[Camaradas/Unalegis] Re: Meu assunto predileto....

  • From: Luís Nobre <luis.cnobre@xxxxxxxxx>
  • To: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx
  • Date: Fri, 11 Sep 2009 14:00:15 -0300

Falando francamente, eu detestei o texto. Nos faz perguntar: "Por que é que
não pensei nisso antes? É tão simples!! A culpa é da minha mãe e de meus
fracassos, ora bolas! Agora que sei disso, posso viver feliz....ou não,
porque afinal de contas, um de meus maiores fracassos é nunca ter tido
coragem para ser feliz e só fui descobrir isso agora!".

De novo.... Só entender ou racionalizar suas dores (que é o que o texto faz)
não acaba com elas.... é um começo, mas não acaba com elas.

Sobre meninos e meninas.... um tempo atrás criei uma definição para
casamento. Segue abaixo.

Casamento é quando a menina finalmente convence o menino a brincar de
casinha.

Olha, sou pai de uma menina e de um menino. Digo por experiência própria e
de conversas com outros pais que homens e mulheres são diferentes desde
bebês.


Abçs a todos
Luís.





2009/9/11 Cintia Abreu <cintiabreu@xxxxxxxxxxxx>

> Gostei Elaine... Acho que é por aí mesmo... Eu, que já estou solteira há um
> tempinho, fico observando o quanto as pessoas solteiras reclamam de estar
> solteira e as casadas reclamam de estar casadas... Nada é perfeito nessa
> vida. O importante é optarmos por ser felizes "no matter what"! :-)
>
> --- Em *sex, 11/9/09, Elaine Oliveira <elainerodriguesdeoliveira@xxxxxxxxx
> >* escreveu:
>
>
> De: Elaine Oliveira <elainerodriguesdeoliveira@xxxxxxxxx>
> Assunto: [Camaradas/Unalegis] Re: Meu assunto predileto....
> Para: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx
> Data: Sexta-feira, 11 de Setembro de 2009, 11:06
>
>
>  O que mais me deixa intrigada nessas discussões sobre casamento é o fato
> das pessoas não analisarem a outra opção. Sim, porque casamento tem um monte
> de defeito, mas ser solteiro tem tantos outros e até mais. Ou seja, os
> probleas não estão ligados à nossa situação conjugal, mas sim ao fato de
> sermos adultos e temos todas as questões não resolvidas para enfrentar. E
> isso às vêzes é muito pesado, então o casamento leva a vantagem de nos
> permitir dividir o peso com outra pessoa: cúmplice, companheiro, culpado, a
> escolha é sua!
> Outro ponto importante: o casamento é uma das três datas que são celebradas
> em TODAS as culturas, de qualquer época - nascimento, casamento e morte.
> Então deve ser intrínseco à natureza humana.
> Eu mesma sou uma "convertida", sempre pensei em nunca me casar, pois via os
> exemplos dos mais velhos. E nem sei bem em qual desvio do caminho me vi
> casada, e lá se vão 26 anos. E pensando bem, acho que saí lucrando. Mas não
> foi fácil, muitos acertos tiveram que ser feitos, muita "reprogramação", mas
> sempre achei que se a pessoa valia a pena, as tentativas também deveriam
> valer. E para os iniciantes, uma boa notícia: vai  ficando mais fácil e
> melhor, com o passar do tempo (se vocês tiverem o propósito de continuarem
> e serem felizas - veja bem, isso É UMA OPÇÂO!).
> Boa sorte para os que vão continuar a viagem,
> Elaine
>
>
>
> 2009/9/11 Paula Santos 
> <paulabozzer@xxxxxxxxx<http://br.mc345.mail.yahoo.com/mc/compose?to=paulabozzer@xxxxxxxxx>
> >
>
>> Luís,
>> Acho que se só parássemos de preparar as crianças para serem completamente
>> opostos já seria o suficiente. Não é uma contradição treinarmos a infância
>> inteira para agirmos de formas tão diferentes e depois sermos "obrigados" a
>> conviver com isso? É claro que as mulheres vão reclamar do futebol, assim
>> como os homens vão reclamar das compras. Infelizmente somos criados para
>> sermos opostos, mas não complementares.
>> []s,
>> Paula
>>
>>  2009/9/10 Luís Nobre 
>> <luis.cnobre@xxxxxxxxx<http://br.mc345.mail.yahoo.com/mc/compose?to=luis.cnobre@xxxxxxxxx>
>> >
>>
>>> Concordo parcialmente. Tudo muda, as pessoas mudam. O homem muda, a
>>> mulher muda, o meio que os cerca muda, para um ou outro ou para ambos.
>>> Ganha-se experiência, você adquire outros prismas, joga outros fora. Prá mim
>>> esse texto me lembrou aquela piada que diz que casamento é como o submarino:
>>> pode até flutuar, mas foi feito mesmo para afundar. Uma pergunta: supondo
>>> que homens e mulheres fossem melhor instruídos/preparados para uma vida a
>>> dois (isso incluiria terapia já na adolescência, leitura de livros e artigos
>>> tratando do assunto, aprender com os erros dos já casados, etc), o número de
>>> laços matrimoniais aumentaria ou diminuiria? E o número de divórcios
>>> daqueles que mesmo sabendo dessa programação (porque é isso que o artigo
>>> abaixo nos diz, ou seja, somos programados a procurar alguém para nos
>>> livrarmos da culpa do fracasso) resolveram contrair (isso é uma doença?)
>>> matrimônio?
>>>
>>> abç
>>> Luís
>>>
>>>
>>>
>>> 2009/9/10 Patrícia Borges de Carvalho 
>>> <pcborges@xxxxxxxxxxxx<http://br.mc345.mail.yahoo.com/mc/compose?to=pcborges@xxxxxxxxxxxx>
