Outra visão, que me parece bem mais lúcida. Lula, Dilma, plano B e Aécio A oposição tem o hábito de subestimar a inteligência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É um erro porque contamina a eficiência de sua estratégia. Com informação errada, a chance do insucesso só faz crescer. Exemplo mais recente: levar a sério a ideia de que Lula deseja disputar um terceiro mandato consecutivo. Quem realmente tem informação do que se passa no núcleo do governo sabe que isso é bobagem. Lula rejeita tal tese por uma série de motivos. Citemos apenas três. Convicção de que seria um retrocesso institucional, argúcia política e noção exata de que seria uma batalha de alto custo e baixo benefício. O presidente acredita que articular uma nova alteração da regra do jogo presidencial seria pedagogicamente danoso à democracia. Lula gosta do reconhecimento externo que conquistou. Deseja fazer política internacional quando passar a faixa ao sucessor em 1º de janeiro de 2011. A tese do terceiro mandato só o diminuiria aos olhos da comunidade internacional. Passaria a imagem de velho caudilho latino-americano. Outro senão: o petista seria acusado de repetir Fernando Henrique Cardoso, presidente da República que patrocinou a casuística mudança constitucional de 1997 para poder concorrer à reeleição em 1998. Mais: Lula dirá que o povo até queria, mas ele teria pensado na estabilidade democrática mais do que FHC. No duelo algo pessoal com o tucano, levaria vantagem. O governo está passando sufoco no Senado com a CPI da Petrobras. Está vendo o que é depender e confiar no PMDB. Alguém imagina o custo de aprovar uma emenda constitucional naquela Casa? São necessárias duas votações com quórum qualificado _três quintos, o que dá 49 dos 81 senadores. Lula teria de entregar a Petrobras, o pré-sal e até as meias para aprovar uma mudança desse tipo. De bobo e louco, Lula não tem nada. Melhor patrocinar uma candidatura com alta chance de sucesso. Por ora, é Dilma. Não tem plano B autorizado por Lula. Em 2014, ele poderia ser candidato novamente, a depender do prestígio futuro. No cenário de eleger o sucessor e de disputar com sucesso em 2014, Lula poderia até tentar concorrer em 2018. Tem gente no PT que pensa em 20 anos de poder. A oposição bate na tecla do terceiro mandato achando que desgasta Lula. Avalia que transmite a ideia de que ele está louco para ceder a uma tentação chavista. No entanto, pode estar somente fortalecendo o presidente, transmitindo a imagem de que ele é tão bom que não tem substituto à altura. * Quem fala no plano B Os políticos que mais desejam uma alternativa à ministra Dilma Rousseff, caso a chefe da Casa Civil desista de ser candidata, são os aliados do PMDB. No PT, só gente de quinta categoria pensa no assunto. Mas eles têm algo em comum: estão instalados no poder e não desejam sair dele. Daí falar em terceiro mandato ou noutro nome para o lugar de Dilma. As especulações de plano B são muitas e incipientes. Todas devem ser vistas com o devido desconto. O ex-ministro Antonio Palocci Filho, que tem a tatuagem da violação do sigilo do caseiro, é o primeiro da fila. O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, agrada a parcela do PMDB. Facilitaria um acordo em Minas. Apoio a Patrus para a Presidência em troca do suporte à candidatura do ministro Hélio Costa (Comunicações) ao Palácio da Liberdade. Michel Temer, presidente do PMDB, poderia ser vice para compor uma chapa café com leite e fazer frente à dupla tucana Serra-Aécio. Pura opinião: Lula vai de Dilma. * Jogo tucano É natural que o governador de Minas, Aécio Neves, tenha ficado chateado com a revelação de que ele fez acordo com o colega de São Paulo, José Serra. Aécio aceitou ser vice de Serra, condicionando isso a uma saída honrosa. A intenção era anunciar o acordo em agosto ou setembro, enquanto a ministra Dilma ainda deverá estar em recuperação, a fim de acelerar uma ofensiva