[CamaraDas] RES: ENC: Educação na Coréia do Sul

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  • To: <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Thu, 28 Sep 2006 15:21:24 -0300

Interessate mesmo, Anderson. 
Por isso que eu tinha-me decidido a votar no Cristovam, que, embora não tenha 
feito grandes coisas como governador nem como ministro, é o único candidato que 
reconhece a importância da educação para o crescimento de um país. 
 
Mas como, antes de tudo, definitivamente não quero a volta da dupla PSDB-PFL ao 
poder, vou votar de novo no Lula para não correr o risco de ter um segundo 
turno com o chuchu. 
 
Preocupa-me também o que disse Paulo Henrique Amorim: 'se der "empate", o TSE 
elege Alckmin' (vejam texto abaixo). 
 
Raimundo. 
SE DER "EMPATE", O TSE ELEGE ALCKMIN   


24/09/2006 13:50h 
       
Paulo Henrique Amorim


Se a eleição "empatar" no primeiro ou no segundo turno, o Tribunal Superior 
Eleitoral derrotará o Presidente Lula.
O que significa uma eleição "empatar" ? 
É uma eleição em que a diferença entre o primeiro e o segundo turno (e/ou do 
segundo para o terceiro, no caso do primeiro turno) é inferior a um ponto 
percentual.
E quando surgem dúvidas sobre a qualidade dos votos .
Foi o que aconteceu na Florida, em 2000, na primeira eleição do Presidente Bush.
Foi o que aconteceu na recente eleição para presidente do México.
Por que o TSE dará a vitória a Alckmin ?
Porque a urna eletrônica no Brasil é inconfiável. Qualquer vitória por uma 
diferença inferior a um ponto percentual pode ir para o tapetão.
Por que a eleição com a urna eletrônica brasileira é inconfiável ?
Porque ela não pode ser conferida.
Por que não pode haver conferência dos votos ?
Porque não há comprovante físico do voto do eleitor. Sem o comprovante físico, 
como recontar uma eleição ? Como apurar se o resultado que aparece no 
computador confere com o desejo do eleitor ?
A ONU se recusou a levar o voto eletrônico, como o do Brasil, para qualquer 
país que tenha começado a realizar eleição.
A comissão bipartidária dos Estados Unidos, formada depois do escândalo da 
eleição de 2000, sob a liderança de Jimmy Carter e James Baker, recusou essa 
urna eletrônica sem comprovante físico (sem "the paper track").
A edição deste domingo (24 de setembro) do New York Times na web mostra que, 
nos Estados Unidos, muitas pessoas estão apavoradas com a perspectiva de a urna 
eletrônica ser adotada nas próximas eleições de novembro. (clique aqui 
<http://www.nytimes.com/2006/09/24/us/politics/24voting>  para ler a matéria do 
New York Times)
Aqui no Brasil, todas as tentativas de convencer o Tribunal Superior Eleitoral 
de que a urna eletrônica brasileira é um convite à fraude (o voto depende do 
que o programador do software quiser) resultaram inúteis.
Sobre o assunto, vale a pena ir ao site http://www.votoseguro.org/ 
<http://www.votoseguro.org/> .
Um cenário possível é o seguinte:
A diferença é pequena.
Um partido diz que houve fraude.
Dá-se a confusão.
A mídia, especialmente a impressa, apóia Alckmin. 
A decisão vai, em última instância, para o Tribunal Superior Eleitoral. 
E o presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, já demonstrou que prefere 
Alckmin a Lula.
Como me disse hoje, na manhã chuvosa de São Paulo, na mesa ao lado da padaria 
do Oliveira, um entusiasmado leitor da Veja: 
"O Marco Aurélio é a nossa última trincheira".
 


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De: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx [mailto:analistas2002@xxxxxxxxxxxxx] 
Enviada em: quinta-feira, 28 de setembro de 2006 10:13
Para: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx
Assunto: [CamaraDas] ENC: Educação na Coréia do Sul


Artigo interessante postado no Blog do Noblat.
 

http://noblat1.estadao.com.br/noblat/visualizarConteudo.do?metodo=exibirArtigo&codigoPublicacao=26087

 

O Exemplo da Coréia do Sul

Carlos Henrique Araújo e Nildo Luzio 


Como um dos quatro tigres do sudeste asiático, a Coréia do Sul bateu o recorde 
mundial em crescimento com forte desenvolvimento tecnológico. O aparente 
milagre do crescimento dos tigres possui bases reais no estreito relacionamento 
do governo com o setor produtivo, ofertando crédito direto, restrições de 
importações e grande investimento sobre a força de trabalho.


