Interessate mesmo, Anderson. Por isso que eu tinha-me decidido a votar no Cristovam, que, embora não tenha feito grandes coisas como governador nem como ministro, é o único candidato que reconhece a importância da educação para o crescimento de um país. Mas como, antes de tudo, definitivamente não quero a volta da dupla PSDB-PFL ao poder, vou votar de novo no Lula para não correr o risco de ter um segundo turno com o chuchu. Preocupa-me também o que disse Paulo Henrique Amorim: 'se der "empate", o TSE elege Alckmin' (vejam texto abaixo). Raimundo. SE DER "EMPATE", O TSE ELEGE ALCKMIN 24/09/2006 13:50h Paulo Henrique Amorim Se a eleição "empatar" no primeiro ou no segundo turno, o Tribunal Superior Eleitoral derrotará o Presidente Lula. O que significa uma eleição "empatar" ? É uma eleição em que a diferença entre o primeiro e o segundo turno (e/ou do segundo para o terceiro, no caso do primeiro turno) é inferior a um ponto percentual. E quando surgem dúvidas sobre a qualidade dos votos . Foi o que aconteceu na Florida, em 2000, na primeira eleição do Presidente Bush. Foi o que aconteceu na recente eleição para presidente do México. Por que o TSE dará a vitória a Alckmin ? Porque a urna eletrônica no Brasil é inconfiável. Qualquer vitória por uma diferença inferior a um ponto percentual pode ir para o tapetão. Por que a eleição com a urna eletrônica brasileira é inconfiável ? Porque ela não pode ser conferida. Por que não pode haver conferência dos votos ? Porque não há comprovante físico do voto do eleitor. Sem o comprovante físico, como recontar uma eleição ? Como apurar se o resultado que aparece no computador confere com o desejo do eleitor ? A ONU se recusou a levar o voto eletrônico, como o do Brasil, para qualquer país que tenha começado a realizar eleição. A comissão bipartidária dos Estados Unidos, formada depois do escândalo da eleição de 2000, sob a liderança de Jimmy Carter e James Baker, recusou essa urna eletrônica sem comprovante físico (sem "the paper track"). A edição deste domingo (24 de setembro) do New York Times na web mostra que, nos Estados Unidos, muitas pessoas estão apavoradas com a perspectiva de a urna eletrônica ser adotada nas próximas eleições de novembro. (clique aqui <http://www.nytimes.com/2006/09/24/us/politics/24voting> para ler a matéria do New York Times) Aqui no Brasil, todas as tentativas de convencer o Tribunal Superior Eleitoral de que a urna eletrônica brasileira é um convite à fraude (o voto depende do que o programador do software quiser) resultaram inúteis. Sobre o assunto, vale a pena ir ao site http://www.votoseguro.org/ <http://www.votoseguro.org/> . Um cenário possível é o seguinte: A diferença é pequena. Um partido diz que houve fraude. Dá-se a confusão. A mídia, especialmente a impressa, apóia Alckmin. A decisão vai, em última instância, para o Tribunal Superior Eleitoral. E o presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, já demonstrou que prefere Alckmin a Lula. Como me disse hoje, na manhã chuvosa de São Paulo, na mesa ao lado da padaria do Oliveira, um entusiasmado leitor da Veja: "O Marco Aurélio é a nossa última trincheira". ________________________________ De: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx [mailto:analistas2002@xxxxxxxxxxxxx] Enviada em: quinta-feira, 28 de setembro de 2006 10:13 Para: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx Assunto: [CamaraDas] ENC: Educação na Coréia do Sul Artigo interessante postado no Blog do Noblat. http://noblat1.estadao.com.br/noblat/visualizarConteudo.do?metodo=exibirArtigo&codigoPublicacao=26087 O Exemplo da Coréia do Sul Carlos Henrique Araújo e Nildo Luzio Como um dos quatro tigres do sudeste asiático, a Coréia do Sul bateu o recorde mundial em crescimento com forte desenvolvimento tecnológico. O aparente milagre do crescimento dos tigres possui bases reais no estreito relacionamento do governo com o setor produtivo, ofertando crédito direto, restrições de importações e grande investimento sobre a força de trabalho. Há muito tempo que a Coréia do Sul elegeu a educação e a formação do capital humano como um pilar de grande importância para o desenvolvimento nacional. Isso pode ser medido pela erradicação do analfabetismo, que hoje é de apenas 2%. Porém, a prioridade dada à educação não é uma característica exclusiva da agenda governamental. É um elemento da cultura do povo coreano. As famílias