Governo e membros do Supremo (i.e. Marco Aurélio e Joaquim Barbosa) enveredam por caminhos diferentes e, às vezes, chegam ao mesmo fim desastroso. A motivação do Planalto et caterva para defender Batisti é mesmo a velha e boa (por falta de outra expressão) "ação entre amigos". Isso e a crença rasa e burra de que à esquerda armada são permitidos excessos negados à direita armada - como se um dos extremos fosse essencialmente motivado pela nobreza de suas ações, enquanto, a 180 graus dali, o extremo oposto devesse ser varrido do mapa. Boçalidades como "a primeira eleição sem os trogloditas da direita" reforçam essa tese (como se o trogloditismo escolhesse espectro político e poupasse a esquerda - e não poupa). Já certos ministros do Supremo pecam pela cegueira e por um apego burro e desmesurado à doutrina. Quem não se lembra de que durante o impeachment alguns deles afirmaram que Collor, PC Farias e o comandante Jorge Bandeira não poderiam ser julgados por formação de quadrilha por que eram apenas três. E para quadrilha seriam necessários... quatro delinquentes. Era e doutrina (e a etimologia) a serviço do crime. Não espere bom senso de grande parte dos julgados de Marco Aurélio. Ele foi quem, entre outras bobagens, defendeu a fuga como um direito inalienável do indiciado e concede habeas corpus como quem distribui banana na feira. E cautela ao chamar os mensaleiros de "supostos". Nessa toada, já já vão dizer que o mensalão foi um golpe da oposição. 2009/11/20 jair francelino ferreira <jairfrancelino@xxxxxxxxxxx> > Eu só não vi a desmoralização dos arguemnetos usados pelo ministro. > Afinal, em todas as instâncias por onde passou - o Conare inclusive - as > decisões em torno desse caso se deram pelo voto de Minerva. Ou seja, não > parece que seja uma questão jurídica tão simples assim. Eu não tenho > nenhuma simpatia pela luta armada - nem mesmo quando há uma ditadura que a > justifique -, mas acho leviano concluir que a defesa de Batist seja ato > puramente ideológico, coisada "esquerda festiva", ou como disseram outros, > "uma ação entre amigos". Quer dizer que, além de Tarso Genro, metade dos > conselheiros do Conare defenderam o refúgio porque eram > esquerditas/ex-terroristas?. E o que dizer de ministros como Joaquim Barbosa > e Marco Aurélio? Marco Aurélio pode ser acusado de tudo, menos de ser > esquerditas, petista ou simpatizante do governo. Joaquim Barbosa é o > mesmo que aceitou denúncia - e foi muito festejado por isso - contra os > supostos mensaleiros. Portanto,sem entrar no mérito de quem está certou ou > errado, por que não considerar que esses votos contra a Extradição > refletem uma interpretação sincera e isenta - ainda que se a considere > equivocada - da lei e do direito brasileiros? > > br> From: niquele@xxxxxxxxx > > To: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx > > Subject: [CamaraDas] Battisti e os terroristas > > Date: Fri, 20 Nov 2009 17:47:14 -0200 > > > > > .....::: CamaraDas :::..... > > analistas2002@xxxxxxxxxxxxx > > > > Esse caso Battisti é uma bomba no colo de Lulla. > > O que não dá pra entender é parte da mídia comparando o italiano, que foi > > > terrorista, a pessoas no Brasil que fizeram parte de uma luta armada > > legítima contra a ditadura. > > Legítima e equivocada, é claro. > > Na Itália do senhor Battisti já havia um regime democrático instalado e a > > > luta armada devia, há muito, ter sido substituída pelo embate político. > > As Farc seguem no mesmo caminho anacrônico, fadadas a desaparecer em > > completo descrédito. > > Lellé despacha o "companheiro" ou não pra Itália? Veremos. > > Saludos desde Tirana, > > > > NickL > > > > > ----------------------------------------------------------------------------------------------------- > > > > Caiu no colo de Lula > > 20/11/2009 14:35:36 > > > > Redação Carta Capital > > > > Ao contrário do que pensam muitos defensores de Cesare Battisti, é bem > > provável que Lula tenha lamentado o desfecho do julgamento no Supremo > > Tribunal Federal. Na noite da quarta-feira 18, após longo debate, os > > ministros decidiram que cabe ao presidente da República a decisão final a > > > respeito da extradição solicitada pela Itália. É uma saia-justa e um > > quebra-cabeça jurídico. Se atender aos apelos da esquerda festiva, que > > insiste em enxergar Battisti como militante político perseguido pelo > Estado > > italiano, Lula enfrentará um desgaste internacional desnecessário e > > estimulará o recrudescimento de conflitos com parte do STF. > > > > Antes, porém, o Planalto terá de descobrir como manter Battisti no País > sem > > descumprir arbitrariamente a decisão do tribunal. O Supremo, é verdade, > deu > > autonomia decisória ao presidente da República, mas ela não pode ser > > desconexa e deve se basear nos termos do tratado de cooperação entre o > > Brasil e a Itália. Além do