Re: [CamaraDas] Singer: Estelionato eleitoral e neoconservadorismo

  • From: Patrícia Borges de Carvalho <pcborges19@xxxxxxxxx>
  • To: "analistas2002@xxxxxxxxxxxxx" <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Mon, 6 Jul 2015 13:38:36 -0300

Bom pra quem ficar feliz com isso... Algumas pessoas acham melhor estar do lado
de quem vence, mesmo que os métodos não sejam lá muito justos, pois elas vão
acreditar que o são só porque vão no rumo de sua vontade.
"A injustiça contra meu inimigo é sempre justa"... É o que pensam...

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Em 06/07/2015, às 12:26, Leandro Neves Cariello <leandro.cariello@xxxxxxxxx>
escreveu:

Engraçada a relatividade das coisas. Será que os petistas tratariam a
derrubada do Collor de "golpe", eles que foram protagonistas daquele
episódio? Aliás, o ex-caçador de marajás parece que continua o mesmo: mais de
20 anos depois: acaba de ser denunciado pelo dono da UTC como beneficiário de
R$ 20.000.000,00 (sim, vinte milhões!) de propina, vinda de dinheiro desviado
da Petrobras, empresa tão bem administrada nos últimos anos que tem quatro
ex-diretores presos...
Ninguém sabe onde vai dar tudo isso, mas se a mulher sapiens cair, será de
podre mesmo...

Em 6 de julho de 2015 08:22, Patrícia Borges de Carvalho
<pcborges19@xxxxxxxxx> escreveu:
Pelo jeito não haverá quem nos salve do golpe....


Enviado do meu iPhone

Em 04/07/2015, às 11:28, Niquele <niquele@xxxxxxxxx> escreveu:

ANDRÉ SINGER
Virada conservadora?

04/07/2015
Sob o cerco das três frentes - economia, Petrobras e presidência da Câmara
- que ameaçam os avanços da última década, o semestre chega ao fim com
preocupante saldo de perdas sociais, graves denúncias de corrupção e
retrocessos legislativos. Ao aprovar anteontem de madrugada a redução da
maioridade penal, em nova manobra suspeita, o deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) produziu acorde final digno dos movimentos que se ouviram nos
meses anteriores.

Caberá ao Senado, no próximo período, o protagonismo de avaliar as três
medidas polêmicas preparadas por Cunha. Refiro-me à terceirização das
atividades fins, à constitucionalização das doações empresariais aos
partidos, e à já referida alteração na idade mínima para o encarceramento.
Com certeza, Renan Calheiros, à frente da Casa revisora, fará uso do espaço
na mídia que lhe cabe, mas se o ambiente social permanecer como o de hoje,
não se deve esperar mudanças substantivas.

Neste ponto, a ousadia oposicionista de Cunha, fonte da unidade construída
entre deputados tucanos e peemedebistas, se entrelaça com a profunda crise
que atinge o governo e o PT. Tendo perdido apoio da própria base em função
da condução econômica, Lula, Dilma e o Partido dos Trabalhadores deixaram
órfãos os setores da sociedade comprometidos com a agenda progressista.
Nesta hora se percebe o quanto, apesar de todas as contradições, o lulismo
oferecia uma direção capaz de organizar maiorias.

Sem ela, a articulação entre PMDB e PSDB, muito bem urdida por Cunha, e que
esteve na base das três propostas aprovadas, ameaça tornar-se hegemônica.
De maneira quase infantil, o lulismo caiu na besteira de cometer
estelionato eleitoral e agora, a cada aumento do desemprego e queda da
renda, vê aumentar o isolamento em que se meteu. Diante do custo a longo
prazo, ter perdido a eleição de 2014 seria prejuízo menor.

Tem mais. A incapacidade de responder às acusações que emergem da Operação
Lava Jato ameaça manchar o petismo por tempo indefinido. Conscientes da
gravidade do quadro, inúmeros movimentos e partidos buscam formar frente
ampla, de modo a suprir a ausência de alternativas à esquerda. Não se
trata, como acusa a direita, de esconder o PT, mas de oferecer saídas que o
PT, de maneira isolada, não pode apresentar.

O ex-governador Leonel Brizola gostava de dizer que ter ou não ter programa
era o de menos. Bastava encomendar a algum intelectual e chegaria pelo
correio. Para a frente que está em gestação vale o contrário. Se não
conseguir formular alternativa viável e que dialogue com a população, a
virada conservadora, que ainda não se deu, mas está anunciada na liderança
de Cunha, vai se consolidar.



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Niquele


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