atribuem alta relevância à formação de seus filhos e acompanham sua trajetória escolar. Como resultado da prioridade dada à educação, a população adulta atingiu 11 anos em média de escolarização. A prioridade dada à educação pode ser medida por alguns indicadores. Cerca de 98,7% dos estudantes do nível primário estão matriculados em instituições públicas. No nível secundário 79,4% estão inscritos em instituições tipicamente públicas e 20,6% em instituições não públicas, mas que recebem subvenção governamental. No nível superior, 48,2% dos universitários freqüentam instituições públicas e 51,8% instituições com financiamento público. O investimento nacional, público e privado, em educação básica é de 4,1% do PIB. A distribuição desse valor mostra 3,3% de investimentos diretos do poder público e 0,9% oriundo do setor privado. Este patamar é um pouco inferior à média dos países membros da OCDE, que é de 3,5% do produto interno, para o setor público. Em se tratando de ensino superior, os recursos investidos são da ordem de 2,2% do produto interno bruto. As inversões se dividem em 0,3% originado do setor público e 2,2% do setor privado. Os investimentos totais no setor terciário da educação são superiores à média da OCDE, que é de 1,7% do produto. Considerando todos os níveis educacionais, inclusive programas e instituições de pesquisa, a Coréia investiu, em 2002, cerca de 7,1% do seu produto. Este valor inclui o gasto das famílias. Trata-se de um patamar superior à média da OCDE (6,1%). A aplicação de recursos por aluno, em 2002, foi de U$ 3.553 (PPC). Na média da OCDE, o valor é de U$ 5.313. No nível secundário os coreanos têm investido U$ 5.882. As matrículas líquidas, no nível secundário, foram de 95% da população potencial, no ano de 2000. No nível superior a Coréia tem investido U$ 6.047 dólares por aluno. A taxa bruta de matrícula neste nível é superior a 77%, em 2002. Existem sete categorias de instituições de curso superior, são elas: Faculdades e Universidades; universidades industriais; universidade para formação de professores; cursos de curta duração; curso a distância; cursos tecnológicos e outras com artes e ofícios. É um leque bastante amplo e vincula-se fortemente com os eixos de desenvolvimento promovidos pela nação Sul Coreana. Vale ressaltar que desde 1979, o governo estimula a oferta de cursos de curta duração para atender as demandas da industrialização do país. A carreira de professor é valorizada, inclusive em termos salariais. Um professor primário ao final de carreira percebe, em média, de U$ 74.965 que é 2,42 vezes superior ao que recebia no início de sua trajetória profissional. A média OCDE é de U$ 40.539. Por sua vez, os docentes da educação média recebem uma retribuição próxima a dos professores do primário. A média da OCDE é de U$ 43.477 dólares PPC. O percentual do gasto público em educação é da ordem de 15,5% do produto. A distribuição dos gastos por nível educacional mostra 34% aplicado na educação primária, o secundário recebe 43,4% e o nível superior 18,1%. O restante dos recursos públicos se divide em 1,2% para o pré-primário e 3,3% em programas de pesquisa e inovação. O ingresso obrigatório das crianças na escola ocorre aos seis anos de idade. As taxas de repetência são praticamente residuais. Os indicadores até então relacionados evidenciam a qualidade da educação na Coréia. Em termos comparativos o país também se destaca, conforme demonstra os resultados de 41 países, que participaram do PISA, em 2003. A média de proficiência dos estudantes coreanos em matemática foi de 542 pontos, atrás apenas de Hong Kong e da Finlândia. A Coréia tem 74% de seus estudantes entre os níveis 3 e 6 da escala de letramento em matemática expressando uma alta qualidade do seu sistema de ensino básico no aprendizado. Em leitura, a média dos jovens coreanos foi de 534 pontos, ficando atrás apenas da Finlândia. Os estudantes coreanos estão localizados, em sua maioria 76,5%, entre os níveis adequados de desempenho. Em ciências, o desempenho médio da Coréia do Sul alcançou 538 pontos, ficando atrás de apenas três países: Finlândia, Japão e Hong Kong. Brasil, por favor, esse é um exemplo a ser seguido. Carlos Henrique Araújo, Mestre em Sociologia, ex-diretor de avaliação da educação básica do Inep/MEC e secretário-executivo da Missão Criança, e Nildo Luzio, Mestre em História, é gestor de políticas públicas do Governo Federal.