mais, lembraram vários dos ministros, nunca > antes > > o Executivo deixou de cumprir uma extradição decidida pela Corte. > > > > O grande derrotado do episódio foi o ministro da Justiça, Tarso Genro. Ao > > > longo do julgamento, cada um dos argumentos brandidos para justificar a > > concessão de refúgio a Battisti foi sumariamente desmoralizado pelos > > ministros. O Supremo não considerou políticos os assassinatos cometidos > pelo > > italiano nem enxergou riscos à vida do criminoso, caso ele venha a > cumprir > > pena na Itália natal. Por 5 votos a 4, venceu a posição do relator Cezar > > Peluso, segundo a qual a concessão de refúgio pelo titular da Justiça foi > > > ilegal. > > > > A rigor, a decisão do STF foi pela extraditabilidade de Battisti, ou > seja, > > confirmaram-se todos os pressupostos para cumprir o tratado de > extradição. > > Ao contrário do que disse Genro, os ministros julgaram não ter havido > > cerceamento de defesa por parte da Justiça italiana. O crime também não > foi > > considerado prescrito, há dupla tipicidade penal (o crime de que foi > acusado > > lá também existe no Brasil) e se trata de um estrangeiro. > > > > Especialistas ouvidos por CartaCapital disseram que uma das poucas saídas > > > jurídicas para Lula não ratificar a decisão do Supremo é conceder asilo a > > > Battisti, figura jurídica diferente da de refúgio. O asilo está previsto > na > > Constituição. O refúgio, na lei. O primeiro tem conotações políticas. O > > segundo, principalmente humanitárias, conforme frisou Genro ao > concedê-lo, > > argumentando que havia "fundados temores de perseguição" se Battisti > > retornasse à Itália para cumprir a pena de prisão perpétua, à qual foi > > condenado em 1993 por quatro assassinatos. > > > > Ainda assim, o presidente e seus consultores jurídicos terão de encontrar > > > uma justificativa que não seja nem o temor de perseguição nem o crime > > político, rejeitados pelo Supremo. Um dos pontos de partida poderá ser a > > letra "F" do artigo terceiro do tratado de extradição. Diz o trecho que a > > > extradição será negada "se a parte requerida tiver razões ponderáveis > para > > supor que a pessoa reclamada será submetida a atos de perseguição e > > discriminação por motivo de raça, religião, sexo, nacionalidade, língua, > > opinião política, condição social ou pessoal; ou que sua situação possa > ser > > agravada por um dos elementos antes mencionados". > > > > Battisti, é preciso dizer, tem alegado problemas de saúde - uma pneumonia > - > > e diz submeter-se a uma greve de fome em protesto. Nos dias que > antecederam > > à ultima parte do julgamento do STF, deixou-se fotografar com expressão > > abatida e agarrado a uma Bíblia. Pneumonia é, porém, doença facilmente > > tratável e não há motivos para crer que ela se agravaria em uma prisão > > italiana. > > > > "O texto (do tratado) abre uma margem enorme de subjetividade", sustenta > um > > advogado constitucionalista. "Foi um erro de alguns defensores de > Battisti > > argumentar que não havia democracia na Itália na época de sua > condenação", > > avalia outro especialista. Este, porém, acredita que o governo brasileiro > > > poderia valer-se de um suposto cerceamento de defesa no julgamento do > > italiano para tentar justificar uma negativa da extradição. Será um bom > > momento para testar a criatividade dos juristas do Planalto, pois é > difícil > > sustentar a tese de cerceamento (a Corte de Direitos Humanos da União > > Europeia, por exemplo, já rejeitou a tese). > > > > O ministro Carlos Ayres Britto teve um peso importante na forma final da > > decisão do STF ao alinhar-se com o grupo defensor da "discricionariedade" > do > > presidente da República (o mesmo grupo que votou contra a extradição). > > Britto nega, porém, ter mudado de opinião em relação a Battisti. > > > > O ministro lembrou à CartaCapital decisão semelhante tomada há dois > meses, > > quando atuou como relator do pedido de extradição do israelense Elior > Noam > > Hen, acusado de torturar crianças. "Argumentei que a competência > exclusiva > > de executar a extradição é do presidente, é encargo do chefe de Estado, > não > > do Supremo. O STF só participa desses processos para atuar em favor do > > extraditando, garantindo seus direitos humanos, nunca contra." > > > > Lula não poderá dar uma posição definitiva sobre o caso antes da > publicação > > do acórdão da decisão pelo STF, o que não deve acontecer neste ano. Tempo > > > suficiente para o presidente ponderar as perdas e ganhos de não > extraditar > > Battisti. E se valerá a pena o desgaste. > > > > > > > > > > > > ..... > > The present moment is the only time that is eternal. Deepak Chopra > > > ------------------------------ > Chegou o Windows 7: Incrivelmente simples! Clique e > conheça.<http://www.microsoft.com/brasil/windows7/default.html?WT.mc_id=1539> >