Re: [CamaraDas] Singer: Estelionato eleitoral e neoconservadorismo

  • From: Leandro Neves Cariello <leandro.cariello@xxxxxxxxx>
  • To: "analistas2002@xxxxxxxxxxxxx" <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Mon, 6 Jul 2015 15:10:52 -0300

Eu não penso assim, e muito menos estou feliz com isso, pois o País parece
estar desmanchando debaixo dos nossos olhos. Essa maniqueísmo simplista entre
"justo x injusto", "certo" x "errado", "Fla x Flu", "pobre x rico", "bom x
mau", "nós x eles", etc. é uma característica essencialmente dos petistas, e
ninguém vai tirá-la deles e querer jogá-la nos outros. Se, agora, estão
colhendo comportamento semelhante de muita gente, lamento, mas trata-se apenas
do resultado do que plantaram com tanto empenho.
Os métodos usados contra o Collor foram "lá muito justos", se, depois de tudo,
ele foi absolvido pelo STF? E eu fiquei muito feliz com a saída dele, sim,
assim como certamente a totalidade dos petistas. Agora, quando o jogo virou,
devemos pensar diferente?
Infelizmente, não há vagas para todos nos presídios, o ministro Cardozo já
disse. Assim, nem todos os da direita (e nem os da esquerda, acrescento eu,
embora ache bem ultrapassada essa classificação, ainda mais diante do que temos
visto num governo dito esquerdista). A propósito, procurem saber o que o filho
do Fidel andou aprontando com sua trupe em famoso balneário turco, a US$
11.000 a diária. "Pobres" esquerdistas, tenho tanta peninha deles...

Em 06/07/2015, às 13:38, Patrícia Borges de Carvalho <pcborges19@xxxxxxxxx>
escreveu:

Bom pra quem ficar feliz com isso... Algumas pessoas acham melhor estar do
lado de quem vence, mesmo que os métodos não sejam lá muito justos, pois elas
vão acreditar que o são só porque vão no rumo de sua vontade.
"A injustiça contra meu inimigo é sempre justa"... É o que pensam...

Enviado do meu iPhone

Em 06/07/2015, às 12:26, Leandro Neves Cariello <leandro.cariello@xxxxxxxxx>
escreveu:

Engraçada a relatividade das coisas. Será que os petistas tratariam a
derrubada do Collor de "golpe", eles que foram protagonistas daquele
episódio? Aliás, o ex-caçador de marajás parece que continua o mesmo: mais
de 20 anos depois: acaba de ser denunciado pelo dono da UTC como
beneficiário de R$ 20.000.000,00 (sim, vinte milhões!) de propina, vinda de
dinheiro desviado da Petrobras, empresa tão bem administrada nos últimos
anos que tem quatro ex-diretores presos...
Ninguém sabe onde vai dar tudo isso, mas se a mulher sapiens cair, será de
podre mesmo...

Em 6 de julho de 2015 08:22, Patrícia Borges de Carvalho
<pcborges19@xxxxxxxxx> escreveu:
Pelo jeito não haverá quem nos salve do golpe....


Enviado do meu iPhone

Em 04/07/2015, às 11:28, Niquele <niquele@xxxxxxxxx> escreveu:

ANDRÉ SINGER
Virada conservadora?

04/07/2015
Sob o cerco das três frentes - economia, Petrobras e presidência da Câmara
- que ameaçam os avanços da última década, o semestre chega ao fim com
preocupante saldo de perdas sociais, graves denúncias de corrupção e
retrocessos legislativos. Ao aprovar anteontem de madrugada a redução da
maioridade penal, em nova manobra suspeita, o deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) produziu acorde final digno dos movimentos que se ouviram nos
meses anteriores.

Caberá ao Senado, no próximo período, o protagonismo de avaliar as três
medidas polêmicas preparadas por Cunha. Refiro-me à terceirização das
atividades fins, à constitucionalização das doações empresariais aos
partidos, e à já referida alteração na idade mínima para o encarceramento.
Com certeza, Renan Calheiros, à frente da Casa revisora, fará uso do
espaço na mídia que lhe cabe, mas se o ambiente social permanecer como o
de hoje, não se deve esperar mudanças substantivas.

Neste ponto, a ousadia oposicionista de Cunha, fonte da unidade construída
entre deputados tucanos e peemedebistas, se entrelaça com a profunda crise
que atinge o governo e o PT. Tendo perdido apoio da própria base em função
da condução econômica, Lula, Dilma e o Partido dos Trabalhadores deixaram
órfãos os setores da sociedade comprometidos com a agenda progressista.
Nesta hora se percebe o quanto, apesar de todas as contradições, o lulismo
oferecia uma direção capaz de organizar maiorias.

Sem ela, a articulação entre PMDB e PSDB, muito bem urdida por Cunha, e
que esteve na base das três propostas aprovadas, ameaça tornar-se
hegemônica. De maneira quase infantil, o lulismo caiu na besteira de
cometer estelionato eleitoral e agora, a cada aumento do desemprego e
queda da renda, vê aumentar o isolamento em que se meteu. Diante do custo
a longo prazo, ter perdido a eleição de 2014 seria prejuízo menor.

Tem mais. A incapacidade de responder às acusações que emergem da Operação
Lava Jato ameaça manchar o petismo por tempo indefinido. Conscientes da
gravidade do quadro, inúmeros movimentos e partidos buscam formar frente
ampla, de modo a suprir a ausência de alternativas à esquerda. Não se
trata, como acusa a direita, de esconder o PT, mas de oferecer saídas que
o PT, de maneira isolada, não pode apresentar.

O ex-governador Leonel Brizola gostava de dizer que ter ou não ter
programa era o de menos. Bastava encomendar a algum intelectual e chegaria
pelo correio. Para a frente que está em gestação vale o contrário. Se não
conseguir formular alternativa viável e que dialogue com a população, a
virada conservadora, que ainda não se deu, mas está anunciada na liderança
de Cunha, vai se consolidar.



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Niquele

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