[CamaraDas] Re: Artigo: HÉLIO SCHWARTSMAN

  • From: Niquele <niquele@xxxxxxxxx>
  • To: "analistas2002@xxxxxxxxxxxxx" <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Sat, 11 Apr 2015 14:40:20 -0300

Você se refere ao outro grupo da Unalegis?
Unalegis.camara@xxxxxxxxxxxxxxxx

Em sexta-feira, 10 de abril de 2015, Lúcio Flávio de Castro Dias <
luciodias@xxxxxxx> escreveu:

Niquele,
qual o endereço eletrônico de nosso grupo na Associação dos Analistas? Eu
participo tão pouco das discussões que, agora, quando quis enviar uma
mensagem para os colegas descobri que não lembro mais
Abs,
Lúcio Flávio

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Date: Fri, 10 Apr 2015 10:19:04 -0300
Subject: [CamaraDas] Artigo: HÉLIO SCHWARTSMAN
From: niquele@xxxxxxxxx
<javascript:_e(%7B%7D,'cvml','niquele@xxxxxxxxx');>
To: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx
<javascript:_e(%7B%7D,'cvml','analistas2002@xxxxxxxxxxxxx');>

HÉLIO SCHWARTSMAN
Justificativa injustificável

SÃO PAULO - Num Estado contemporâneo, leis devem estar sempre amparadas
em considerações racionais e dados empíricos, certo? Minha
tentação/esperança seria responder afirmativamente. Basta, porém, dar uma
espiadela na justificativa da PEC 171-93, a que reduz a maioridade penal de
18 para 16 anos, para tomar um susto.

O texto de apoio não apenas não traz nenhum dado concreto para fundamentar
a proposta como ainda cita a Bíblia três vezes. Em termos literários, eu
até aprecio alguns livros do Tanakh, mas apenas imaginar que possamos
utilizar o Antigo Testamento como guia moral nos dias de hoje me causa
calafrios. O "livro bom", entre outras preciosidades, ordena que matemos os
homossexuais (Levítico 20:13), nossos parentes que mudem de religião
(Deuteronômio 13:7) e nos autoriza a vender filhas como escravas (Êxodo
21:7). O próprio Deus não me parece uma figura que deva servir de exemplo
para ninguém. Ao longo do Antigo Testamento, ele pessoalmente promove ou
ordena mais de uma dezena de genocídios. É melhor manter a Bíblia longe de
nossos códigos legais.

Ao contrário de religiosos, contudo, não me ligo em dogmas. Sou contra a
redução da maioridade penal, mas, se alguém me apresentar uma boa
argumentação, embasada em evidências, de que ela reduziria a criminalidade
e promoveria a paz social, eu mudaria de ideia. Não vi até hoje nenhum
arrazoado assim.

Penso que apostar na ideia de que maiores de 16 anos devem ser tratados
como adultos, com todos os direitos e deveres correspondentes, seria
contraproducente. Parece-me temerário, por exemplo, conceder-lhes o
privilégio de dirigir. Nos EUA, onde eles podem, o risco de motoristas
entre 16 e 19 anos de envolver-se em acidente com morte é três vezes maior
que o de condutores com mais de 20. E isso porque, nos EUA, eles não podem
beber. Aqui, pela lógica da antecipação da maioridade, poderiam.



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