Se esses 7 trilhões de dólares fossem eficientemente doados para as famílias que compõem a metade mais pobre da atual população mundial, certamente grandes bancos da Europa e Estados Unidos(que estão recebendo esses recursos!!) quebrariam, o que geraria uma escassez de crédito sem precedentes na história mundial. Fora isso, grandes somas de dinheiro depositado nesses bancos simplesmente evaporariam. Isso geraria quebradeira geral no setor produtivo e, consequentemete, um grande surto de desemprego pelo mundo. No final, teríamos um grande aumento da pobreza mundial e aquelas famílias que receberam o dinheiro doado mal teriam o que comprar. Poderíamos propor então que os "bancos centrais" de todo o mundo fabricassem dinheiro para ser doado às famílias mais pobres, mas isso geraria um surto inflacionário que cruelmente tiraria todo o poder de compra dessas famílias, reduzindo o dinheiro doado a migalhas. Parece-me que o estímulo à demanda, sem a contrapartida para o setor produtivo, é um verdadeiro tiro no pé. Talvez fosse mais razoável a criação de um fundo mundial de estímulo à educação... Mas concordo com uma coisa: a Terra não pode oferecer recursos ilimitados. De:analistas2002-bounce@xxxxxxxxxxxxx Para:"camaraDas" analistas2002@xxxxxxxxxxxxx Cópia: Data:Mon, 16 Mar 2009 08:13:23 -0300 Assunto:[CamaraDas] O pouso nada suave da economia mundial ou, quem quer ganhar catorze mil dólares? Encaminho mais um texto muito interessante do Eduardo F. Silva. --- O pouso nada suave da economia mundial ou, quem quer ganhar catorze mil dólares? Eduardo Fernandez Silva Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados Área IX - Economia e Política Econômica Março de 2009 Há anos, economistas já diziam que o rápido crescimento recente da economia mundial não era sustentável e cairia. A questão era se seria um pouso suave ou não. Aqueles que previram uma crise mais forte foram chamados de agourentos. Hoje, vemos que tinham razão. Há anos, especialistas vêem dizendo que o planeta não suporta nem o estilo nem o ritmo de crescimento econômico recente, nem muito menos a generalização, para as pessoas mais pobres, do estilo de vida médio vigente nos países ricos. Isso porque, simplesmente, a Terra não tem água, nem petróleo, nem madeira nem capacidade biológica de processar os lixos tóxicos que poluem o ar, a água, o solo e o subsolo, e que são inevitáveis para produzir tal estilo de vida! Muitos ainda chamam esses especialistas de agourentos, como se dizia dos que previam a crise da economia. Não obstante a advertência e os claros sinais que a corroboram, muitos ainda buscam, como solução para a crise econômica, algo que ressuscite o sistema bancário e possibilite a retomada do crescimento econômico. A promessa é que, no futuro, todos terão o padrão de vida dos países ricos". Promessa falsa, pois impossível de ser cumprida. Ao invés de se buscar um novo sistema financeiro, que dê contribuição efetiva para solucionar, simultaneamente, as crises ambiental, do sistema econômico e, principalmente, a da (falta de) qualidade de vida da maioria da população, busca-se ressuscitar as instituições financeiras hoje na UTI do dinheiro público. Justifica-se tal estratégia com o argumento de que ela permitirá retomar empréstimos para que os consumidores comprem cada vez mais para que as empresas produzam cada vez mais e gerem empregos. Retomar a antiga trilha em busca da falsa promessa significa, principalmente, desconsiderar a advertência cada vez mais insistente - e com provas cada vez mais veementes - de que já hoje os humanos consomem mais recursos do que a Terra é capaz de oferecer. O debate tem que ser redirecionado. Considere-se, por exemplo, que já foram injetados nos bancos cerca de sete trilhões de dólares, e os analistas estimam que pelo menos mais uns três ou quatro serão necessários. Se este dinheiro fosse dividido entre as 700 milhões de famílias que compõem a metade mais pobre da atual população de humanos, cada uma receberia um valor equivalente a catorze mil e duzentos dólares. Os problemas da pobreza e do desemprego seriam resolvidos, rapidamente. O absurdo do número ressalta o devaneio da busca de uma solução por meio de uma estratégia de comprar, comprar, comprar e comprar; há que se mudar o estilo de vida. Caso se retome o crescimento da economia sem lhe alterar, profundamente, o estilo, o método e os objetivos, a crise ambiental já anunciada e que se avoluma a cada segundo nos atingirá com tal força que, sim, o atual tsunami da crise econômica parecerá apenas uma marolinha. -- Proteja meu endereço como estou protegendo o seu. Envie sempre com Cco ou Bcc (cópia oculta). Quando enviar para outros amigos, exclua os endereços que porventura apareçam no conteúdo da mensagem.