Re: [CamaraDas] Artigo: Janio de Freitas

  • From: Leandro <leandro.cariello@xxxxxxxxx>
  • To: "analistas2002@xxxxxxxxxxxxx" <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Thu, 16 Apr 2015 12:13:03 -0300

Em outras palavras, o novo refrão do PT: "somos iguais aos outros; por que só
nós?"

Em 16/04/2015, às 11:40, Isabele <bele74@xxxxxxxxx> escreveu:

Chamou de PRISÃO POLÍTICA porque apenas o tesoureiro desse partido foi preso
e os outros partidos corrompidos podem mais uma vez se safar.

Isabele 🌊🌊🌊🌊
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De: Niquele
Enviada em: ‎16/‎04/‎2015 11:16
Para: CamaraDas
Assunto: [CamaraDas] Artigo: Janio de Freitas

É isto

Três aspectos distintos, embora factualmente conexos, destacam-se na situação
complexa que a prisão do tesoureiro do PT veio tornar mais tóxica.

Sem ordem de importância, um dos aspectos pode começar como contestação ao
líder do PT na Câmara, Sibá Machado, segundo o qual João Vaccari Neto foi
vítima de uma "prisão política". Política, e de péssima política, é a ideia
exposta por Sibá. O PT está sufocado por acusações de diferentes fontes e
igual gravidade, na confusa Operação Lava-Jato. Chegou a tal situação sem dar
às acusações uma resposta enfática, pelo teor e pela firmeza.

Talvez o PT não pudesse dar resposta objetiva às acusações porque os
condutores da inquirição não divulgam o contexto completo dos depoimentos,
mas só as suas violações dirigidas do alegado segredo de justiça. A resposta
moral e institucional, porém, o PT não a deu por temor ou, ao que parece
menos provável, por falta de iniciativa. O resultado é o mesmo: o PT não se
faz merecedor de dúvida, quanto mais de confiança, pelo menos até que os
possíveis acertos e erros da Lava Jato enfrentem os crivos do conhecimento
público e, nele, os especialistas em Direito.

Um outro aspecto é o da animação oposicionista, em especial no PSDB, com a
presumida contribuição para o impeachment dada pela prisão de Vaccari. O
impeachment, em resumo, é a possibilidade aberta pela Constituição para
destituir o governante por crime de responsabilidade. Para iniciar o processo
de destituição é necessária, portanto, a precedência do ato ou de indícios
com seriedade para serem investigados e avaliados.

Não é o que o PSDB quer. Ao iniciar reuniões com policiais e advogados, além
de jornalistas, para descobrir alegações que possam pretextar uma campanha
pró-impeachment, esses oposicionistas atestaram que o seu objetivo não é a
defesa da legalidade, ou da moralidade administrativa, ou das instituições
democráticas. Sua prática é leviana e seu objetivo é ferir de morte o
adversário odiado. Dois indícios de má-fé e ação contra o Estado de Direito.

Entre os desdobramentos que a Lava Jato pode produzir está o de comprometer o
governo e a própria Dilma Rousseff, por improvável que isso seja. Sem tal
eventualidade, porém, os passíveis de crime contra a ordem democrática, nos
termos da Constituição, são os que se organizam para fomentar a ruptura da
legalidade institucional que tanto custou a este país.

Por fim, não só a prisão de Vaccari, mas tudo na Lava Jato que envolva
partido envolve, também, eleições. As últimas, e as anteriores, e ainda as de
antes, todas iguais: eleições brasileiras são uma grande hipocrisia.

Raríssimas são as doações financeiras de empresas, como as da Natura, e de
empresários, como as de Neca Setúbal, que provêm de convicções ou simpatia,
não de interesse. Em proporção semelhante, raríssimos são os políticos
profissionais que não tomam "doações" e as embolsam em parte, senão no todo.

Candidato endinheirado a suplente de senador é aposta fácil sobre seu
compromisso de pagar toda a campanha, e, apesar disso, com o titular da chapa
tomando doações para embolsá-las. Casos assim são muito conhecidos, por isso
a oposição não olha para dentro de si mesma. Comprador de fazenda, aliás, com
valores falsos na escritura, logo depois de eleição presidencial nos anos 90,
não seria notícia nova para os oposicionistas atuais.

Os bens da grande maioria de políticos profissionais são notoriamente
incompatíveis com seus ganhos, ainda que lhes somando aposentadorias e outros
ganhos conhecidos. Se fosse mesmo para defender a moralidade, bastaria
confrontar ganhos e patrimônio. Se não é, restam a falsa moralidade e a
hipocrisia




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Niquele

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