Contexto com vários matizes, incluindo as gradações de cinza. Talvez uns 50 tons. Em 11 de fevereiro de 2015 22:30, Seme Fares <seme.fares@xxxxxxxxx> escreveu: > O melhor é não generalizar e criar preconceitos irrefletidos. > > Seme Fares > > Em 11/02/2015, às 18:06, Adriana Lago <didi.lago@xxxxxxxxx> escreveu: > > Que porcaria! > Vida nojenta a que esse povo promíscuo leva!! > E saber que o nosso local de trabalho serve de palco pra essa pornografia > institucionalizada...PQP! > > Em 11 de fevereiro de 2015 07:51, Patrícia Borges de Carvalho < > pcborges19@xxxxxxxxx> escreveu: > >> Tá cheio de prostituta com cne. Todas vestidas sensualmente, altamente >> produzidas, sorridentes e prestativas dando mole pros servidores e >> deputados pra garantir uma segurança a mais. >> E os bocós babam e adoram dar dinheiro pra elas, sentem-se "pegadores de >> sucesso". Alguns até namoram com elas sem saber que são prostitutas. >> É uma relação equilibrada onde cada um tem o que busca e todos se >> merecem... >> >> >> Seme Fares >> >> Em 10/02/2015, às 22:04, Niquele <niquele@xxxxxxxxx> escreveu: >> >> Brasília para maiores: confissões de uma acompanhante de luxo >> >> 10/02/2015 >> >> "Danny Bond sou eu", diz Juliana, no primeiro contato por telefone para >> comentar "Felizes para Sempre?". A brasiliense de 38 anos contabiliza 22 >> deles numa terra parecida com a retratada na minissérie dirigida por >> Fernando Meirelles, cujo último capítulo foi exibido pela Rede Globo na >> sexta-feira (6). >> >> Ao longo dos dez episódios e a convite da coluna, Juliana (nome fictício) >> passou em revista sua vida em uma "Brasília para maiores", contrapondo >> ficção e realidade. >> >> A fina estampa e o carisma ("Sou bem articulada, espirituosa e sei me >> comportar em qualquer ambiente") carimbaram o passaporte da loura de 1,60m, >> 54 kg e olhos castanhos para o território do poder. >> >> Uma Brasília habitada por autoridades e políticos –de todos os partidos e >> matizes ideológicos, do baixo ao alto clero do Congresso Nacional, passando >> pelos primeiros escalões de sucessivos governos–, além de empresários, >> empreiteiros e lobistas que orbitam em torno dos poderosos. >> >> Juliana mergulhou em reminiscências de seu debute, ao acompanhar a >> personagem de Paolla Oliveira, uma garota de programa de luxo que seduz um >> empreiteiro corrupto e sua mulher, ao ser contratada pelo casal para um >> "ménage à trois". >> >> "Eu tinha 16 anos, era estudante do ensino médio, filha de uma família >> classe média, quando comecei a me relacionar com homens mais velhos, todos >> ricos e poderosos. Eles pagavam as minhas contas. Eu não gostava da minha >> vida, do lugar onde morava no Plano Piloto e sempre almejei mais. >> >> Fui vendedora de uma butique de luxo, atendia mulheres ricas, socialites >> e sonhava em ser como elas. Como era muito bonita, sempre fui assediada e >> me destacava pela personalidade. >> >> Então, fui montando uma personagem: a menina bonita, liberal e moderna. >> Era diferenciada na cor e no corte de cabelo. Era fashion e a mais popular. >> Sempre transitei entre as classes de A a Z. Sei atuar em todos os lugares e >> tudo era descoberta: o sexo, o meu poder de sedução e o luxo." >> >> Como Danny Bond na minissérie, a personagem real agradou um importante >> empresário local. Juliana teve um Cláudio Drummond (o empreiteiro vivido >> por Enrique Diaz) para chamar de seu. Aos 20 anos, conquistava o coração e >> as benesses de um homem que a promoveu de recepcionista em uma de suas >> empresas a amante. >> >> Com ele, viveu no centro do poder os primeiros capítulos de um romance >> que teve como cenário a Academia de Tênis de Brasília. Nos anos 1990, em >> plena Era Collor, a estrutura hoteleira e esportiva era a mais requintada >> da Capital Federal. >> >> "Por quase dez anos vivi na `vibe' de mulher de milionário. Ele tinha 56 >> anos, quando começamos a nos relacionar. Logo no começo do nosso caso, ele >> colocou as cartas na mesa: `Sou casado, tenho filhos. Minha vida é >> complicada. Se topar a parada, não vai se arrepender'. O que eu tinha a >> perder?" >> >> Na ficção, Danny Bond ganha 3.000 euros por uma tarde de sexo em um hotel >> de luxo com vista para o Lago Paranoá, paisagem ofuscada pelo comentado >> bumbum da atriz. Ao final da transa, o cliente declara: 'O que você quer? >> Aliança? Apartamento?' O céu era o limite também para Juliana. >> >> "Eu topei na hora. No dia seguinte, saí da casa de minha avó, com quem >> estava morando, pois briguei com minha mãe por causa do meu estilo de vida. >> Fiquei rica da noite para o dia. Tinha cartão de crédito ilimitado, ganhei >> uma BMW, quando antes circulava com um carro popular. Os filhos dele tinham >> a minha idade. >> >> Fomos morar juntos. De cara, ele me botou em um chalé na Academia de >> Tênis. Era vizinha da então ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, >> que morava lá. Tomava café da manhã com ministros do Collor. Imagina tudo >> isso na cabeça de uma menina de 20 anos." >> >> Apesar da narrativa de contos de fadas, Juliana diz sempre ter tido >> consciência de que era uma história fadada a não ter final feliz, a exemplo >> da vida bandida de Danny Bond. A fila sempre anda, diz Juliana. >> >> "No meu caso, depois de sete anos juntos, ele se apaixonou por outra. >> Nessa altura, eu já tinha engravidado e tido um filho dele. Luciana Gimenez >> não teve um filho de Mick Jagger? Comigo foi a mesma coisa. Minha vida >> mudou. Ele era um homem muito generoso. Adora nosso filho, é um ótimo pai. >> Fui uma mulher exemplar, recompensada com uma pensão e uma casa que vale >> US$ 1 milhão. >> >> Vivi o fim do caso com dignidade. Você é um troféu e logo eles vão querer >> conquistar outro. É o ciclo natural. Esse tipo de homem é movido a >> conquistas, ao poder de bancar a mulher mais bonita da noite. Sou pé no >> chão. Tenho um sensor apurado, sei sair bem das situações." >> >> Juliana passou quase uma década levando uma vida de classe média, >> namorando caras da sua idade e longe dos engravatados da Esplanada dos >> Ministérios e da Praça dos Três Poderes. Há dois anos, voltou a circular >> entre políticos, recomeçando as baladas de uma segunda encarnação na pele >> de uma Danny Bond de carne e osso. >> >> "Todas as terças e quartas, quando os políticos começam a chegar de suas >> cidades, nosso grupo se reúne em algum restaurante badalado de Brasília. >> Você vai para esses encontros para ser avaliada e se submete a isso à >> espera do prêmio maior, que é ser uma das escolhidas da noite. >> >> É uma coisa discreta, como se fosse um jantar entre amigos. Só que é >> organizado por uma espécie de cafetina, que deve ter uns 50 anos e faz o >> estilo amigona deles e das mulheres. O que está em jogo ali não é só ser >> escolhida por um político ou empresário por uma noite, mas o desejo de que >> um cara desses se apaixone por você. É uma roleta russa. Dá adrenalina. >> Mexe com a vaidade. >> >> _Foi assim que conheci um deputado, com quem me relaciono há oito meses. >> Antes, fiquei com outros, inclusive com um amigo do atual. Não fui >> escolhida de cara pelo meu ficante. Só saímos depois do terceiro encontro. >> Tenho essa tranquilidade. Não saio à caça, nem faço por necessidade. _ >> >> Quando era mais jovem, meu objetivo era casar com um milionário. Foquei e >> consegui. Não busco mais um apartamento ou um carro, coisas que já >> conquistei. Meu objetivo hoje é aproveitar a vida com estilo. Fazer viagens >> nos fins de semana, ganhar presentes caros, como uma bolsa Gucci, uma >> sandália Christian Louboutin, uma joia da Tiffany. Não é uma troca >> imediata, são ganhos de longo prazo. É um empreendimento, como tudo o mais. >> Você pode fazer sucesso ou falir. Tem que focar." >> >> A exemplo da personagem criada por Euclydes Marinho, Juliana se orgulha >> do estilo sofisticado de se vestir, de sua casa muito bem decorada, >> credenciais que a fazem circular com segurança entre os abastados. E se >> diferenciar da concorrência. >> >> "Antigamente, a coisa rolava entre um grupo de patricinhas, >> universitárias, como é o caso protagonista da minissérie. Hoje, a >> proliferação dessas garotas é tão grande, que existe para todos os gostos e >> idades. A concorrência aumentou. Tem desde a funcionária pública >> concursada, atraída por frequentar restaurantes caros, até as vagabundas >> que vivem só disso. >> >> Apesar de estar com quase 40 anos, tenho tido sucesso nessa minha segunda >> fase. Uma acompanhante de um homem poderoso tem que saber falar, ter um >> mínimo de conhecimento. Eles gostam de mulher de atitude, que possam exibir. >> >> A cama é o segundo momento. Depois da primeira transa, se o cara te >> procura para uma segunda, você sobe um degrau. As outras já ficam olhando. >> Rola muito ciúme e briga entre as meninas." >> >> Elas entram em cena em fuso e calendário próprios, sempre à noite e entre >> terças e quintas, a semana parlamentar. Os encontros vespertinos, como o >> protagonizado por Danny Bond em tarde de sexo nos ares, são excepcionais, >> assim como fins de semana de sexo em outras paragens. Juliana carimbou o >> passaporte para Miami há uns três meses. Já a personagem de Paolla Oliveira >> teve o embarque para Paris abortado pela Polícia