[Camaradas/Unalegis] Re: Meu assunto predileto....

  • From: Adriana Magalhães Alves de Melo <amamelo@xxxxxxxxx>
  • To: analistas2002@xxxxxxxxxxxxx
  • Date: Fri, 11 Sep 2009 09:47:16 -0300

Eu tenho outra opinião. Prefiro acreditar no casamento. Depois de 10 anos de
casada, ainda boto muita fé na minha escolha e na família que decidi ter pra
mim... Me inspirei nos pais do meu marido, que mesmo depois de 40 anos de
casados ainda comemoram aniversário de casamento em hoteis da cidade, vivem
grudados e parecem realmente se gostar.

REcentemente, tenho escutado muito essa música do Frejat e pensado em
relacionamentos... vejam se essa estrofe não dá o que pensar...

O que me dá raiva não é o que você fez de errado
Seus muitos defeitos nem você ter me deixado
Nem seu jeito fútil de falar da vida alheia
Nem o que eu não vivi aprisionado em sua teia
O que me dá raiva são as flores e os dias de sol
São seus beijos e o que eu tinha sonhado pra nós
São seus olhos e mãos e seu abraço protetor
É o que vai me faltar
O que fazer do meu amor?

50 Receitas
Frejat <http://letras.terra.com.br/frejat/> Composição: Frejat / Leoni

Eu respiro tentando encher os pulmões de vida
Mas ainda é difícil deixar qualquer luz entrar
Ainda sinto por dentro cada dor dessa ferida
Mas o pior é pensar que isso um dia vai cicatrizar
Eu queria manter cada corte em carne viva
Minha dor em eterna exposição
E sair nos jornais e na televisão
Só pra te enlouquecer até você me pedir perdão

Eu já ouvi cinqüenta receitas pra te esquecer
Que só me lembram que nada vai resolver
Porque tudo, tudo me traz você
E eu já não tenho pra onde correr

O que me dá raiva não é o que você fez de errado
Seus muitos defeitos nem você ter me deixado
Nem seu jeito fútil de falar da vida alheia
Nem o que eu não vivi aprisionado em sua teia
O que me dá raiva são as flores e os dias de sol
São seus beijos e o que eu tinha sonhado pra nós
São seus olhos e mãos e seu abraço protetor
É o que vai me faltar
O que fazer do meu amor?
Eu já ouvi cinqüenta receitas pra te esquecer
Que só me lembram que nada vai resolver
Porque tudo, tudo me traz você
E eu já não tenho pra onde correr