para fazer alianças com o PMDB nos Estados. A repercussão da divulgação do acordo gerou atrito no PSDB. Aécio se sentiu traído por seus colegas de partido. Ele precisa de tempo para construir um discurso de saída no qual leve vantagem: popularizar o seu nome pelo país, pois ainda tem alta taxa de desconhecimento para quem deseja disputar a Presidência. A divulgação da notícia afetou esse cronograma, que, talvez, precise ser alterado e leve o mineiro exigir uma prévia mais restrita, no começo de 2010, a fim de dar caráter natural a uma união que formaria uma chapa bastante competitiva. Kennedy Alencar, 41, colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília. Escreve para Pensata às sextas e para a coluna Brasília Online, sobre bastidores do poder, aos domingos. É comentarista do telejornal "RedeTVNews", de segunda a sábado às 21h10, e apresentador do programa de entrevistas "É Notícia", aos domingos à meia-noite. E-mail: kennedy.alencar@xxxxxxxxxxxxxxxxx Leia as colunas anteriores From: jairfrancelino@xxxxxxxxxxx To: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx Subject: RE: [CamaraDas] Re: [CamaraDas] Lulla Lelé 3.0? Date: Thu, 21 May 2009 11:47:07 -0300 Sou contra o 3º mandato, embora não considere golpe - já que pode ser conseguido por meios legais,com a mudança da Constituição pelo Congresso, que tem poderes constituições para isso. Mas, claro, seria uma medida casuísta, e provavelmente custaria muito dinheiro para o "convencimento" dos parlamentares, aliás como ocorreu na aprovação do 2º mandato para FHC. E não se pode alegar que o PSDB não tinha quadros, afinal o careca com nome de José já tava louco pra ser presidente na época - e havia o Covas, melhor nome do PSDB detodos os tempos. Outro ponto interessante é ligar o 3º mandato por vias "democráticas" ao chavismo, dando a entender que seja uma tantação típica da esquerda. Quem inaugurou prática por essas bandas sul-americanas foi o Fujimore, e o Uribe acaba de conseguir no Senado colombiano a aprovação de um plebiscito para ver se emplaca também o seu 3º mandato com as bênçãos dos Estados Unidos. E eu não li nenhum Demóstenes reclamando disso. Jair Date: Wed, 20 May 2009 19:44:29 -0200 Subject: [CamaraDas] Re: [CamaraDas] Lulla Lelé 3.0? From: marcus.barros@xxxxxxxxx To: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx O golpe do 3º mandato virá, e ninguém duvide disso. Por sorte, os ventos não sopram totalmente a favor desse chavismo brazuca de quinta categoria. O tempo para aprovar a PEC, pouco mais de 4 meses, é muito curto. São dois turnos em cada Casa (do interstício não vou nem falar, depois que o Sarney convocou 5 sessões extraordinárias de uma hora cada no mesmo dia para encurtar a tramitação da reforma da previdência...). Demóstenes, presidente da CCJ do Senado, já adiantou que vai dar o pior de si e retardar o que for humanamente possível. A oposição no senado já tem de cara 27 dos 32 votos necessarios para barrar a PEC. Não acredito que um senador do quilate de Renato Casagrande compactue com isso. Mesmo Cristóvam e Osmar dias, por exemplo, não são votos garantidos. O jucazismo está em alta no PMDB, mas sempre podemos contar ao menos com Mão Santa, Simon, Jarbas. E tem também o José Nery do Psol. (A parte da Câmara vou pular...) O que os petistas não se tocam é que o golpe do 3º mandato deixa clara a absoluta falta de quadros nacionais do partido em condições de ganhar uma eleição para presidente. Se Dilma tiver de perder, que perca, e que o PT forje alternativas competitivas para as eleiçoes seguintes. E se Lula tivesse câncer? Vão apresentar uma PEC proibindo homens carecas cujo nome começa com José de se candidatar? A exploraçao política da doença da dilma causa ânsia de vômito. Qdo soube do linfoma, a cúpula governista ordenou pesquisas qualitativas para saber qual a precepção que o brasileiro poderia fazer do câncer. E vibraram qdo ouviram dos marqueteiros que o eleitor poderia apiedar-se do calvário da dilma e corresponder com votos. Haja plasil... 2009/5/20 Niquele <niquele@xxxxxxxxx> :::CamaraDas::: Sem Dilma, a carta de Lula 3.0 virá da rua Elio Gaspari Adoença da ministra Dilma Rousseff acordou o fantasma de uma emenda constitucional que abra o caminho para Nosso Guia disputar nas urnas um terceiro mandato. Como sempre acontece, essas tempestades nascem na periferia. O projeto, que prevê um referendo popular, virá do deputado Jackson Barreto (PMDB-SE), e há uma semana a proposta foi trazida pelo sindicalista Paulo Vidal, que nos anos 70 antecedeu Lula na presidência dos Metalúrgicos de São Bernardo. Nas suas palavras, com seu estilo: "Imaginar pura e simplesmente que politicamente seria importante cumprir as normas constitucionais e tirar o Lula da Presidência, eu acho que todos nós temos que repensar isso. (...) A companheira Dilma que me desculpe." (Num lance pérfido, Lula já contou que, durante a ditadura, "muitos companheiros presos disseram que o Paulo Vidal era quem tinha dedado. Eu, sinceramente, não acredito". Se não acreditasse, não deveria ter dito, sobretudo quando se sabe que, na oficina de ourivesaria stalinista do mito de Nosso Guia, Vidal é colocado no papel de policial.) Se a candidatura da doutora Dilma Rousseff sair do trilhos, são fortes os sinais de que a carta petista será a emenda constitucional que permita a disputa do terceiro mandato. A manobra exige que até setembro três quintos do Congresso votem a favor da medida, para levá-la a um referendo. Pode-se antever dificuldades no Senado, que já negou essa maioria ao governo no caso da prorrogação da CPMF, mas uma coisa é certa: se a nação petista for para esse caminho, ela não se fará ouvir com maiorias parlamentares, virá com o ronco das ruas. A expressão "terceiro mandato" trai a abulia política em que se prostrou a oposição. O que Lula pode vir a pedir é o direito de disputar uma terceira eleição. A ideia de "mandato" pressupõe que, podendo disputar, ganha na certa. O comportamento dos dois candidatos tucanos à Presidência da República diante da opção queremista (ecoando o "Queremos Getúlio" de 1945) é hoje estímulo para o PT. José Serra e Aécio Neves guardam obsequioso silêncio em relação ao assunto. Serra e o PSDB meteram-se numa camisa de força institucional. Um governador de São Paulo e um partido que simpatizam com uma reforma política capaz de criar o voto de lista por maioria simples ficam numa posição girafa se quiserem condenar um projeto de reeleição que vai buscar os três quintos exigidos para as reformas constitucionais para que se realize um referendo. No caso do governador de Minas Gerais, chega a ser difícil entender por que ele condenaria a manobra queremista, capaz de levá-lo ao melhor do mundos. Primeiro, porque a mudança permitiria sua própria reeleição (refrigério de que Serra já dispõe, caso não queira ir para outra disputa com Lula). Em 2014 Aécio Neves estará livre de seu principal adversário, que se chama José Serra, não Lula. É possível que Serra, Aécio e grão-tucanato deem pouca importância aos sinais de fumaça que saem da panela do Planalto. Em 1995 muita gente boa da oposição se recusava a acreditar que Fernando Henrique Cardoso mudaria a Constituição para se reeleger em 1998. Deu no que deu, colocando no colo dos tucanos a paternidade do instituto da reeleição. ELIO GASPARI é jornalista. ... NickL _______________________________________ Fran Lebowitz - "If you're going to America, bring your own food." ..... Marx - "De cada um de acordo com suas capacidades, para cada um de acordo com as suas necessidades." Novo Internet Explorer 8: mais rápido e muito mais seguro. Baixe agora, é grátis! _________________________________________________________________ Deixe suas conversas mais divertidas. Baixe agora mesmo novos emoticons. É grátis! http://specials.br.msn.com/ilovemessenger/pacotes.aspx