Re: [CamaraDas] Singer: Estelionato eleitoral e neoconservadorismo

  • From: ".:Isabele:." <bele74@xxxxxxxxx>
  • To: Camaradas CD <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Mon, 6 Jul 2015 13:38:30 -0300

Bem engraçado mesmo... Para mim só não será golpe se realmente for todo
mundo preso... Mas infelizmente as velhas ratazanas da direita permanecerão.
Em 06/07/2015 13:26, "Leandro Neves Cariello" <leandro.cariello@xxxxxxxxx>
escreveu:

Engraçada a relatividade das coisas. Será que os petistas tratariam a
derrubada do Collor de "golpe", eles que foram protagonistas daquele
episódio? Aliás, o ex-caçador de marajás parece que continua o mesmo: mais
de 20 anos depois: acaba de ser denunciado pelo dono da UTC como
beneficiário de R$ 20.000.000,00 (sim, vinte milhões!) de propina, vinda de
dinheiro desviado da Petrobras, empresa tão bem administrada nos últimos
anos que tem quatro ex-diretores presos...
Ninguém sabe onde vai dar tudo isso, mas se a mulher sapiens cair, será de
podre mesmo...

Em 6 de julho de 2015 08:22, Patrícia Borges de Carvalho <
pcborges19@xxxxxxxxx> escreveu:

Pelo jeito não haverá quem nos salve do golpe....


Enviado do meu iPhone

Em 04/07/2015, às 11:28, Niquele <niquele@xxxxxxxxx> escreveu:

ANDRÉ SINGER
Virada conservadora?04/07/2015

Sob o cerco das três frentes - economia, Petrobras e presidência da
Câmara - que ameaçam os avanços da última década, o semestre chega ao fim
com preocupante saldo de perdas sociais, graves denúncias de corrupção e
retrocessos legislativos. Ao aprovar anteontem de madrugada a redução da
maioridade penal, em nova manobra suspeita, o deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) produziu acorde final digno dos movimentos que se ouviram nos
meses anteriores.

Caberá ao Senado, no próximo período, o protagonismo de avaliar as três
medidas polêmicas preparadas por Cunha. Refiro-me à terceirização das
atividades fins, à constitucionalização das doações empresariais aos
partidos, e à já referida alteração na idade mínima para o encarceramento.
Com certeza, Renan Calheiros, à frente da Casa revisora, fará uso do espaço
na mídia que lhe cabe, mas se o ambiente social permanecer como o de hoje,
não se deve esperar mudanças substantivas.

Neste ponto, a ousadia oposicionista de Cunha, fonte da unidade
construída entre deputados tucanos e peemedebistas, se entrelaça com a
profunda crise que atinge o governo e o PT. Tendo perdido apoio da própria
base em função da condução econômica, Lula, Dilma e o Partido dos
Trabalhadores deixaram órfãos os setores da sociedade comprometidos com a
agenda progressista. Nesta hora se percebe o quanto, apesar de todas as
contradições, o lulismo oferecia uma direção capaz de organizar maiorias.

Sem ela, a articulação entre PMDB e PSDB, muito bem urdida por Cunha, e
que esteve na base das três propostas aprovadas, ameaça tornar-se
hegemônica. De maneira quase infantil, o lulismo caiu na besteira de
cometer estelionato eleitoral e agora, a cada aumento do desemprego e queda
da renda, vê aumentar o isolamento em que se meteu. Diante do custo a longo
prazo, ter perdido a eleição de 2014 seria prejuízo menor.

Tem mais. A incapacidade de responder às acusações que emergem da
Operação Lava Jato ameaça manchar o petismo por tempo indefinido.
Conscientes da gravidade do quadro, inúmeros movimentos e partidos buscam
formar frente ampla, de modo a suprir a ausência de alternativas à
esquerda. Não se trata, como acusa a direita, de esconder o PT, mas de
oferecer saídas que o PT, de maneira isolada, não pode apresentar.

O ex-governador Leonel Brizola gostava de dizer que ter ou não ter
programa era o de menos. Bastava encomendar a algum intelectual e chegaria
pelo correio. Para a frente que está em gestação vale o contrário. Se não
conseguir formular alternativa viável e que dialogue com a população, a
virada conservadora, que ainda não se deu, mas está anunciada na liderança
de Cunha, vai se consolidar.


--
*:::*
*Niquele*



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