plano de Carreira aprovado.
Agora, até para facilitar a compreensão, digo que o Plano de Carreira do Senado 
foi aprovado em 2002 e integralmente pago até 2004. O Plano de Carreira do TCU 
já foi implantado. Assumimosentão o compromisso com os servidores da Câmara 
exatamente para que, em dado momento, ocorresse a isonomia entre os servidores 
da Câmara, do Senado e do TCU.
Vou dar alguns dados, até para que o SINDILEGIS reveja a sua estratégia. O 
SINDILEGIS acusava-me de operar contra o veto. Eu não operava contra o veto, eu 
operava a favor dos servidores da Câmara, principalmente. Dou alguns números em 
relação aos ativos. Média salarial do Senado: R$13.196,00. Média salarial do 
TCU: R$ 12.333,00. Média salarial da Câmara: R$ 5.314,00. Dados referentes aos 
inativos: no Senado, R$ 10.800,00; no TCU, 12.500,00, e na Câmara, R$ 8.195,00.
Traduzo, para que aqueles Deputados que discursaram e votaram entendam agora 
que erraram. Erraram porque havia o acordo. Por que foi necessário aquele 
primeiro veto do Presidente da República?

É que o art. 169 da Constituição brasileira diz:
Art.169 ...............................................................
............................................................................
Parágrafo único. A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a 
criação de cargos ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a 
administração ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e 
entidades de administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas 
e mantidas pelo Poder Público só poderão ser feitas:
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções 
de despesa de pessoal e aos acréscimos delas decorrentes;
Portanto o Congresso não tem o poder de determinar qualquer remuneração de 
pessoal se não houver na LDO, ou seja, no Orçamento Geral da União, prévia 
dotação orçamentária. 
É por isso que alertamos e falamos contra a derrubada do veto. Só temos a 
lamentar que poucos compreenderam e, por maioria avassaladora, derrubou-se o 
veto. E os servidores da Câmara, hoje, não podem sequer ter o aumento que 
havíamos nos comprometido e que eles vão ter a partir do momento que houver o 
desenlace no Supremo Tribunal Federal.
Portanto me dirijo a todos os líderes, a todos Parlamentares e aos servidores 
da Câmara para dizer que hoje o aumento ainda não saiu porque o veto, naquele 
momento, foi derrubado e nós alertamos: É ilegal, éinconstitucional. É por isso 
que dizíamos que o Governo não teria alternativa. E sei que houve Parlamentares 
da Mesa e da Oposição que vieram à tribuna e referendaram o que havíamos dito.

Porém, isso acontece naqueles momentos de muita emoção, de muito discurso e, 
lamentavelmente, de engano, que resulta num prejuízo objetivo até o momento. 
Por quê? 
Pelo acordo que vivenciamos e ajudamos a conduzir com o ex-Presidente da Casa, 
Deputado Severino Cavalcanti, na LDO, estava destinada verba para o projeto de 
lei, que, portanto, só falta seraprovado. A partir do momento que caiu o veto, 
ficou impossível cumprir o acordo, e o Governo é obrigado entrar com uma ação 
no Supremo Tribunal Federal. Lamentamos o fato. Espero que todos aprendamos a 
lição.
Estamos à disposição da Mesa, do Diretor-Geral, do Presidente para buscarmos 
solução para o impasse. Reitero: está muito mais próxima a solução para os 
servidores da Câmara, porque há verba e, acima de tudo, fará justiça, mas temos 
de aguardar a decisão do Supremo, que, salvo melhor juízo, ainda demora alguns 
dias.
Portanto, Sr. Presidente, era o esclarecimento que queria prestar a Casa em 
nome do Governo e reiterar nosso compromisso que serácumprido e vamos 
posteriormente com o Senado e com Tribunal de Contas da União.


O SR. PAUDERNEY AVELINO- Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Aldo Rebelo) - Tem V.Exa. a palavra.
O SR. PAUDERNEY AVELINO (PFL-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. 
Presidente, pedi a palavra para deixar registrado que, no dia em que foi 
derrubado o veto, usei a tribuna a fim de dizer as razões pelas quais estava a 
favor dessa decisão.

