Não havia previsão orçamentária? Aldo Rebelo: "Acho que o dinheiro vem" Em contato com o repórter, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, diz que, de fato, a Câmara pediu ao Executivo uma suplementação orçamentária. Espera que o tema seja resolvido em breve. Acha que não terá de intervir para convencer o governo a liberar os R$ 214 milhões solicitados pela direção da Casa para inteirar a folha de salários de dezembro. "Eu acho que o dinheiro vem. Nunca aconteceu de não ter pagamento aqui por falta de dinheiro. Isso é assunto lá da diretoria geral [da Câmara]. Não precisa da minha interferência. O governo sempre manda". É como anotou o repórter em despacho anterior: você, caro leitor, que não tem nada a ver com o peixe, logo será chamado a pagar a conta da peixaria. Escrito por Josias de Souza às 13h41 Comentários (57) <javascript:abre('http://navblog.uol.com.br/comment.html?postFileName=2005_10-16_13_41_14-10045644-0&idBlog=1099278','356','478','1');> | Enviar por e-mail <javascript:abre('http://navblog.uol.com.br/recommend.html?idBlog=1099278&postFileName=2005_10-16_13_41_14-10045644-0','340','400','1');> Câmara não tem dinheiro para pagar salários No serviço público, toda previsão orçamentária é um fracasso esperando para acontecer. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, o orçamento anual de 2005 está acabando mais cedo do que o ano. Vai faltar dinheiro para pagar a folha de salários de dezembro. O buraco é de R$ 269 milhões. Na casa do brasileiro comum o dinheiro escasso conduz a duas alternativas: corte de gastos ou inscrição no SPC, o famigerado Serviço de Proteção ao Crédito. Na administração pública a coisa é bem mais simples: transfere-se a conta para as arcas do Tesouro. A direção da Câmara já pediu ao governo uma suplementação de verbas. Deu-se o impasse: o ministro Paulo Bernardo (Planejamento), gestor do orçamento da União, mandou dizer que não tem dinheiro. Argumenta-se na Esplanada que a Câmara foi imprevidente. Gastou acima das suas possibilidades. Premida pelas circunstâncias, a administração da Câmara reduziu o pedido. Corta daqui, espreme dali, podou os seus gastos em R$ 55 milhões. O déficit passou a ser de R$ 214 milhões. O Planejamento bate o pé. Continua dizendo que não há dinheiro. O governo deveria ter fechado na última sexta-feira um projeto de lei liberando verbas para várias repartições. Conhecido em Brasília como "jumbão", esse tipo de projeto costuma ser enviado para aprovação no Congresso em meados de outubro. Neste ano, a pendência da Câmara atrasa o fechamento das contas. A área econômica do governo joga duro com a Câmara porque está irritada com a derrubada, no mês passado, de um veto que Lula havia imposto à lei que concedeu aumento de 15% aos funcionários do Legislativo. Em tumultuada sessão do Congresso, lideranças governistas avisaram que faltaria dinheiro para a generosidade. Os parlamentares deram de ombros. Vem daí a penúria orçamentária da Câmara. O reajuste na folha salarial estourou os gastos do ano. O problema que já se esboçava desde o início de 2005. Eleito presidente da Câmara com a promessa de vitaminar os vencimentos dos parlamentares, Severino "Mensalinho" Cavalcanti encontrou na reação da sociedade um obstáculo intransponível. Contornou-o reajustando de R$ 35 mil para R$ 44 mil a chamada verba de gabinete, que os deputados usam como bem entendem. Também essa despesa não constava do orçamento. Você, caro leitor, que não tem nada a ver com o peixe, logo será chamado a pagar a conta da peixaria. O governo não deve demorar a ceder. O funcionalismo da Câmara, que bem sabe como as essas coisas terminam em Brasília, não ainda não perdeu o sono. Escrito por Josias de Souza às 11h52 Comentários (95) <javascript:abre('http://navblog.uol.com.br/comment.html?postFileName=2005_10-16_11_52_01-10045644-0&idBlog=1099278','356','478','1');> | Enviar por e-mail <javascript:abre('http://navblog.uol.com.br/recommend.html?idBlog=1099278&postFileName=2005_10-16_11_52_01-10045644-0','340','400','1');>