Há muito tempo que a Coréia do Sul elegeu a educação e a formação do capital 
humano como um pilar de grande importância para o desenvolvimento nacional. 
Isso pode ser medido pela erradicação do analfabetismo, que hoje é de apenas 
2%. Porém, a prioridade dada à educação não é uma característica exclusiva da 
agenda governamental. É um elemento da cultura do povo coreano. As famílias 
atribuem alta relevância à formação de seus filhos e acompanham sua trajetória 
escolar. Como resultado da prioridade dada à educação, a população adulta 
atingiu 11 anos em média de escolarização.


A prioridade dada à educação pode ser medida por alguns indicadores. Cerca de 
98,7% dos estudantes do nível primário estão matriculados em instituições 
públicas. No nível secundário 79,4% estão inscritos em instituições tipicamente 
públicas e 20,6% em instituições não públicas, mas que recebem subvenção 
governamental. No nível superior, 48,2% dos universitários freqüentam 
instituições públicas e 51,8% instituições com financiamento público. 


O investimento nacional, público e privado, em educação básica é de 4,1% do 
PIB. A distribuição desse valor mostra 3,3% de investimentos diretos do poder 
público e 0,9% oriundo do setor privado. Este patamar é um pouco inferior à 
média dos países membros da OCDE, que é de 3,5% do produto interno, para o 
setor público.


Em se tratando de ensino superior, os recursos investidos são da ordem de 2,2% 
do produto interno bruto. As inversões se dividem em 0,3% originado do setor 
público e 2,2% do setor privado. Os investimentos totais no setor terciário da 
educação são superiores à média da OCDE, que é de 1,7% do produto.


Considerando todos os níveis educacionais, inclusive programas e instituições 
de pesquisa, a Coréia investiu, em 2002, cerca de 7,1% do seu produto. Este 
valor inclui o gasto das famílias. Trata-se de um patamar superior à média da 
OCDE (6,1%). 


A aplicação de recursos por aluno, em 2002, foi de U$ 3.553 (PPC). Na média da 
OCDE, o valor é de U$ 5.313. No nível secundário os coreanos têm investido U$ 
5.882. As matrículas líquidas, no nível secundário, foram de 95% da população 
potencial, no ano de 2000. 


No nível superior a Coréia tem investido U$ 6.047 dólares por aluno. A taxa 
bruta de matrícula neste nível é superior a 77%, em 2002. Existem sete 
categorias de instituições de curso superior, são elas: Faculdades e 
Universidades; universidades industriais; universidade para formação de 
professores; cursos de curta duração; curso a distância; cursos tecnológicos e 
outras com artes e ofícios. É um leque bastante amplo e vincula-se fortemente 
com os eixos de desenvolvimento promovidos pela nação Sul Coreana. Vale 
ressaltar que desde 1979, o governo estimula a oferta de cursos de curta 
duração para atender as demandas da industrialização do país.


A carreira de professor é valorizada, inclusive em termos salariais. Um 
professor primário ao final de carreira percebe, em média, de U$ 74.965 que é 
2,42 vezes superior ao que recebia no início de sua trajetória profissional. A 
média OCDE é de U$ 40.539. Por sua vez, os docentes da educação média recebem 
uma retribuição próxima a dos  professores do  primário. A média da OCDE é de 
U$ 43.477 dólares PPC.  


O percentual do gasto público em educação é da ordem de 15,5% do produto. A 
distribuição dos gastos por nível educacional mostra 34% aplicado na educação 
primária, o secundário recebe 43,4% e o nível superior 18,1%. O restante dos 
recursos públicos se divide em 1,2% para o pré-primário e 3,3% em programas de 
pesquisa e inovação. 


O ingresso obrigatório das crianças na escola ocorre aos seis anos de idade. As 
taxas de repetência são praticamente residuais. Os indicadores até então 
relacionados evidenciam a qualidade da educação na Coréia. Em termos 
comparativos o país também se destaca, conforme demonstra os resultados de 41 
países, que participaram do PISA, em 2003. 


A média de proficiência dos estudantes coreanos em matemática foi de 542 
pontos, atrás apenas de Hong Kong e da Finlândia. A Coréia tem 74% de seus 
estudantes entre os níveis 3 e 6 da escala de letramento em matemática 
expressando uma alta qualidade do seu sistema de ensino básico no aprendizado. 


Em leitura, a média dos jovens coreanos foi de 534 pontos, ficando atrás apenas 
da Finlândia. Os estudantes coreanos estão localizados, em sua maioria 76,5%, 
entre os níveis adequados de desempenho. Em ciências, o desempenho médio da 
Coréia do Sul alcançou 538 pontos, ficando atrás de apenas três países: 
Finlândia, Japão e Hong Kong.


Brasil, por favor, esse é um exemplo a ser seguido.

 

Carlos Henrique Araújo,  Mestre em Sociologia, ex-diretor de avaliação da 
educação básica do Inep/MEC e secretário-executivo da Missão Criança, e Nildo 
Luzio, Mestre em História, é gestor de políticas públicas do Governo Federal.

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