[CamaraDas] RE: [CamaraDas] O pouso nada suave da economia mundial ou, quem quer ganhar catorze mil dólares?

  • From: jair francelino ferreira <jairfrancelino@xxxxxxxxxxx>
  • To: analistas câmara <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Mon, 16 Mar 2009 10:32:00 -0300

A análise da situação - deste quanto do outro artigo - é interessante. A 
"solução" é que ao meu ver soa demagógica, como  nos casos em que  a imprensa 
logo contabiliza todo desperdício público em quantas casas populares poderiam 
ser construídas com aquele dinheiro...

 

Explico-me: o que as familias das regiões mais miseráveis da África, Ásia e 
América Latina (Nordeste brasileiro incluso) farima com 14 mil dólares na mão 
(mesmo em dinheiro local)? Comprariam o quê? Onde? Por quantos atravessadores 
esse dinehiro passaria (e quanto seria desviado no caminho) até chegar lá?  
Como se cadastrariam essas famílias aptas a receber tal recurso?

Enfim, a solução exposta dessa forma vaga serve apenas para o discurso - o que 
não é de todo desprezível - mas não tem utilidade prática.

 

Jair
 


Date: Mon, 16 Mar 2009 08:13:23 -0300
Subject: [CamaraDas] O pouso nada suave da economia mundial ou, quem quer 
ganhar catorze mil dólares?
From: paulanakamura@xxxxxxxxx
To: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx

Encaminho mais um texto muito interessante do Eduardo F. Silva.
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O pouso nada suave da economia  mundial ou, quem quer ganhar catorze mil 
dólares?


Eduardo Fernandez Silva
Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados
Área IX – Economia e Política Econômica
Março de 2009


Há anos, economistas já diziam que o rápido crescimento recente da economia 
mundial não era sustentável e cairia. A questão era se seria um pouso suave ou 
não. Aqueles que previram uma crise mais forte foram chamados de agourentos. 
Hoje, vemos que tinham razão. 
Há anos, especialistas vêem dizendo que o planeta não suporta nem o estilo nem 
o ritmo de crescimento econômico recente, nem muito menos a generalização, para 
as pessoas mais pobres, do estilo de vida médio vigente nos países ricos. Isso 
porque, simplesmente, a Terra não tem água, nem petróleo, nem madeira nem 
capacidade biológica de processar os lixos tóxicos que poluem o ar, a água, o 
solo e o subsolo, e que são inevitáveis para produzir tal estilo de vida! 
Muitos ainda chamam esses especialistas de agourentos, como se dizia dos que 
previam a crise da economia.
Não obstante a advertência e os claros sinais que a corroboram, muitos ainda 
buscam, como solução para a crise econômica, algo que ressuscite o sistema 
bancário e possibilite a retomada do crescimento econômico. A promessa é que, 
no futuro, todos terão o padrão de vida dos países ricos”. Promessa falsa, pois 
impossível de ser cumprida. 
Ao invés de se buscar um novo sistema financeiro, que dê contribuição efetiva 
para solucionar, simultaneamente, as crises ambiental, do sistema econômico e, 
principalmente, a da (falta de) qualidade de vida da maioria da população, 
busca-se ressuscitar as instituições financeiras hoje na UTI do dinheiro 
público. 
Justifica-se tal estratégia com o argumento de que ela permitirá retomar 
empréstimos para que os consumidores comprem cada vez mais para que as empresas 
produzam cada vez mais e gerem empregos. Retomar a antiga trilha em busca da 
falsa promessa significa, principalmente, desconsiderar a advertência cada vez 
mais insistente – e com provas cada vez mais veementes – de que já hoje os 
humanos consomem mais recursos do que a Terra é capaz de oferecer.
O debate tem que ser redirecionado. Considere-se, por exemplo, que já foram 
injetados nos bancos cerca de sete trilhões de dólares, e os analistas estimam 
que pelo menos mais uns três ou quatro serão necessários. Se este dinheiro 
fosse dividido entre as 700 milhões de famílias que compõem a metade mais pobre 
da atual população de humanos, cada uma receberia um valor equivalente a 
catorze mil  e duzentos dólares. Os problemas da pobreza e do desemprego seriam 
resolvidos, rapidamente. 
O absurdo do número ressalta o devaneio da busca de uma solução por meio de uma 
estratégia de comprar, comprar, comprar e comprar; há que se mudar o estilo de 
vida. 
Caso se retome o crescimento da economia sem lhe alterar, profundamente, o 
estilo, o método e os objetivos, a crise ambiental já anunciada e que se 
avoluma a cada segundo nos atingirá com tal força que, sim, o atual tsunami da 
crise econômica parecerá apenas uma marolinha. 

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