Sou totalmente contra o aborto. Não considero justificável ceifar a vida de inocentes em prol da "liberdade da mulher" em relação a seu corpo, como pregam os favoráveis ao assassinato de fetos. Se quer ter liberdade, que tome as devidas cautelas. Até mesmo em caso de estupro, se a mãe tem condições de ter o filho sem maiores complicações, acho que não se justifica. Contudo, mesmo sendo contra o aborto e mesmo sendo católica, não pude deixar de achar um absurdo a decisão de excomungar as pessoas envolvidas nesse caso. O autor do texto abaixo se esquece que uma CRIANÇA de 9 anos de idade não tem estrutura física, quem dirá psicológica para ter filhos. Em nome de preservar fetos, que muito provavelmente não chegariam nem a nascer, que só trariam mais sofrimento à CRIANÇA-MÃE, condenam o aborto efetuado pelos médicos. Parece que se esquecem de tudo o que a criança sofreu e de todo o sofrimento que lhe seria imposto por uma gravidez de gêmeos no seu frágil corpo de 9 anos de idade. Como ficaria o lado emocional dessa menininha? Eles não se importam: só querem se apegar ao fato de que houve um aborto. Paciência. Penso que toda regra tem suas exceções e que os médicos e a família só buscaram o desfecho menos traumático para esse caso. 2009/3/11 Roberto Jardim Cavalcante <roberto.jardim@xxxxxxxxx> > Para conhecer a história do ponto de vista de quem a acompanhou desde > quando o caso se tornou público: * > http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,leia-a-carta-do-padre-de-aladoinha-sobre-aborto-e-excomunhao,336023,0.htm > *<http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,leia-a-carta-do-padre-de-aladoinha-sobre-aborto-e-excomunhao,336023,0.htm> > > Segue também um comentário mostrando o outro lado da moeda, o qual > reproduzo na íntegra, a seguir: * > http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/opiniao/conteudo.phtml?tl=1&id=865795&tit=Estupro-aborto-e-valores-distorcidos > *<http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/opiniao/conteudo.phtml?tl=1&id=865795&tit=Estupro-aborto-e-valores-distorcidos> > > [ ]s, > > Roberto Jardim. > > ===================================== > > Jornal Gazeta do Povo (Curitiba) > > Estupro, aborto e valores distorcidos > > Publicado em 11/03/2009 | Carlos Ramalhete > > Têm sido espantosas as reações à declaração de dom Cardoso, arcebispo de > Olinda e Recife, acerca das excomunhões dos responsáveis pelo aborto das > duas crianças geradas no estupro de uma menina de nove anos de idade. O que > ele fez foi apenas o seu dever: comunicar ter ocorrido a excomunhão > automática dos responsáveis pela morte de duas crianças inocentes. Quem > lesse as reações à comunicação, contudo, teria a impressão de que havia uma > vida apenas em risco, e esta seria a vida da mãe das crianças. Não é o caso. > A vida dela estava, sim, em um certo grau de risco, não maior nem menor que > o de muitas mulheres grávidas com alguma complicação. Casos muito piores já > chegaram a um final feliz. > > Neste caso, contudo, aproveitando-se de uma falsa brecha legal > – o fato de o Direito brasileiro não prever punição para o aborto de > crianças geradas por estupro ou em caso de risco de vida para a mãe, > exatamente como não prevê punição para o furto cometido por um filho contra > o pai – grupos de pressão interessados na legalização do aborto > apressaram-se, contra a vontade da mãe e de seus responsáveis legais, a > matar o quanto antes as crianças que cometeram o crime de terem sido > concebidas no transcurso de um repulsivo estupro. Os filhos são punidos com > pena de morte pelo crime do pai. > > A violência das reações à declaração de dom Cardoso, contudo, mostra > claramente o alcance > – em alguns setores bastante vocais da classe média urbana – de uma > pseudoética apavorante. As crianças mortas simplesmente não entram na > equação, não são consideradas. O próprio estupro só é mencionado de > passagem. O risco de vida para a mãe é transformado em uma certeza de sua > morte. São saudados como heróis salvadores os carniceiros que arrancaram do > ventre da mãe duas crianças perfeitamente saudáveis e atiraram os cadáveres > em uma cesta de lixo, onde provavelmente estava uma cópia mofada do > juramento de Hipócrates que fizeram quando se formaram médicos. > > Isto ocorre por ter sido perdida a noção do valor da vida. A vida, em si, > para os defensores do aborto, não vale nada. Ao invés dela, o que teria > valor seria o resultado final de uma equação que tem como componentes o > bem-estar da pessoa e sua utilidade para a sociedade. As crianças abortadas > não têm valor para a sociedade, logo podem ser mortas. Mais ainda, não > merecem menção. A única criança digna de menção é a mãe, e olhe lá. > > Ela mesma, a mãe das crianças abortadas, tem seu sofrimento deixado de > lado. Uma menina de nove anos de idade que sofreu a violência de um estupro, > provavelmente reiteradas vezes; uma criança ela mesma, vivendo mais que > provavelmente em condições miseráveis (sabe-se que sua mãe não sabe ler e > escrever, o que serviu bem aos que simplesmente mandaram que apusesse a > impressão do polegar aos papéis que, como depois ela veio a saber, eram a > sentença de morte de seus netos), foi levada de um lugar para o outro, teve > os filhos que ela desejava manter arrancados de seu ventre e mortos, sendo > tratada apenas como excelente exemplo de portadora biológica de material a > abortar. > > É de crer que provavelmente os defensores do aborto teriam de bom grado > preferido que ela também tivesse sido abortada: o resultado da equação de > utilidade social e bem-estar que usam para valorizar uma vida dificilmente > seria alto o suficiente no caso dela para garantir-lhe a sobrevivência. > > O estupro, mais ainda, o estupro reiterado e contumaz de uma criança > indefesa é um crime asqueroso, que poderia em justiça merecer a pena de > morte (não percebi, aliás, em nenhuma das numerosas e estridentes reações > pró-aborto à declaração de dom Cardoso, alguém pedindo que fosse estendida > ao estuprador a pena de morte que sofreram seus filhos). Quem o comete vê em > sua vítima apenas um orifício cercado por forma humana, um receptáculo fraco > e indefeso, logo acessível a suas taras. É já uma negação da humanidade da > vítima: ela não merece, crê o estuprador, ter direito de opinião sobre o que > é feito com seu corpo. > > A mesma negação feita pelo estuprador contra sua vítima foi reiterada sobre > seus filhos: ela foi estuprada; eles foram mortos. Desumanizada pela > primeira vez pelo estuprador, ela o foi novamente, juntamente com seus > próprios filhos > – a flor de esperança e de vida que poderia ter saído do lodo da violência > – pelos que não consideram que a vida tenha, por ser vida humana, algum > valor. Agora, esperam eles, esgotado seu valor de propaganda, ela pode > rastejar de volta à miséria de seu barraco e deixá-los tocar em paz a > campanha pró-aborto. > > Carlos Ramalhete é professor e filósofo. > > > > 2009/3/11 Raimundo Alves <rjalves07@xxxxxxxxx> > >> It's not mole, não... >> >> >> ------------------------------ >> *Enviada em:* terça-feira, 10 de março de 2009 19:15 >> *Assunto:* ENC: Torquemada pernambucano >> >> Quem diria, o espírito do maior inquisidor da Igreja, Tomás de >> Torquemada que no século XV purificou pelo menos 30.000 almas arrancando >> a ferro e fogo o Demonio que as dominava, baixou no minusculo corpo do >> arcebispo de Olinda-Recife. O liliputiano clérigo ao excomungar os médicos >> e parentes da garota que aos NOVE anos foi estuprada e engravidada de >> gêmeos, teve por recomendação MÉDICA e LEGAL que interromper a gravidez pois >> seu pequeno corpo ainda incompleto, corria risco de morrer se a gestação >> fosse levada adiante. Curiosamente, o estuprador não incorreu na excomunhão, >> sendo poupado pelo nano-arcebispo... Teria sido um caso de >> corporativismo??? Seja como for, o poeta popular Miguezim de Princesa não >> poupou a ação tinhosa do pequeno-polegar da igreja pernambucana... >> >> >> *A EXCOMUNHÃO DA >> VÍTIMA<http://www.claudiohumberto.com.br/principal/index.php#this%23this> >> * >> *Miguezim de Princesa* >> >> >> I* >> **Peço à musa do improviso >> Que me dê inspiração, >> Ciência e sabedoria, >> Inteligência e razão, >> Peço que Deus que me proteja >> Para falar de uma igreja >> Que comete aberração. >> >> II >> Pelas fogueiras que arderam >> No tempo da Inquisição, >> Pelas mulheres queimadas >> Sem apelo ou compaixão, >> Pensava que o Vaticano >> Tinha mudado de plano, >> Abolido a excomunhão. >> >> III >> Mas o bispo Dom José, >> Um homem conservador, >> Tratou com impiedade >> A vítima de um estuprador, >> Massacrada e abusada, >> Sofrida e violentada, >> Sem futuro e sem amor. >> >> IV >> Depois que houve o estupro, >> A menina engravidou. >> Ela só tem nove anos, >> A Justiça autorizou >> Que a criança abortasse >> Antes que a vida brotasse >> Um fruto do desamor. >> >> V >> O aborto, já previsto >> Na nossa legislação, >> Teve o apoio declarado >> Do ministro Temporão, >> Que é médico bom e zeloso, >> E mostrou ser corajoso >> Ao enfrentar a questão. >> >> VI >> Além de excomungar >> O ministro Temporão, >> Dom José excomungou >> Da menina, sem razão, >> A mãe, a vó e a tia >> E se brincar puniria >> Até a quarta geração. >> >> VII >> É esquisito que a igreja, >> Que tanto prega o perdão, >> Resolva excomungar médicos >> Que cumpriram sua missão >> E num beco sem saída >> Livraram uma pobre vida >> Do fel da desilusão. >> >> VIII >> Mas o mundo está virado >> E cheio de desatinos: >> Missa virou presepada, >> Tem dança até do pepino, >> Padre que usa bermuda, >> Deixando mulher buchuda >> E bolindo com os meninos. >> >> IX >> Milhões morrendo de Aids: >> É grande a devastação, >> Mas a igreja acha bom >> Furunfar sem proteção >> E o padre prega na missa >> Que camisinha na lingüiça >> É uma coisa do Cão. >> >> X >> E esta quem me contou >> Foi Lima do Camarão: >> Dom José excomungou >> A equipe de plantão, >> A família da menina >> E o ministro Temporão, >> Mas para o estuprador, >> Que por certo perdoou, >> O arcebispo reservou >> A vaga de sacristão.* >> >> >