2009/9/11 Patrícia Borges de Carvalho <pcborges@xxxxxxxxxxxx>

> Acho que mesmo sendo melhor instruídas as pessoas, o número de matrimônios
> iria se mantar estável. Imagino que as pessoas, mesmo sabendo da
> "programação" resolvem ainda contrair matrimônio pq acreditam que, com elas,
> vai ser diferente. Mas, quase nunca é, não é mesmo? As frustrações, a culpa,
> a falta de colaboração e de companheirismo, a falta de graça que se acha no
> parceiro, a atratividade da galinha do vizinho, as implicâncias com coisas
> sem importância... Tudo isso obstina-se em existir na maioria dos
> casamentos. Uma pena!!! Mas, o que mais gostei no texto é o fato do autor
> chamar a atenção para o fato de as pessoas terem quem culpar por, na
> verdade, não terem ímpeto suficiente para ir atrás do que sempre
> fantasiaram. Então, isso mantém o casamento!!! Eu completaria dizendo que as
> pessoas, mesmo quando se divorciam e, enfim, têm a oportunidade, ainda assim
> não o fazem.
>
>
>
> *On Qui 10/09/09 21:18 , Luís Nobre luis.cnobre@xxxxxxxxx sent:
> *
>
> Tente entender ou racionalizar suas dores e me diga se elas desaparecem....
>
>
>
> 2009/9/10 Luís Nobre <luis.cnobre@xxxxxxxxx>
>
>> Concordo parcialmente. Tudo muda, as pessoas mudam. O homem muda, a mulher
>> muda, o meio que os cerca muda, para um ou outro ou para ambos. Ganha-se
>> experiência, você adquire outros prismas, joga outros fora. Prá mim esse
>> texto me lembrou aquela piada que diz que casamento é como o submarino: pode
>> até flutuar, mas foi feito mesmo para afundar. Uma pergunta: supondo que
>> homens e mulheres fossem melhor instruídos/preparados para uma vida a dois
>> (isso incluiria terapia já na adolescência, leitura de livros e artigos
>> tratando do assunto, aprender com os erros dos já casados, etc), o número de
>> laços matrimoniais aumentaria ou diminuiria? E o número de divórcios
>> daqueles que mesmo sabendo dessa programação (porque é isso que o artigo
>> abaixo nos diz, ou seja, somos programados a procurar alguém para nos
>> livrarmos da culpa do fracasso) resolveram contrair (isso é uma doença?)
>> matrimônio?
>>
>> abç
>> Luís
>>
>>
>>
>> 2009/9/10 Patrícia Borges de Carvalho <pcborges@xxxxxxxxxxxx>
>>
>> Casamentos possíveis
>>>
>>>
>>> Contardo Calligaris
>>>
>>> Em geral, a gente casa com a pessoa certa: com quem podemos culpar por
>>> nossos fracassos
>>>
>>>
>>> UMA DAS boas razões para se casar é a seguinte: uma vez casados, podemos
>>> culpar o casal por boa parte de nossas covardias e impotências.
>>> O marido, por exemplo, pode responsabilizar mulher, filhos e casamento
>>> por ele ter desistido de ser o aventureiro que ainda dorme, inquieto, em seu
>>> peito. A decepção consigo mesmo é menos amarga quando é transformada em
>>> acusação: "Você está me impedindo de alcançar o que eu não tenho a coragem
>>> de querer".
>>> Essas recriminações, que disfarçam nossos fracassos, não são unicamente
>>> masculinas.
>>> Certo, os homens são quase sempre assombrados por impossíveis devaneios
>>> de grandeza -como se algum destino extraordinário e inalcançável já tivesse
>>> sido sonhado para eles (e foi mesmo, geralmente pelas suas mães). Diante de
>>> tamanha expectativa, é cômodo alegar que o casal foi o impedimento.
>>> As mulheres, inversamente, seriam mais pé-no-chão, capazes de achar graça
>>> nas serventias do cotidiano. Por isso mesmo, aliás, elas encarnariam
>>> facilmente, para os homens, os limites que a realidade impõe aos sonhos que
>>> eles não têm a ousadia de realizar.
>>> Agora, as mulheres também sonham. Há a dona de casa que acusa o marido,
>>> os filhos e o casamento por ela ter desistido de outra vida (eventualmente,
>>> profissional), que teria sido fonte de maiores alegrias. E há, sobre tudo,
>>> para muitas mulheres, um sonho romântico de amor avassalador e irresistível,
>>> do qual, justamente, elas desistem por causa de marido, filhos e casamento.
>>> Com isso, d. Quixote se queixa de que sua mulher esconde seus livros de
>>> cavalaria e o impede de sair à cata de moinhos de vento. E Madame Bovary se
>>> queixa de que seu marido esconde seus livros de amor e a impede de sair
>>> pelos bailes, à cata de paixões sublimes e elegantes.
>>> Pena que raramente eles consigam ter os mesmos sonhos. Um problema é que
>>> os sonhos dos homens podem ser de conquista, mas dificilmente de amor, pois
>>> eles derivam diretamente das esperanças que as mães depositam em seus
>>> filhos, e, claro, uma mãe pode esperar que seu rebento varão seja um
>>> dom-juan, mas raramente esperará ser substituída por outra mulher no coração
>>> do filho.
>>> Não pense que esse fogo cruzado de acusações seja causa recorrente de
>>> divórcio. Ao contrário, ele faz a força do casamento, pois, atrás da
>>> acusação ("É por sua causa que deixei de realizar meus sonhos"), ouve-se:
>>> "Ainda bem que você está aqui, do meu lado, fornecendo-me assim uma desculpa
>>> -sem você, eu teria de encarar a verdade, e a verdade é que eu mesmo não
>>> paro de trair meus próprios sonhos".
>>> Ou seja, em geral, a gente casa com a pessoa "certa": a que podemos
>>> culpar por nossos fracassos. E essa, repito, não é uma razão para
>>> separar-se. Ao contrário, seria uma boa razão para ficar juntos.
>>> Quando a coisa aperta, não é porque sonhos e devaneios teriam sido
>>> frustrados "por causa do outro", mas pelas "cobranças", que, elas sim, podem
>>> se revelar insuportáveis.
>>> Um exemplo masculino. Uma mulher me permite acreditar que é por causa
>>> dela que eu não consigo ser o que quero: graças a Deus, não posso mais
>>> tentar minha sorte no garimpo agora que tenho esposa, filhos e tal. Até
>>> aqui, tudo bem. Como compensação pelos sonhos dos quais eu desisti, passo as
>>> tardes de domingo afogando num sofá e soltando foguetes quando meu time
>>> marca um gol, mas eis que, no meio do jogo, minha mulher me pede para
>>> brincar com as crianças ou para ir até à padaria e comprar o necessário para
>>> o café - logo a mim, que deveria estar explorando as fontes do Nilo ou
>>> negociando a paz entre os senhores da guerra da Somália.
>>> Essa cobrança, aparentemente chata, poderia salvar-me da morosa
>>> constatação do fracasso de meus sonhos e das ninharias com as quais me
>>> consolo. Talvez, aliás, ela me ajudasse a encontrar prazer e satisfação na
>>> vida concreta, nos afetos cotidianos. Mas não é o que acontece: o que ouço é
>>> mais uma voz que confirma minha insuficiência.
>>> À cobrança dos sonhos dos quais desisti acrescenta-se a cobrança de quem
>>> foi (ou é) "causa" de minha desistência e razão de meu "sacrifício": "Olhe
>>> só, mesmo assim, ela não está satisfeita comigo." Em suma, não presto,
>>> nunca, para mulher alguma -nem para a mãe que queria que eu fosse herói nem
>>> para a esposa para quem renunciei a ser herói. E a corda arrebenta.
>>> O ideal seria aceitar que nosso par nos acuse de seus fracassos e, além
>>> disso, não lhe pedir nada. Difícil.
>>>
>>>
>>
>  ------------------------------
> E-mail verificado pelo Terra Anti-Spam.
> Para classificar esta mensagem como spam ou não spam, clique 
> aqui<http://ecp.terra.com.br/cgi-bin/reportspam.cgi?+_d=SCY2NDM2NTk3I3Blcm0hdGVycmEmMSwxMjUyNjI5ODg0LjM3NjYxMy41MDI0LnNpbnRhbHV0YS50ZXJyYS5jb20sMTgyMDc=TerraMail>
> .
> Verifique periodicamente a pasta Spam para garantir que apenas mensagens
> indesejadas sejam classificadas como Spam.
>
>
>

Other related posts: