[CamaraDas] Re: [CamaraDas] Re: [CamaraDas] Re: [CamaraDas] Artigo: Clóvis Rossi

  • From: Roberto Jardim Cavalcante <roberto.jardim@xxxxxxxxx>
  • To: Analistas <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Wed, 15 Apr 2015 09:42:31 -0300

Certamente há golpistas entre os manifestantes, Patrícia. Mas não só.
Mesmo os defensores da presidente precisariam reconhecer um detalhe
importante, reproduzido neste texto do Noblat.

http://noblat.oglobo.globo.com/meus-textos/noticia/2015/04/deus-salve-rainha.html
Omito propositalmente os trechos que tratam de assuntos que não vêm ao caso.

Abs,
Roberto Jardim.

===
Deus salve a Rainha!

13/04/2015 - 08h02

*Ricardo Noblat*

Que maneira infeliz de celebrar os primeiros 100 dias de governo! Seis em
cada 10 brasileiros consideram péssima ou ruim a administração de Dilma.
Quase seis em 10 acham que ela sabia da corrupção na Petrobras e nada fez.

Para quase oito em 10, a inflação aumentará. Assim como o desemprego para
sete em cada 10. Dois em cada três são favoráveis à abertura de um processo
de impeachment contra Dilma.

As manifestações de ruas, como as de ontem, são apoiadas por sete em cada
10. E se a eleição para a escolha do sucessor de Dilma tivesse ocorrido na
semana passada, Aécio Neves teria derrotado Lula por 33% dos votos contra
29%, segundo a mais recente pesquisa Datafolha.

Dos seus vários bunkers em Brasília, a presidente só sai para lugares onde
não corra o risco de ser vaiada. Se falar na televisão, pode deflagrar um
panelaço.

O que Dilma fez para merecer isso?

Mentiu. Apenas mentiu. Simples assim.

O Brasil era um paraíso na propaganda dela para se reeleger. Menos de dois
meses depois, o paraíso se evaporara.

Dilma jurou que jamais faria certas coisas que só seriam feitas por seus
adversários. Começou a fazê-las antes do fim do seu primeiro mandato.

Com isso mentiu de novo? Não. Era a mesma mentira. Tudo era uma mentira só.

[...]

Em 15 de abril de 2015 07:43, Patrícia Borges de Carvalho <
pcborges19@xxxxxxxxx> escreveu:

Ninguém satanizou a classe média por ter ido às ruas protestar e sim por
absoluta falta de uma pauta clara e objetiva. O que eles realmente queriam?
Combater a corrupção ou tirar o PT do poder? Quais eram as propostas? O que
pediam?? Bateram panelas chamando a Presidenta de vaca, mandaram-na
delicadamente tomar "naquele lugar" (classe média se classe rss) na copa
que ela mesma havia sido contra. Não há qqr sentimento de justiça ou de
imparcialidade de quem quer aguardar as provas e os julgamentos. Já
julgaram e condenaram. Não, o movimento não era contra a corrupção. Se
fosse as pessoas estariam satisfeitas pois as coisas estão sendo
investigas, pessoas importantes, políticos e empresários, sendo presas pela
primeira vez nesse país. Qqr um com um mínimo de serenidade e sensatez
percebeu a real intenção do movimento ao ver os cartazes que carregavam.
Basta conhecer quem são os seus líderes nas redes sociais. Mas saber a
verdade pra quê? Se o que querem é "ver a Dilma fora e pronto!" Outro dado
que comprova essa tese era que mais de 80% das pessoas que saíram as ruas
eram eleitores de Aécio Neves, o candidato que perdeu as eleições e foi
votado por quase metade do eleitorado nacional que se diz contra a
corrupção e que simplesmente não quer saber dos processos contra ele por
improbidade, desvio de verbas, denúncias por recebimento MENSAL de propinas
em Furnas, seu coordenador de campanha (Agripino) foi flagrado pedindo
propina de um milhão, do rombo de sete bilhões que seu partido deixou em
Minas, do escândalo dos trens de São Paulo ou que o Presidente de seu
partido é acusado de receber 10 milhões na operação lava jato ou ainda que
o líder de seu partido no Senado Cássio Cunha Lima foi condenado pelo TSE
com base na lei de ficha limpa. E claro várias outras "coisinhas" que pesam
sobre eles.
A crítica a quem foi às ruas não é pq eles contrariaram os interesses da
esquerda e sim pq a hipocrisia é gigantesca e a intenção do movimento é
muito clara.
Sei que provavelmente vai chover de gente aqui que tentará me
desqualificar com agressões e rótulos como sempre acontece com a fúria
despertada por quem posta algum argumento concreto contra a "nossa classe
privilegiada e indignada". As discussões nunca rebatem argumentos, mas sim
agridem as pessoas que pensam diferente. Estejam completamente à vontade,
mas aviso que não vou entrar no debate nem tentar argumentar mais nada. Só
escrevi porque textos assim, que a meu ver não enxergam ou tentam maquiar a
realidade pra que atenda seus interesses de manipular, me fazem ter vontade
de falar o que penso. #pronto, falei# rssss.


Enviado do meu iPhone

Em 14/04/2015, às 11:16, Leandro <leandro.cariello@xxxxxxxxx> escreveu:

P-e-r-f-e-i-t-o !!!

Em 14/04/2015, às 11:08, Niquele <niquele@xxxxxxxxx> escreveu:

Classe média à la carte

É má-fé ou ignorância (ou ambas as coisas juntas) satanizar a classe média
pelas manifestações contra o governo.

Má-fé porque a classe média, como qualquer outro segmento, tem todo o
direito de se manifestar, contra ou a favor do governo. É uma obviedade, eu
sei, mas ter que escrever tão tremenda obviedade é um sinal da indigência
do debate público brasileiro.

Ignorância porque a classe média foi o motor de TODAS as manifestações que
a esquerda considerou épicas. Foi o tal de povo, por acaso, que esteve
presente em massa nos atos pela anistia? Foi o tal de povo, por acaso, que
se mobilizou pelas "diretas-já", o maior movimento de massas da história
recente (e não tão recente)?

Foi o tal de povo que pintou a cara de verde-e-amarelo para pedir o
impeachment de Fernando Collor de Mello? As cores e o pedido valiam então,
mas não valem agora só porque os que se acham de esquerda estavam na época
do outro lado?

Em todos esses casos, foi a classe média que se manifestou. A satanização
de agora demonstra que, para certo tipo de mentalidade cretina, há uma
classe média "boa" (quando ela está do lado desse tipo de cabecinha) e uma
classe média "podre" quando está do outro lado.

Revela acentuada dificuldade de conviver com opiniões contrárias.

É estúpido tratar a classe média como um ente homogêneo. Segmentos da
classe média se mobilizaram contra o governo João Goulart e ajudaram a
derrubá-lo. Péssimo exemplo, para o meu gosto, assim como é péssimo exemplo
tratar agora de repetir a história, aproveitando-se do disseminado
desconforto com o governo (desconforto, diga-se, que é também do tal de
"povo", a menos que se acredite que a classe média abrange 87% dos
brasileiros, os que desaprovam o governo Dilma).

Mas foram também segmentos da classe média que, primeiro, tomaram as armas
para tentar derrubar o regime e, depois, foram às ruas para protestar
contra ele e ajudar a encerrá-lo.

Não é muito diferente fora do Brasil. Na Argentina, por exemplo, foi a
classe média que constituiu o grosso do grupo de esquerda armada
Montoneros, que se opôs primeiro ao governo de Isabelita Perón e depois à
ditadura militar.

Foram de classe média ou até alta alguns dos grandes líderes
revolucionários do século passado. Ou alguém acha que Vladimir Ilitch Lênin
era "povão"? Ou Leon Trótski?

A rigor, apenas Emiliano Zapata, o treinador de cavalos que liderou a
primeira revolução social do século 20, a mexicana, era filho do povo. Até
Mao Tsé-tung, filho de camponeses, logo ascendeu à classe média, pela via
de seus estudos.

Voltemos ao Brasil. É de supina ingenuidade imaginar, como fazem alguns,
que o povo pobre vai se sublevar, movido pelo desemprego, baixos salários
e/ou fome.

Nunca o fez, apesar das condições desumanas em que vive faz séculos. Menos
ainda o fará agora quando as condições melhoraram, um tiquinho de nada, mas
melhoraram. Você pode amar ou odiar a classe média, mas pegar dela apenas o
pedaço que lhe agrada é desonesto
*:::*
*Niquele*


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