Venho agora lamentar a forma como o Governo se encaminha ao Supremo Tribunal 
Federal com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade e o faz apenas pelo fato 
de a Câmara dos Deputados ser um poder desarmado. Só o faz por conta disso, 
nobre líder Chinaglia. 
O Governo é useiro e vezeiro de mandar projetos de lei sem a devida cobertura 
orçamentária. Isso acontece com plano de carreira do Judiciário, com outras 
matérias. Quantas matérias eu poderia enumerar aqui que o Governo manda para 
esta Casa sem a devida provisão orçamentária e passados quinze, vinte, trinta 
dias manda um projeto de lei para fazer a devida complementação orçamentária.
Por isso, lamentamos profundamente. Nesta tribuna contestamos a forma como está 
sendo divulgado o salário médio do Poder Legislativo de 9 mil reais. Em 
primeiro lugar,contesto. Em segundo lugar, vou trazer a média salarial desse 
poder, que não é de 5 mil reais como disse o líder Chinaglia. Vou trazer o 
número correto para que se evite especulação em torno de um assunto que a meu 
ver não épequeno. É um assunto que interessa a todos nós Parlamentares e ao 
conjunto da sociedade brasileira, porque esta Casa é a Casa das leis e 
precisamos ter pessoas capazes, habilitadas para o exercício da função de 
legislar.

Por isso quero deixar registrado, neste momento, a minha posição de 
discordância e de lamentar, profundamente a forma como o Governo vai ao Supremo 
Tribunal Federal, que não o faz com outros Poderes, mas o faz apenas com a 
Câmara dos Deputados, com o Poder Legislativo.

O SR. ARLINDO CHINAGLIA Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.
Fui citado e quero apenas fazer uma observação.
O SR. PRESIDENTE (Aldo Rebelo) Nobre Deputado Arlindo Chinaglia, V.Exa. foi 
citado de forma elogiosa.
Tem V.Exa. a palavra.
O SR. ARLINDO CHINAGLIA (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. 
Presidente, agradeço. Mas só que acho que falta um elemento, se V.Exa. me der a 
oportunidade de me pronunciar, que é o seguinte: os Deputados precisam dizer se 
concordam ou discordam da lei que exige que haja previsão orçamentária. É isso 
que estamos esclarecendo. Esclarecemos à época e agora. Não hánenhuma segunda 
intenção: é límpido. Inclusive, dizemos, agora, o que dissemos à época.
Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. ALBERTO GOLDMAN Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Aldo Rebelo) Tem V.Exa. a palavra, nobre Líder Alberto 
Goldman.
O SR. ALBERTO GOLDMAN (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. 
Presidente, faria um apelo. Fizemos um acordo, agora há pouco,...
O SR. PRESIDENTE (Aldo Rebelo) Isso.
O SR. ALBERTO GOLDMAN ... no sentido de se fazer uma inversão de pauta, uma 
votação simbólica da inversão de pauta (vamos votar, vamos votar), não havendo, 
portanto, nenhuma discussão. Háum acordo geral dessa inversão de pauta e, em 
seguida, o Relator faria apenas a leitura do relatório. Sem nenhuma votação e 
sem discussão suspenderíamos a sessão.
Pediria ao nobre Líder do PT que abrisse mão dessa solicitação de suspender a 
sessão da Comissão de Ética, já que a leitura do parecer do nobre Deputado 
Júlio Delgado está na sua fase final, a informação éque faltam apenas 2 páginas 
de um total de 50 páginas para o término da sua leitura. Como nós não teremos 
votação aqui e discussão, há um acordo no Plenário para que não seja 
interrompida a reunião do Conselho de Ética. Temos 14 matérias do Conselho de 
Ética, 14 casos, vamos ter muitas testemunhas e muitos debates. Se adotarmos 
esse princípio, Sr. Presidente, com o funcionamento aqui do Plenário, 
certamente, não iremos terminar, nem neste ano nem no ano que vem a votação no 
Conselho de Ética, porque deveremos ter matérias para que sejam votadas, em 
plenário, todos os dias.

Neste momento, em que não há um confronto, mas um acordo, parece-mede bom senso 
que não se suspensa aquela sessão, já que está no término da leitura do parecer 
do Deputado Júlio Delgado.

O SR. PRESIDENTE (Aldo Rebelo) Deputado Alberto Goldman, a questão decorre das 
implicações legais e das conseqüências que podem acontecer, independentemente 
da boa vontade daqueles que não queiram prejudicar as Comissões que estão em 
funcionamento.
A Presidência só pode, para proteger o resultado da ação produzida por essas 
Comissões e pelo Conselho de Ética, solicitar a suspensão da atividade enquanto 
transcorre a Ordem do Dia.

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