Fantasma de Severino assombra gestão de Aldo Fantasma de Severino assombra gestão de Aldo Antes de renunciar ao mandato para fugir de um inevitável processo de cassação, o deputado Severino "Mensalinho" Cavalcanti (PP-PE), plantou no plenário da Câmara uma armadilha contra o contribuinte. Trata-se de um projeto de lei que concede reajuste médio de 21% aos servidores da Câmara e amplia de 20 para 25 o número de assessores que os deputados podem contratar para os seus gabinetes. O projeto foi inserido na pauta de votações da Câmara em "regime de urgência". Se aprovado, aumentará a folha salarial da Casa, hoje de R$ 1,8 bilhão, em R$ 378 milhões. Abre, de resto, a perspectiva de contratação, sem concurso público, de novos 2.565 assessores parlamentares, com contracheques de até R$ 8.040. Cabe ao novo presidente Aldo Rebelo decidir sobre a conveniência de levar o projeto a voto. É uma decisão espinhosa. Graças à derrubada de um veto imposto pelo presidente Lula, os servidores do Legislativo acabam de ser brindados com um reajuste salarial de 15%. Argumenta-se que o novo aumento aos funcionários da Câmara visa apenas equipará-los aos colegas do Senado, mais bem remunerados. Injetado por Severino no meio do projeto de reajuste salarial, o alçapão da ampliação do contingente de assessores de deputados constitui a face mais descarada da manobra. É pela janela da assessoria parlamentar que o nepotismo entra na folha salarial paga com dinheiro do contribuinte. Deve-se ao repórter Ranier Bragon a descoberta de que, novesfora filhos, sobrinhos, pais, periquitos e papagaios, os parlamentares empregaram em seus gabinetes nada menos que 96 cônjuges. São 94 mulheres e dois maridos. Severino Cavalcanti não empregou a mulher, Amelinha. Mas acomodou nos corredores da Câmara oito parentes nos últimos anos. Toda essa discussão percorre os subterrâneos da Câmara num instante em que a Casa não dispõem nem mesmo de dinheiro para fechar a folha de salários do ano. Conforme revelado ontem neste blog, a direção da Câmara pediu ao governo uma suplementação orçamentária de R$ 269 milhões. Antes de ser empurrado para a renúncia, Severino dissera o seguinte sobre a oportunidade de votar o projeto em tramitação na Câmara: "Vínhamos trabalhando havia meses. E chegamos à conclusão de que o momento oportuno era agora. Os funcionários estavam ansiosos". Com a palavra, Aldo Rebelo. Escrito por Josias de Souza às 02h02 Comentários (8) <javascript:abre('http://navblog.uol.com.br/comment.html?postFileName=2005_10-17_02_02_05-10045644-28&idBlog=1099278','356','478','1');> | Enviar por e-mail <javascript:abre('http://navblog.uol.com.br/recommend.html?idBlog=1099278&postFileName=2005_10-17_02_02_05-10045644-28','340','400','1');> | Secos & Molhados <http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/secosemolhados/>