Federal que, na ficção, >> impediu a saída do seu acompanhante do país. >> >> "Depois de uns cinco encontros com esse deputado com quem estou ficando, >> ele me convidou para uma viagem a Miami. Passamos cinco dias na casa de um >> milionário amigo dele. Fiquei impressionada com tanto luxo e riqueza. Não >> rola grana, mas presentes. Os caras bancam tudo. Nem precisa ser boa de >> cama. Todos usam Viagra ou Cialis. Passam a noite inteira ligados. >> >> Transamos em todos os ambientes da mansão. Fizemos um filme pornô atrás >> do outro. Como tinha câmera para todo lado, fiquei bem conhecida dos >> porteiros. Imagina se uma fita dessa for parar na internet ou numa comissão >> de decoro parlamentar? Todo mundo ia querer saber quem era a loura >> misteriosa. >> >> É claro que você fica imaginando o custo daquilo tudo. Fiquei passada >> quando mexi no closet do dono da casa de Miami. Achei uma gaveta cheia de >> relógios. Abri outra e contei US$ 15 mil em cash. Era a grana para o fim de >> semana. Esses caras não pagam nada com cartão nem cheque. Não deixam pistas >> da gastança. Isso me diverte, dá adrenalina. Mexe com minhas fantasias e me >> excita. >> >> Dispara um gatilho. Quando a vaidade se mistura com futilidade é uma >> bomba. Tinha um iPhone 5 novinho e troquei pelo 6 para ficar no mesmo nível >> dele e da turma de milionários. >> >> É preciso muita estrutura emocional para não pirar e também para não se >> apaixonar. Quem acha que tudo ali é real se ferra ou enlouquece. Já vi >> casos horrorosos de meninas que invadem gabinetes, xingam secretárias e >> infernizam a vida do cara." >> >> Como a arte imita a vida, Juliana conta histórias de glamour e de >> sacanagem protagonizadas por ela ou amigas e que poderiam ter sido >> roteirizadas em "Felizes para Sempre?". >> >> "Já ouvi muita história de transas em aviões e helicópteros. Um >> ex-senador era conhecido por transar enquanto sobrevoava Brasília em seu >> jatinho, assim como um conhecido empresário que fazia festinhas aéreas >> regadas a cocaína. >> >> Uma amiga foi contratada por um casal por R$ 2.000 para um programa, mas >> quando chegou ao restaurante rolou uma atração forte entre as duas >> mulheres. Assim como na minissérie, o cara foi colocado para escanteio e >> elas tiveram um casinho por um tempo. A menina é poliglota, morou na >> Inglaterra, chegou toda montada em grifes, nada do estereótipo de puta. >> >> Você vive também situações engraçadas e até constrangedoras. Saí com um >> deputado que na hora de transar fazia de conta que eu era a melhor amiga da >> mulher dele. O cara gritou tanto o nome das duas que eu escapei do hotel na >> madrugada. Mas você pode acabar uma noitada também na mesa de um futuro >> candidato a Presidência da República ou de um novo ministro. >> >> Ano passado fui convidada para uma festa de aniversário em outra capital. >> Foi organizada pela amante de um parlamentar importante que chamou 30 >> meninas. Ele levou dez amigos. Fui contemplada com o mais bonito e poderoso >> deles." >> >> Juliana aponta uma falha no roteiro da minissérie, quando o empreiteiro >> inescrupuloso dispensa uma amante com um cheque pelos "serviços prestados". >> Nos últimos episódios, a distância entre ficção e realidade aumentou, >> segundo ela. >> >> "Não gostei do desfecho da minissérie. Do meio para o final enfeitaram >> muito. Achei moralista essa coisa de o crime não compensa? Acabar em morte >> ou prisão. Não é o que vejo acontecer. Não vejo as acompanhantes >> participarem de negociatas, por exemplo, nem distribuírem dossiês por aí. >> >> Na vida real, para se dar bem nesse esquema, a mulher tem que que segurar >> a onda e saber a hora de sair de cena. Só sobrevive e tem sucesso que tem >> cuidado com o que fala, vê e escuta. >> >> Estou escrevendo minha história. Já penso em outras possibilidades. A >> minha cartada agora é conseguir um emprego de assessora parlamentar na >> Câmara dos Deputados. Posso dar um `up grade' no mandato do meu ficante, >> decorar o apartamento dele, ser uma personal. >> >> A crise política chegou para todo mundo. O dinheiro fácil vai sumir de >> Brasília. Não que a maracutaia vá acabar, mas eles estão mais temerosos. >> Nos próximos anos, a farra tende a diminuir com todas essas operações da >> Polícia Federal. Quero me garantir com salário e gratificações. >> >> Antes, nunca tive vontade de estudar para concurso, mas agora ando >> pensando. Já imaginou a Danny Bond aprovada em um concurso público? Seria >> uma reviravolta e tanto na ficção e na realidade, não é mesmo?. Meu foco >> agora é trabalhar com crachá, batendo ponto no Congresso. Por que não?" >> >> >