Aproveitando a insônia, e parodiando o próprio Gabeira: o que é isso, companheiro Nilson? No mínimo, vejo que você está com uma imagem deturpada e desatualizada do autor da matéria. Talvez o primeiro deputado federal a abandonar a nau petista por iniciativa própria, logo no início do primeiro reinado Lula, Gabeira hoje é um respeitado jornalista, com colunas em importantes jornais e elogiado programa semanal em TV a cabo. Mais: não vejo como 'bobagem junta' o bem-humorado relato de um substancioso e subsidiado empréstimo do BNDES a uma riquíssima socialite paulista, com a interferência direta do amigo íntimo e então Presidente do BB, hoje alçado à Presidência da Petrobras. Em 17/02/2015, às 19:58, "Nilson Matias" <dmarc-noreply@xxxxxxxxxxxxx> (Redacted sender "nilsonmatias@xxxxxxxxx" for DMARC) escreveu: > Meu Deus, quanta bobagem junta! É isso o que a droga pode fazer com os > neurônios.... Kkkkkkk > De: Niquele > Enviada em: 17/02/2015 12:24 > Para: CamaraDas > Assunto: [CamaraDas] Artigo: Fernando Gabeira > > Valdirene Aparecida > > Não parecia apenas uma mulher rica, mas alguém fugindo dos hábitos da > população mais humilde > > Os jornalistas, às vezes, chamam a atenção para os nomes estranhos que surgem > nos escândalos políticos. Surgiu agora o de Valdirene Aparecida, que, apesar > de inadimplente, teria recebido um empréstimo do Banco do Brasil, com > dinheiro do BNDES. Os nomes parecem estranhos no noticiário, porque são nomes > de batismo, de modo geral, como é comum na Bahia, uma fusão dos nomes do pai > e da mãe. > > Valdirene, por exemplo, muito provavelmente, é filha de Valdir com Irene. > Tornou-se Val Marchiori, participou de um reality show, “Mulheres ricas”, e é > apresentada como socialite. Vi alguns fragmentos do reality show. Valdirene > não parecia apenas uma mulher rica, mas alguém fugindo intensamente dos > hábitos da população mais humilde, marcados inclusive no seu nome composto: > Valdirene, de Valdir e Irene, e Aparecida, talvez em homenagem à padroeira do > Brasil. > > Suas matérias de viagem eram custeadas por ela, que viaja em jatinho próprio. > Val ofuscou Valdirene e conseguiu um espaço como apresentadora, repórter, > blogueira e celebridade. Além disso, tinha grana para produzir as próprias > matérias. Dizem os jornais que Valdirene e Aldemir eram amigos, viajavam > juntos, e, juntos, decidiram pelo empréstimo no BB, onde Aldemir era > presidente. > > Ele é um dos executivos ligados ao PT. Chegou ao máximo da carreira ao ser > indicado para a presidência de uma Petrobras em transe. E teve esse caso na > vida, uma loira como cliente bancária. > > A senadora Marta Suplicy já registrou o problema da cor do cabelo no PT, ao > afirmar que havia três candidatas mulheres à presidência, Dilma, Marina e > ela. Mas observou que não tinha nenhuma chance, pois era a única loira. > > No auge da crise internacional, Lula acusou os loiros de olhos azuis de terem > arruinado a economia mundial. Se falou isso é porque, em alguma camada de seu > inconsciente, acredita na maldade intrínseca dessa gente branca. > > Valdirene também é loira. Sua trajetória de fuga da pobreza e a adoção > entusiástica de um consumo de luxo aparentemente são sinais de afastamento da > galáxia petista. No entanto, no fundo, têm tanto ela como o PT o mesmo > deslumbramento com a riqueza. A passagem de Lula pelo Copacabana Palace, no > período eleitoral, mostra que ele tem os mesmos e talvez mais caros hábitos > que a própria socialite. > > A sensação que tenho é de que Lula gostaria de ter a mesma trajetória de Val > Marchiori. Sua fúria contra os ricos e os loiros de olhos azuis esconde um > grande desejo de imitá-los. > > No Brasil, há quem ganhe Bolsa Família, há quem ganhe bolsa Louis Vuitton do > BNDES. A diferença, como tenho acentuado, é o sigilo do BNDES. > > Sinceramente, espero que ela não se ofenda, mas a bolsa de Val Marchiori é > uma mixaria perto do que os outros ricos empresários estão levando. E revela > algo característico da burguesia brasileira, sobretudo aquela que o PT > considera a elite do B porque o apoia, incondicionalmente. Eles esbanjam > dinheiro. > > Val tem dinheiro para viajar no próprio jatinho e financiar suas aventuras > jornalísticas. Mas, quando precisa de uma graninha extra, vai ao Banco do > Brasil, que, por sua vez, aciona o crédito do BNDES. Os donos da Friboi > buscam dinheiro no BNDES e, ao mesmo tempo, destinam R$ 250 milhões à > campanha do PT. > > A trajetória de Aldemir e Valdirene passaria em branco para mim. Não me > importo com a vida dos outros nem me disponho a patrulhar gastos alheios > quando não se originam em dinheiro público. > > No entanto, há uma trajetória comum dos ricos que orbitam em torno dos > governos petistas e bolivarianos. Prosperam num discurso de amor à pobreza, > mas, no fundo, querem apenas mais dinheiro. > > Valdirene é uma exceção. Nunca a vi elogiar a pobreza, nos poucos minutos em > que a ouvi, jamais manifestou amor pelos pobres, algo que é muito comum nos > nossos salvadores populistas. > > Ao contrário, encarna apenas um espírito elitista, que quer se diferenciar > através do consumo de luxo e escolhas sofisticadas. > > O PT ama os pobres, tão falsamente como é possível amar os pobres, a > Humanidade e outras grandes abstrações. > > Mas Valdirene e Lula navegam no mesmo transatlântico de luxo que está se > afundando e não nos deixam outra saída, exceto seguir tocando nosso piano, > humildemente, enquanto a farsa não se revela em toda a sua amplitude. > > O ideal seria tocar a sirene enquanto o drama se precipita sem as máscaras do > carnaval. Mas isso é uma tarefa para se pensar na Quarta-feira de Cinzas. > > As últimas pesquisas sobre Dilma confirmam minhas intuições de repórter de > rua. A confiança está desabando, e o edifício pode cair. Só nos resta repetir > em escala nacional o conselho do prefeito do Rio aos moradores de área de > risco: acreditem na sirene quando ela tocar. > > > ::: > Niquele