>>> >
>>>
>>>> Casamentos possíveis
>>>>
>>>>
>>>> Contardo Calligaris
>>>>
>>>> Em geral, a gente casa com a pessoa certa: com quem podemos culpar por
>>>> nossos fracassos
>>>>
>>>>
>>>> UMA DAS boas razões para se casar é a seguinte: uma vez casados, podemos
>>>> culpar o casal por boa parte de nossas covardias e impotências.
>>>> O marido, por exemplo, pode responsabilizar mulher, filhos e casamento
>>>> por ele ter desistido de ser o aventureiro que ainda dorme, inquieto, em 
>>>> seu
>>>> peito. A decepção consigo mesmo é menos amarga quando é transformada em
>>>> acusação: "Você está me impedindo de alcançar o que eu não tenho a coragem
>>>> de querer".
>>>> Essas recriminações, que disfarçam nossos fracassos, não são unicamente
>>>> masculinas.
>>>> Certo, os homens são quase sempre assombrados por impossíveis devaneios
>>>> de grandeza -como se algum destino extraordinário e inalcançável já tivesse
>>>> sido sonhado para eles (e foi mesmo, geralmente pelas suas mães). Diante de
>>>> tamanha expectativa, é cômodo alegar que o casal foi o impedimento.
>>>> As mulheres, inversamente, seriam mais pé-no-chão, capazes de achar
>>>> graça nas serventias do cotidiano. Por isso mesmo, aliás, elas encarnariam
>>>> facilmente, para os homens, os limites que a realidade impõe aos sonhos que
>>>> eles não têm a ousadia de realizar.
>>>> Agora, as mulheres também sonham. Há a dona de casa que acusa o marido,
>>>> os filhos e o casamento por ela ter desistido de outra vida (eventualmente,
>>>> profissional), que teria sido fonte de maiores alegrias. E há, sobre tudo,
>>>> para muitas mulheres, um sonho romântico de amor avassalador e 
>>>> irresistível,
>>>> do qual, justamente, elas desistem por causa de marido, filhos e casamento.
>>>> Com isso, d. Quixote se queixa de que sua mulher esconde seus livros de
>>>> cavalaria e o impede de sair à cata de moinhos de vento. E Madame Bovary se
>>>> queixa de que seu marido esconde seus livros de amor e a impede de sair
>>>> pelos bailes, à cata de paixões sublimes e elegantes.
>>>> Pena que raramente eles consigam ter os mesmos sonhos. Um problema é que
>>>> os sonhos dos homens podem ser de conquista, mas dificilmente de amor, pois
>>>> eles derivam diretamente das esperanças que as mães depositam em seus
>>>> filhos, e, claro, uma mãe pode esperar que seu rebento varão seja um
>>>> dom-juan, mas raramente esperará ser substituída por outra mulher no 
>>>> coração
>>>> do filho.
>>>> Não pense que esse fogo cruzado de acusações seja causa recorrente de
>>>> divórcio. Ao contrário, ele faz a força do casamento, pois, atrás da
>>>> acusação ("É por sua causa que deixei de realizar meus sonhos"), ouve-se:
>>>> "Ainda bem que você está aqui, do meu lado, fornecendo-me assim uma 
>>>> desculpa
>>>> -sem você, eu teria de encarar a verdade, e a verdade é que eu mesmo não
>>>> paro de trair meus próprios sonhos".
>>>> Ou seja, em geral, a gente casa com a pessoa "certa": a que podemos
>>>> culpar por nossos fracassos. E essa, repito, não é uma razão para
>>>> separar-se. Ao contrário, seria uma boa razão para ficar juntos.
>>>> Quando a coisa aperta, não é porque sonhos e devaneios teriam sido
>>>> frustrados "por causa do outro", mas pelas "cobranças", que, elas sim, 
>>>> podem
>>>> se revelar insuportáveis.
>>>> Um exemplo masculino. Uma mulher me permite acreditar que é por causa
>>>> dela que eu não consigo ser o que quero: graças a Deus, não posso mais
>>>> tentar minha sorte no garimpo agora que tenho esposa, filhos e tal. Até
>>>> aqui, tudo bem. Como compensação pelos sonhos dos quais eu desisti, passo 
>>>> as
>>>> tardes de domingo afogando num sofá e soltando foguetes quando meu time
>>>> marca um gol, mas eis que, no meio do jogo, minha mulher me pede para
>>>> brincar com as crianças ou para ir até à padaria e comprar o necessário 
>>>> para
>>>> o café - logo a mim, que deveria estar explorando as fontes do Nilo ou
>>>> negociando a paz entre os senhores da guerra da Somália.
>>>> Essa cobrança, aparentemente chata, poderia salvar-me da morosa
>>>> constatação do fracasso de meus sonhos e das ninharias com as quais me
>>>> consolo. Talvez, aliás, ela me ajudasse a encontrar prazer e satisfação na
>>>> vida concreta, nos afetos cotidianos. Mas não é o que acontece: o que ouço 
>>>> é
>>>> mais uma voz que confirma minha insuficiência.
>>>> À cobrança dos sonhos dos quais desisti acrescenta-se a cobrança de quem
>>>> foi (ou é) "causa" de minha desistência e razão de meu "sacrifício": "Olhe
>>>> só, mesmo assim, ela não está satisfeita comigo." Em suma, não presto,
>>>> nunca, para mulher alguma -nem para a mãe que queria que eu fosse herói nem
>>>> para a esposa para quem renunciei a ser herói. E a corda arrebenta.
>>>> O ideal seria aceitar que nosso par nos acuse de seus fracassos e, além
>>>> disso, não lhe pedir nada. Difícil.
>>>>
>>>>
>>>
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